A primeira coisa que fiz ao abrir os olhos foi olhar para os lados, talvez eu esperasse que alguém estaria ali. De primeira mão eu sabia que meus pais estariam ali se pudessem, eles eram super-protetores e implicavam até com gripe. Não havia ninguém ali. Nem Victor, nem Carol, nem... Jade. Puxa vida, Jade!
Ao lembrar de Jade tentei sentar-me tendo total visão do quarto, me joguei de volta quando senti como enorme dor na barriga, fazendo meus olhos lagrimejarem.— Senhorita Limins, não recomendo tentar se levantar. — Não havia percebido a presença de alguém ali. — Eu sou o Dr. Mauricio. A Senhorita foi baleada, precisa de total repouso. — Por mais que tudo doía, eu tinha apenas uma pergunta.
— O senhor deve estar sabendo de uma garota... Daniela Costa, como ela está? Pode me dizer? — Minha voz estava trêmula, eu previa o ruim.
— Isso é informação confidencial, mas disseram que levou o tiro tentando salvá-la. Então... — Ele comprimiu os lábios se aproximando e colocando o estetoscópio gelado em meu peito. — ela está bem, está com a família... respire fundo pro favor. — Ele pediu e assim fiz, soltei o ar junto com o alívio. — Há algumas pessoas lá fora, querem vê-la.
— Pode deixá-las entrar. — Meu coração ansiava por uma juba avermelhada.
— Seu coração acelerou... — Ele riu. — Acho que isso a animou. Vou deixá-los entrar. — Ele se retirou depois de checar o curativo em meu abdômen.
O médico tinha razão, meu coração acelerava quando eu pensava em alguém, alguém específico. A taurina que acabou de abrir a porta e me encarar com os olhos marejados. Nunca estive tão feliz por estar viva.
— Oi... — Um sussurro saiu de seus lábios. Seu rosto estava avermelhado, talvez estivesse preocupada... coisa que eu não queria.
— Estou tão feliz de estar viva. — Ela sorriu se aproximando mais. — Achei que não poderia vê-la novamente. — Um desabafo que, mais parecia uma confissão.
— Temos muito a viver... e Daniela tem muito a agradecer. Ela está bem por sinal... — Seus olhos se desviaram e eu a chamei para mais perto. — Eu senti tanto medo... — Seus olhos marejaram novamente, ela se sentou em meu lado e eu senti uma imensa vontade de abraçá-la.
— Temos muito a cantar, baby. — Consegui lhe tirar um sorriso. — Vamos voar feito passarinhos, ninguém irá nos prender. — Senti suas mãos em meu rosto e seus lábios tocarem os meus em um selinho demorado. — Me sinto melhor com isso.
— Eu também... — Por algum motivo parecia que havia um oceano nos separando. Carol estava diferente, por algum motivo eu sentia que aquilo seria a última vez.
— O que houve? — Perguntei me referindo ao seu comportamento. Aquilo não me cheirava bem, mas também não queria ser paranóica.
— Você levou um tiro... — Ela sorriu, então o brilho de seus olhos se desfez. — já resolvi as coisas aqui, estou voltando a New York amanhã. — A dor que eu sentia em meu abdômen não se compara ao que senti no meu peito. Meus olhos começaram a arder e as palavras sumiram.
— Você irá me deixar aqui... você não pode fazer isso. — Aquilo doía de uma forma que eu mal podia explicar. Por quê ela está indo?
— Day... minha intenção nunca foi ficar. — Foi a última coisa que ela disse antes de se levantar e ir em direção a porta. Ela me olhou com seu rosto vermelho, o mesmo jeito de quando ela chora, e então sumiu.
Flashback on.
— Eu gostaria de agradecer por ter ganhado meu primeiro violão, eu gostaria de agradecer por ter aprendido a tocar e por não ter mais problemas com campo harmônico. — Todos que estavam na mesa começaram a rir. Minha família amava agradecer por tudo, levávamos ação de graças a sério. — Também gostaria de agradecer por estarmos aqui novamente. — Sentei-me e assim dei chance a outras pessoas falarem.
A luz que meus pais transmitiam era incomum, a felicidade e a gratidão.Flashback off.
— Eu gostaria que Caroline voltasse.
O sussurro saiu de meus lábios junto a uma enorme dor. A solidão. O medo. Talvez desespero. Não imaginava sentir isso novamente, não com Caroline que me completava de tantas formas.
A porta se abriu novamente, era Victor. Desviei o olhar, pois eu realmente achava que Caroline houvesse voltado.
***Notas:
Bom, fiz o capítulo rapidinho e por isso ficou curto. Também não quis ficar "enchendo linguiça" (como diz minha mãe). Perdoem os erros ortográficos, passaram desapercebidos.
Aceito ideias, críticas e eu gostaria muito que dissessem o que esperam daqui pra frente :)Até mais...
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The Moonlight (Dayrol)
RomanceHá quatro meses que a cidade de Londres está sendo vítima de um assassino que mata uma vítima a cada mês. Vítimas que são estranguladas, banhadas e amarradas nuas em suas camas. Cabe a Agente Dayane Limins resolver esse caso que acabará lhe trazendo...