The Secret Door

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Alguns dias antes...

"O que faz aqui?" foi a primeira coisa que ouvi quando a porta da mansão foi aberta, os olhos claros de Isaías me intimidaram, ele estava mais surpreso que eu mesma de ter arrumado coragem de voltar a esse lugar depois de tanto tempo.

— Falar de trabalho. — Joguei uma que eu sabia que não ele não iria negar. Então ele fez, abriu espaço para que eu entrasse.

— Custava ligar? — Falou ainda irritado, meu pai parecia ser tão doce perto de pessoas como Day que eu ficava surpresa em nossos momentos a sós.

— Não tive tempo. — Arrastei minha mala para dentro da enorme casa que cheirava a... casa, a infância e a tortura psicológica.

— Venha. — Pediu seguindo o enorme corredor que levava as salas de lazer, estávamos indo ao escritório onde ao entrar lembrei de quando Dayane veio, foi a primeira vez que reparei nela, que pude observar cada sentimento de seu corpo, mesmo por cima de tanta roupa. — Fale. — Ele me tirou de meus pensamentos enquanto se sentava na enorme cadeira.

Caminhei pela sala, olhei os quadros, olhei a mesa de sinuca, o bar com as bebidas caras dele e lembrei do que Jade havia me dito "procure um lugar onde ele poderia esconder outro cômodo na planta, lá estará o que procura" e eu soube, seria nas enormes estantes de livro que meu pai nunca me deixou chegar perto. Fui em direção ao bar e preparei uma margarita do jeito que eu gostava, coloquei gelo em um copo de whisky velho que havia ali e o entreguei.

— A empresa não está faturando tanto quanto deveria. — Menti, mas abri minha maleta e entreguei alguns papéis que havia mudado a data, Jade me disse que isso não seria incluso na investigação.

— Como não, Caroline? Estamos ganhando mais do que ano passado. E fechamos contrato com algumas empresas amigas. — Falou irritado, seu rosto já estava vermelho. Ele deu um gole no whisky e tentou relaxar na cadeira. — O que recomenda que façamos?

— No momento, eu ainda não sei, vou precisar ir até a empresa algumas vezes e analisar todo o custo de novo. Preciso achar o problema para esse vermelho no sistema. — Ele assentiu mais calmo. Meu pai sabe que sei fazer um trabalho incrível, isso ele nunca poderá negar.

— As vezes agradeço por ser minha sócia nisso, você sempre tira a empresa do vermelho. — Meu coração se apertou por uns instante, mesmo ele reconhecendo meu trabalho ele nunca me tratou como filha.

— Não sou sua sócia, sou sua filha. — Ele virou o rosto, talvez em negação.

— Fique a vontade para dormir em que quarto quiser. — Falou se levantando e fechando o terno. — Resolva isso o quanto antes. Aqui... — Apontou para uma sala. — Está todos os relatórios de todos os meses durante esses 8 anos, analise tudo que for preciso, mas solucione. — A sala com os arquivos... era isso que estava procurando.

Ele deixou a chave em cima da mesa e saiu, era a chance de entrar e procurar o bendito papel verdadeiro de Selma e César. Mas eu conheço meus pais, isso estava fácil demais, eu precisaria de tempo para olhar em cada relatório, procurar cada detalhe, mas por que eles tinham apenas os arquivos de 2012?
Meu telefone tocou em cima da mesa, meus olhos lagrimejaram quando vi o nome na tela, era ela. Ela viria até aqui se eu não atendesse.

— Carol volta pra casa. — Ouvi assim que coloquei o celular no ouvido. — Senão vou buscá-la, você está se arriscando. — Continuou com a voz falha.

— Escuta, vou dizer apenas uma vez, isso não é só por você... isso é por nós. precisamos de um começo, Day, mas nosso começo só vai acontecer se dermos um fim a essa história. Me deixe trabalhar, me deixe dividir isso com você. — Falei agora deixando as lágrimas caírem, a ouvi chorar do outro lado. — Não estou te abandonando, só vai dormir alguns dias sem mim. — Ri e a ouvi rir também.

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora