Diga "oi" para Apófis.

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Minha cabeça latejava forte, como se alguém batesse com uma marreta em meu crânio. Eu me sentia mal e tudo piorava quando eu não conseguia, sequer, abrir os olhos. Das poucas vezes que consegui me manter acordada as imagens se misturavam em minha cabeça e não tinham foco algum. Porém, além de tudo isso, haviam também os pesadelos. Eu não conseguia tirar da cabeça o rosto de Apófis, os olhos brancos, as presa… e depois, mais uma dose de escuridão. Não sei quanto tempo fiquei nesse vai e vem até que consegui, enfim, manter meus olhos abertos.

— Ai… - Sussurrei, tocando minha testa.

Eu estava no castelo de Anúbis, deitada em meu quarto. A janela estava aberta mostrando-me os cálidos raios de sol, junto ao céu escuro, que me mostrava que já estava amanhecendo.

Engoli em seco, examinando meu próprio corpo. Eu esperava ver machucados e hematomas espalhados por tudo, mas o ferimento mais sério que eu tinha era o da minha mão, que estava enfaixada com um curativo digno agora. Percebi também que haviam trocado minhas roupas de festa por meu costumeiro pijama de algodão, que já estava um tanto surrado depois de tantos anos de uso.

Franzi o cenho, perguntando à mim mesma quem havia trocado minhas roupas, rezando aos deuses para ter sido Rakel.

Demorei alguns minutos para perceber que não estava sozinha no quarto.

— Até que enfim. - Reclamou Luana, sentada no canto do quarto, lendo uma revista de moda, despreocupada. 

A ignorei totalmente, erguendo-me sobre os cotovelos, sentindo minha cabeça latejar.

— Ei, vocês, a garota acordou! - Gritou Luana, sem tirar os olhos da revista. 

— Ah! Não grite! - Protestei, massageando as têmporas. 

A porta do quarto foi aberta com força.

— Graças aos deuses! - Exclamou meu pai. Confesso que sua voz fez minha dor de cabeça aumentar. - Como está se sentindo? Natália?! 

— Não tão bem como eu estaria se você não estivesse aqui. - Respondi de contra gosto, me sentando por completo na cama. 

— Você não sabe o susto que me deu! - Falou, pouco se importando com minha provocação.

Passei a mão pelos cabelos, o encarando com intensidade, imaginando algo grosseiro o suficiente para falar que fizesse ele ir embora, mas fui impedida de falar qualquer coisa quando a porta de meu quarto se abriu novamente.

— Você acordou! - Gritou Mike, entrando como um furacão. Atrás dele vieram Erick e Rakel.

— Não grite, Mike! - Rosnei.

Erick suspirou alto, vindo até mim.

— Droga, que susto, menina! Fiquei horas esperando você acordar!

— Não seja dramático, não fiquei tanto tempo fora do ar. - Reclamei.

— Uma noite inteira mais a manhã de hoje e a tarde. Já são quase 18:00 horas então, sim, você ficou muito tempo fora do ar! - Protestou. 

Olhei incrédula para Erick, depois me voltei a janela. Então não estava amanhecendo, e sim anoitecendo.

— Deuses, o que houve com você!? - Perguntou Rakel, sentando ao meu lado na cama.

— Drogas, cara… só pode ser drogas! - Disse Mike. 

Olhei pra ele com cara de "cale a boca, por favor" voltando-me para Rakel.

— Eu não sei. Estava desmaiada, esqueceu?

— Certo, mas algum motivo teve para você desmaiar assim, do nada. - Falou Erick.

Os seguidores de Anúbis. - Livro I. (✓) EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora