Two years later...

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Me levantei vencendo dos braços de Jade que sempre me prendiam ao seu corpo nu e quente. Seu sono era leve, os olhos esverdeados se abriram e me encararam com tal ternura que eu não conseguia retribuir.

— Bom dia, baby... — Colei nossos lábios em um selinho demorado. — O que quer fazer hoje? — Perguntei me levantando e indo até o banheiro.

— Estava pensando em ir dar uma volta pela cidade, quem sabe fazer um piquenique? — Ela se levantou vestindo minha camiseta da noite passada e invadindo o banheiro e roubando o espelho. Jade conseguia ser bonita até quando acordava.

— Piquenique... — Ela encarou meu olhar triste que logo se escondeu em um sorriso alegre. — vai ser ótimo. Devemos sair pra comprar as coisas... bom, pensando por esse lado, tudo bem se você for sem mim? — Perguntei cuspindo a pasta dental.

— Não quer ir até o mercado? — Agora ela que jogava a pasta dental no ralo da pia do banheiro. Seu olhar se desviou ao meu.

— Até queria, mas tenho uma última coisa pra resolver da delegacia e da mudança. Se eu não resolver agora vou acabar passando a tarde com a cabeça nisso... — Ela revirou os olhos, no fundo eu sabia que ela entendia, o caso era que não havia o que entender porquê eu estava mentindo.

— Tudo bem, mas vou logo avisando que vou trazer tudo que quero. — Sorri assentindo que sim. Odiava esconder coisas de Jade.

Havia 1 ano e 5 meses que resolvi dar uma chance ao nosso tão esperado jantar. Não foi ruim, foi bom ter alguém e Jade gosta realmente de mim, talvez desde criança quando eu fui seu primeiro beijo. Ela adorava me ter como "seu marido", ela sempre a esposa com filhos. Estávamos começando uma vida juntas, eu deveria tentar de novo, talvez ela seja a pessoa certa.
Senti seus lábios pressionarem os meus, ela estava indo e isso significava que eu tinha quase 1h pra decidir o que fazer.
Quando ela passou pela porta do meu apartamento que já estava vazio, peguei o pendrive e conectei no notebook. Apareceram muitas pastas, uma em si com o nome "Biazin". Abri o arquivo e lá haviam desvios de dinheiro, contas faltas contatadas pelos Biazins, uma ajuda na delegacia e em lugares como o banco... acredito que dessa forma conseguiriam alienar pessoas para que escondessem seus podres.
Demorei 2 anos para abrir esses arquivos, em 2 anos eu não sei o que fazer... o que Caroline queria que eu fizesse?

— Droga! — Fechei o notebook e voltei a encarar o apartamento sem nenhum móvel, apenas a minha cama que ficou no quarto e iria ser mandada para o outro apartamento.

Jade e eu resolvemos morar juntas, a ideia foi mais dela e ela soube me convencer a isso. Resolvemos aumentar a nossa família... família. Puxa, primeira vez que penso em família. Mas resolvemos adotar um animalzinho, não sei o que ainda, mas algo que dê para manter com a nossa vida agitada da delegacia. E falando em delegacia, faz um bom tempo que não vou ao trabalho, Jade diz que aquele lugar está um caos com as "férias" que peguei, mas que Victor está no comando agora e ajeitará tudo.

Já estava no final da manhã quando Jade chegou com diversas sacolas das compras, ela colocou tudo no balcão da cozinha e me encarou feliz. Provavelmente havia comprado tudo o que queria. Seus olhos brilhavam, estava mais bonita que o normal naquela manhã, seu corpo bem definido naquela roupa simples de quem só quer curtir a tarde em um parque. Ela se aproximou e colou nossos lábios em um beijo calmo e saudoso.

— Ir ao mercado sem você é uma droga, suas brincadeirinhas fazem falta... — Ela passou as mãos sobre a minha nuca me causando o famoso arrepio.

— Eu sou um máximo, você adora. — Ela sorriu e me desviei de seus braços, precisávamos resolver as coisas da mudança. — Agora é sério... já já vamos ter que ir ao novo apartamento, a cama vai ser levada hoje e eu queria ajeitar as coisas... o piquenique pode ficar pro final de tarde? — Vi um olhar desapontado que logo se escondeu, ela assentiu mesmo não concordando. Droga.

— Sei que vai me compensar, não é? — Ela deu um sorriso sapeca, adorava esse humor de Jade... eu realmente estava bem com ela.

— Vou, lá no parque mesmo... — Seus olhos vibraram, ela gostava daquilo... gostava do medo de ser pega em tal ato, como no restaurante...
***
O apartamento era maior, mais iluminado com janelas medianas e com mais cômodos. Jade adorava aquele lugar, desde a primeira vez que o vimos ela disse que queria aquele e eu também simpatizei. Nossos móveis novos já estavam no devido lugar, bastava tomar um banho e se livrar de tanto suor.

— Fizemos uma geral em 2h, finalmente está tudo no lugar! Ficou perfeito... — Seus olhos brilhavam enquanto passeavam pela sala de estar. Seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo alto, seu rosto suava de tanto empurrar móveis. Estava feliz por ela.

— Realmente amor, o escritório ficou perfeito. — Abracei seu corpo molhado, ela cheirava bem mesmo assim. — A sala está incrível. O sofá... eu adorei. — Dei um beijo breve em seu pescoço. Ela se inclinou para q eu beijasse mais, mas precisávamos mesmo de um banho.

Já no chuveiro pude lavar meu cabelo em um banho gelado, o chuveiro da casa tinha uma pressão incrível e eu poderia morrer lá dentro. Jade já estava pronta e precisei ajudá-la em apenas algumas coisas do piquenique, mas ela acabou fazendo quase tudo sozinha. Entramos no meu honda accord novinho em folha e voamos até o Springfield Park, era um dos meus parques favoritos de Londres.
Estendemos a toalha no chão em frente ao lago, aquela vista de fim de tarde. Jade se aninhou a mim e eu pude acariciar seus cabelos negros, seu cheiro doce invadia minhas narinas. Eu gosto dela, talvez goste que ela preencha esse meu vazio, mas gosto.

— Caroline me deixou um pendrive, faz dois anos que estou com ele. — Jade levantou a cabeça de meu peito e passou a me olhar séria. Os olhos verdes quase azuis me deixavam nervosa. — Nesse pendrive tem informações da empresa que eram dos meus pais...

— Fala tudo de uma vez... — Ela já havia sentado na posição de índio, me olhava mais séria ainda... curiosa.

Eu abri o pendrive hoje, nele há informações como desvio de dinheiro, suborno e... na última pasta tem um contrato falso dos meus pais. Lá aparece a assinatura dos meus pais transferindo a empresa para eles, mas há outro que é o verdadeiro e está tudo em meu nome. — Passei a mão em meus cabelos e os joguei para o lado, eu não sabia o que fazer com aquilo. Não sabia o que Caroline queria com aquilo, eu dependia dela pra isso.

— E você não sabe o que fazer... — Ela mordeu o lábio, o lábio avermelhado e convidativo. Ela sabia me ler bem, sabia que eu precisava de um conselho. — devemos entregar isso para um advogado, talvez o pessoal da delegacia nos ajude...

— N-não. — A cortei sem pensar muito.  — O suborno está indo para à delegacia. Caroline já disse algo sobre o acidente dos meus pais, mas não acho que seria possível... — Os olhos de Jade brilhavam, ela gosta do mistério. Ela quer investigar.

— Na verdade seria muito possível, Day. Eu sei que é difícil pra você admitir, sei que eles ajudaram você em um momento tão difícil. Mas se eles passaram a perna em alguém que chamam de filha, eles podem sim estar envolvidos no acidente de seus pais. — Ela acariciou meu rosto, um carinho reconfortante.

— O que devemos fazer? — Perguntei segurando sua mão que estava em meu rosto, ela pensou um pouco e voltou a me olhar.

— É ilegal, mas precisamos investigar. Se eles tiverem algo provando a morte de seus pais... Day, é algo muito grande. Se foram eles, provavelmente guardaram as provas. — Pelo que conheço os Harris eles guardaram a sete chaves, eles são totalmente paranóicos. — Vou invadir a casa dos Harris e você me dará tempo, será a distração. — Engasguei com o plano maluco de Jade, mas concordei.

Notas:
Voltei, pretendo continuar já que a quarentena me obriga a ter criatividade. Espero que gostem, digam o que acham e o que esperam. Perdoem os erros.
até mais...

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora