O deus do caos.

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Apófis parou e sorriu quando Bastet, Hórus e Tot entraram no jardim, altamente armados. 

— Pare Apófis! - Ordenou Tot. 

Bastet chiou.

— Sua cobra desqualificada, quando você voltar a dormir no fundo do inferno eu vou te bater muito! - Ameaçou a deusa gata, enquanto eu tentava lembrar como era respirar normalmente.

— Ah, caros amigos, por que esse mal humor todo?! - Indagou Apófis, com os olhos medonhos faiscando divertimento.

Eu não queria olhar, mas era quase impossível tirar os olhos daquela cena: Apófis estava cercado por Hórus, Bastet e Tot enquanto eu estava vergonhosamente agarrada a Anúbis a alguns metros deles. Rakel estava paralisada perto da porta, e parecia estar em dúvida entre ficar ou fugir. 

Eu não a culpava por isso. Certamente, se eu tivesse alguma escolha, não estaria aqui faz tempo. 

— Por mais que uma guerra seria bastante divertida, Apófis, você não vai comer a garota hoje. - Falou Hórus um tanto que entediado. 

Olhei pra Anúbis, que fez um sinal pra eu ficar em silêncio. 

Afastei-me um pouco dele, pois estava tremendo e não queria que ele notasse. Não queria que ele me achasse uma fraca, patética e medrosa, exatamente as coisas que eu estava sendo naquele momento

— Anw! Meus nobres amigos de longos anos me recebendo tão carinhosamente! Me deixa emocionado, confesso! - Exclamou Apófis. - Sinto muito pelo incômodo, não era minha intenção. Apenas vim fazer uma breve visita para minha nova amiga. Não é, Natália?! - Apófis virou-se para mim e uma onda de pânico me atingiu, fazendo-me dar um passo para trás.

Senti as mãos de Anúbis em meus ombros.

— Pare de atormentar a garota! - Ordenou Tot. - Deixe-a em paz, Apófis!

— Infelizmente não será possível, caro Tot. Natália já me pertence, isso é fato.

— Não! - Rosnou Anúbis. 

— E-eu… o que?!

— Ah? Eles não te contaram? - Perguntou o deus do caos, fazendo uma cara de inocência.

— Contaram... o que? 

Apófis apenas sorriu.

— Não fale nada a ela! - Cortou Hórus. - Não vai estragar nossas vidas. Definitivamente não vai! - O deus da guerra continuou, mas Apófis o ignorou completamente.

— Não te falaram da nossa profecia, querida? - Indagou Apófis.

Eu sei. Eu estava batendo um papo com Apófis, mas eu não podia evitar. Era quase uma necessidade saber o que estava acontecendo, e principalmente saber como eu me livraria daquela situação toda.

Engoli o medo que se acumulava em minha garganta. 

— Que profecia? - Perguntei,  recebendo um olhar de Anúbis que me mandava silenciosamente calar a boca.

— Sua cobra maldita, não ouse… - Avisou Bastet.

— NÃO SE METAM! - Gritou Apófis, fazendo as paredes do castelo chacoalharem. 

Estremeci, tropeçando para trás, caindo no chão como se alguém tivesse me empurrado, mas não. O simples teor de ódio e maldade que a voz de Apófis era o suficiente para me derrubar.

— Estão me atrapalhando!

— Ooh, desculpe. Talvez possa continuar depois de eu ter arrancado sua cabeça, cobra nojenta! - Bastet xingou novamente, fazendo o rosto de Apófis se contorcer em uma repentina raiva. 

Os seguidores de Anúbis. - Livro I. (✓) EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora