Sweet Home, Caroline

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O táxi parou em frente ao prédio de Caroline. Senti meu estômago se revirar e a comida querer voltar. O senhorzinho me olhou e tocou em minhas mãos.

— Ela vai te aceitar... — Disse ele, respirei fundo e balancei a cabeça. Preciso ter coragem. Eu amo Caroline, sei que ela me ama, sei que estamos ligadas desde aquele primeiro encontro em Londres, no pub tudo ficou mais claro. Ela me quer, como eu a quero. — Boa sorte...

— Obrigada, vou ter. — O paguei, mesmo ele não querendo aceitar, mas paguei mesmo assim.

Sai do carro pegando minha mala, achei meio precipitado levar uma mala com todas as minhas roupas, mas se Carol abrir a porta do seu apartamento para mim, vou precisar delas.
Já estava claro, fazia 10 min que eu estava lá olhando a recepção. Como entrar sem avisar Carol? Era 5h58 min da manhã, Carol já deve estar acordando. Subi as escadas e caminhei para dentro do prédio, acredito que o porteiro achou que eu estava voltando de viagem, pois só me deu bom dia. Era o mesmo daquela noite. Queira muito me lembrar do nome dele.
Entrei no elevador, 15º andar lá vou eu...

A porta me encarava, é apenas uma campainha Dayane. Apertei o botão, sentindo meu coração disparar, eu estava cansada da viajem, a dor nas costas que me matava e a comida que não me caiu bem. O som dos pés de Caroline batendo no chão de madeira me despertou, ela estava vindo. Eu estou bonita? Sim! Fiz questão de me arrumar bem, só estou com cara de cansada... eu sei. Pude ouvir a sua chave girar e a porta abrir. Ah, lá estava ela, com uma camiseta amassada, o cabelo desarrumado e os olhos inchados que ela coçava tanto.
Ela ainda não me viu. Não acredito. Ela está linda com esse cabelo. Quero abraçá-la. Esse cheiro... o cheiro dela!

— Me desculpa vir tão cedo... — Ela tirou a mão do rosto e me olhou com aquele olhar assustado. Ela está mesmo surpresa por eu vir atrás dela? Ah sim, eu também estou, baby.

— O que faz aqui, Dayane? — Sua voz rouca e fria me feriu. Seus olhos caíram sobre a minha mala, ela os revirou. — Não! — Ela foi fechar a porta, mas eu segurei.

— Precisamos conversar, Caroline. Vim apenas conversar. — Ela entreabriu a porta, encostei minha cabeça na porta e passei a olhar aqueles olhos raivosos. Ela é linda.

— Como da última vez, que você foi embora do nada e me largou destruída? — Meus olhos arderam, queria apenas abraçá-la e pedir desculpas.

— Como você fez comigo em Londres? — Ela me encarou furiosa e tentou fechar a porta de novo. — Não vim brigar, só há coisas que precisam ser tratadas. — Tenho certeza que eu estava vermelha, sinto vergonha por aparecer depois de tantos anos.

— Você pode falar daí. — Ela estava falando tão sério, sua voz me passava tamanha firmeza. A dor em meu peito só aumentava e a comida se revirava. Me deixe entrar, baby. Você irá adotar o assunto.

— É sobre seus pais... — Não é apenas isso, nós duas sabemos, pois ela revirou os olhos e ficou em silêncio esperando por mais. — e sobre nós. — Ela riu, sarcástica.

— Não existe mais um nós, Dayane. Deixou de existir há dois anos. Ou você não se lembra do que houve durante esses anos? — As lembranças que guardei apenas para mim, droga, como isso me machuca.

— Me deixa entrar, baby... — Os olhos de Carol se encheram d'água, não queria ver Caroline assim. Não de novo. Vá embora, Dayane, deixe Carol sarar dessa ferida que é você.

A porta abriu, junto com o seu coração. Entrei envolvendo seu corpo em um abraço. Inalando seu cheiro que, estava envolvido a o cheiro de sua cama que eu ainda lembrava. O cheiro do seu cabelo, marshmallows? Hm, ainda cheira a isso. O abraço forte que ela depositou em volta de meu pescoço. Ah, amor, você não sabe o quanto eu esperei por isso.

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora