Faz exatamente um mês que fui embora de Londres. Sinto falta de Day, sinto falta de como ela laçava-me em seus braços e como me fazia sorrir logo de manhã. Sinto raiva por não ter lutado para ficar, lutado contra as ordens que recebi, eu apenas as acatei e fui. Day não merecia passar por isso, ela estava sendo incrível comigo e eu retribui indo embora sem um adeus satisfatório. Não que um adeus seria bom, pois não deixaria de doer, mas ela não teve nenhuma explicação.
As lembranças daquela noite faz meu coração explodir de tristeza, chega a doer. Durante esse 1 mês chorei muitas vezes, mal consigo dormir com a cama tão vazia e muitas vezes, quando fecho os olhos ainda sinto seu cheiro doce e seu beijo em meus lábios. Pensar nisso faz com que eu realmente sinta o beijo casto que ela me dava todas as manhãs antes de ir à delegacia. Me pergunto se realmente a deixei.
Dayane é uma mulher que é impossível não amar, em tão pouco tempo eu tive a sensação que ela nunca iria me deixar, via ela como a pessoa que nunca me machucaria. Quem a machucou foi eu. Isso me faz querer correr até Londres e pular em seus braços, mas ela deve estar furiosa com tal decisão minha. Também arriscaria todo o trabalho que vim coletando durante o tempo que passei em Londres, seria muito arriscado voltar.
Ela deixou algumas mensagens, ela dizia o quanto sentia a minha falta e como a recuperação estava a matando, pois ela não estava trabalhando e só lembrava de mim passando pela porta e indo embora. Tive que bloquear seu número, acatei novamente as ordens que me deram. Sinto raiva disso, sinto raiva de como sou um ser tão subordinado.New York estava totalmente nublada, minha sala envidraçada deixava bem claro que o clima também não estava de bom humor. Escutei batidas em minha enorme porta de madeira, logo ela se abriu e a cabeça do meu melhor amigo apareceu ali. Abri um sorriso em vê-lo, precisava de sua companhia.
— Vim tirá-la desse lugar desfavorável. — Ele sorriu de volta fechando a porta e se aproximando de minha mesa.
— Estou feliz em tê-lo aqui, senti sua falta. — Ele se sentou em minha frente, em um dos sofás brancos que continham ali. — Mas preciso trabalhar, você sabe... — Desviei o olhar pra algum canto da sala.
— Está trabalhando nisso há meses, Carol. Você voltou daquele lugar pior do que já estava. Vamos dar um tempo. — Bruno não sabia do que estava acontecendo, não havia o contado sobre meu romance que durou por quase 1 mês que passei em Londres. Uma luz se ascendeu em cima de minha cabeça.
— Vamos cantar. — Ele me olhou surpreso, faz tempo que não cantamos. — Vamos a um pub e vamos nos apresentar lá. — Ele me olhou satisfeito, sabia que eu amava cantar, então marcamos de ir depois do trabalho e ele optou em ficar lá até eu ir embora.
Já passava das 6 da tarde quando peguei meu casaco e caminhei para fora da empresa, estava garoando e dei graças a Deus por Bruno estar de carro. Fomos até meu apartamento não tão grande, mas que tinha uma das melhores vistas da cidade. Tinha dias que eu sentava de frente a parede envidraçada da sala e ficava vendo aquelas luzes da cidade que nunca dorme.
Bruno chamou minha atenção, talvez eu estivesse muito desligada. Fui até o meu quarto e tomei um longo banho quente, sentindo todas as minhas angústias descendo pelo ralo. Me enxuguei rápido e coloquei uma roupa de frio para encarar a grande neblina que estava lá fora. Meu quarto também havia uma grande parede envidraçada, mas a vista não era tão boa quanto a da sala. As pequenas casas que pareciam de brinquedo, me pego pensando se esse mundo é apenas um jogo de alguém super enorme, e se for... essa pessoa não gosta muito de mim.
Bruno bateu na porta e entrou sem uma resposta, seus olhos fitaram aonde eu encarava serenamente. Ele é meu melhor amigo, ele busca por respostas e eu sei que deveria dar isso a ele.— Qual é o nome da pessoa? — Ele se encostou no batente da porta, e me encarou com seus olhos claros. — Já te vi assim antes, sei que é por causa de alguém.
— É uma garota, o nome dela é Dayane e... — Desviei o olhar pensando em como dar a maior informação. — é a garota que meus pais cuidaram, lembra? — Ele me olhou surpreso, mas não tão surpreso.
— O que houve? — Ele perguntou se referindo a minha tristeza. — Ela a deixou? Não quis nada? — Perguntou impaciente.
— Ela quis, quis mais que eu. Eu acatei ordens e voltei. Mas sinto falta dela, Bruno... — Meus olhos marejados brilhavam. — às vezes sinto vontade de voltar lá.
— Você precisa parar de acatar as ordens de seus pais, você não é mais aquela menininha Carol. Você é uma mulher independente. — Aquilo me abalou e me sentei na cama. Passei a fitar minhas mãos e senti Bruno se aproximar. — Se precisar voltar, Carol... nós voltamos.
O apoio que Bruno sempre me deu me tornava forte, ele era a melhor pessoa que conheci e o conheci da melhor forma. Fiz faculdade de música por dois anos, mas meus pais descobriram e me obrigaram a parar e me dedicar mais a ser advogada. Não reclamo tanto, tenho fama aqui em New York, mas não sou feliz. Ter dinheiro, ser reconhecida e ser rodeada de pessoas famosas só me traz mais tristeza, só faz o vazio aumentar. Day havia preenchido esse vazio.
— Eu vou voltar um dia, eu sei que sim, mas... agora eu preciso terminar o trabalho e precisamos ir cantar. — Seu olhar continuava preocupado, mas saímos em direção a um pub qualquer. Day me mostrou que ali eu podia ser quem era. Ser feliz.
Eu espero poder voltar a Londres e abraçá-la, poder ser feliz de novo e ser independente. Espero poder amar Day.
***Notas:
As coisas estão corridas, por isso sumi um pouco. Peço perdão! Em compensação hoje ou amanhã público outro capítulo se vocês quiserem.
Perdoem qualquer erro que passou desapercebido e me diz o que esperam que aconteça. O que acham que os pais de carol fizeram para que ela abandonasse tudo em Londres? O que acham que ela foi fazer em Londres? Quais informações coletou e qual o objetivo? Me diz aí.Até mais!
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The Moonlight (Dayrol)
RomanceHá quatro meses que a cidade de Londres está sendo vítima de um assassino que mata uma vítima a cada mês. Vítimas que são estranguladas, banhadas e amarradas nuas em suas camas. Cabe a Agente Dayane Limins resolver esse caso que acabará lhe trazendo...