I'll never be the same.

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Point of View: Park Chaeyoung

Perder o Antoine foi uma das maiores dores que todas sentimos, e sobretudo as mães, obviamente. Jisoo e eu sentimentos demais, porém não sabemos dimensionar o tamanho da dor que Jen unnie e Lisa-ya sentem, o enterro foi algo completamente fechado e discreto, o caixãozinho branco era carregado por Lisa em seus braços da porta do cemitério até o local em que ele repousaria eternamente. Jennie vinha ao seu lado sendo amparada por sua mãe, minha esposa e eu também não saímos do lado de nossas irmãs. A mídia nem sequer desconfiava do que estava acontecendo e eu dei graças a Deus por isso, afinal o que elas menos precisavam naquele momento era exposição.

Quando o pequeno se foi, Jisoo-ya estava na cozinha preparando um chá e eu me encontrava sentada no balcão da casa de nossas amigas, chegamos sem que elas nos vissem, pois sabíamos que elas precisariam da gente quando o pior acontecesse e ficamos até o momento que precisamos ir em casa tomar banho e trocar de roupa. Do andar inferior podíamos ouvir o choro, o soluço e sentir a dor que aquele ambiente emanava. Um tempo depois Lisa desceu com o rosto completamente vermelho, os olhos estavam semelhantes à de uma pessoa que se droga todo santo dia. Ela não disse nada. Não precisava!

Esses dias foram difíceis, elas ficaram dois dias aqui em casa e em meio a tudo isso nem tivemos tempo de conversar sobre a belíssima cozinha que ganhamos de presente, afinal desde que descobrimos sobre a gravidez de Jennie que tudo girava em torno do bebê e agora depois do fatídico acontecimento, infelizmente o mundo ainda não tem um rumo sobre o que girar.

Lisa: Não achei que fosse doer tanto abrir uma porta. -Olhava o quartinho todo descorado a espera daquele que nunca virá-

Rosé: Lisa-ya... -Murmurei chorosa- Eu não posso imaginar ou sequer cogitar a dor que você está sentindo, você e Jennie na verdade, mas vocês não precisam e não vão passar por isso sozinhas. Não vai parar de doer do dia para noite, mas se vocês continuarem juntas uma vai sugando um pouquinho da dor da outra e logo não vai doer como já doeu.

Lisa: Montar o bercinho dele foi uma das coisas mais emocionantes da vida, pensei que só fosse o desmontar quando ele pudesse enfim ir para cama. -Respirou fundo- Mas vamos lá, temos muito que tirar. -Mais uma vez respirou fundo e tomando uma postura de que nada a abalaria-

Rosé: É incrível a forma como você cuida da Jennie, da saúde mental e psicológica dela. -Me direcionei para uma parte do bercinho enquanto Lisa cuidava da outra-

Lisa: Sabe, Rosie, na madrugada de hoje eu acordei com ela chorando de soluçar e achei que fosse porque ainda está recente e digo, de certo modo era, mas ela estava chorando porque o peito estava escorrendo. -Resfoleguei imaginando a situação- Então quer dizer, ela não é mais..., mas o corpo dela ainda não entendeu isso.

Rosé: Vocês vão fazer acompanhamento com psicólogo, certo? -Desparafusei a lateral vendo aquele pedacinho de sonho se transformar em muralhas que um dia emanavam amor e hoje apenas dor-

Lisa: Sim, vai ser necessário. Também estive escrevendo uma carta para publicar, sei que não poderemos esconder por muito tempo e melhor que seja contado por nós, do que exposto por a mídia sem responsabilidade.

Rosé: Vocês estão certas, mas cada coisa em seu tempo. O Antoine nunca vai ser esquecido, mas vocês são novas e poderão ainda montar uma família que sempre terá como primogênito ele. O que vocês não podem é se deixar cair em depressão, em tristeza profunda. A vida..., continua.

Lisa: Esse é meu maior medo, eu sinto que isso de alguma forma quebrou a Jennie de um modo que eu não sei se sozinha conseguirei ajudar. Por isso vamos fazer acompanhamento, conversei bastante com ela e depois de muito ignorar ela cedeu.

Kill This Love - JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora