More than that

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O pub não havia muita gente, aquele lugar costumava encher, mas como é uma quarta-feira os americanos estão trabalhando. Minha mão começou a suar, a mesma sensação de sempre, a dor no estômago e o peito acelerado. Bruno olhou para trás, me encarando e me passando toda a tranquilidade do mundo. Segurei em sua mão subindo até o palco que havia no final do pub. Peguei um violão e rapidinho o deixei afinado, Bruno me olhou novamente sentando no banco ao meu lado.

— Tudo bem? — Perguntou, faz um mês que não escuto isso. Refleti sobre a pergunta, eu estava bem? Eu não sei.

— Hã... acho que sim. Não sei. Podemos começar? — Eu e Bruno começamos a pensar no que cantaríamos, ele deixou que eu decidisse contanto que ele também soubesse a música. Com poucos minutos o pessoal do pub se juntaram a nós, esperando atentamente pela música.

Fechei os olhos e comecei a dedilhar no violão.

— Oh, I don't know
(Oh, eu não sei)

Why you're not there
(Porque você não está lá)

I give you my love, but you don't care
(Eu te dou meu amor, mas você não se importa)

So what is right
(Então o que é certo)

And what is wrong
(O que é errado?)

Give me a sign
(Me dê um sinal)

What is love?
(o que é amor?)

Baby, don't hurt me
(Querida, não me machuque)

Baby, don't hurt me
(Querida, não me machuque)

No more
(Não mais)

What is love?
(O que é amor?)

Baby, don't hurt me
(Querida, não me machuque mais)

Baby, don't hurt me
(Querida, não me machuque mais)

No more
(Não mais)

Conforme eu cantava minha voz ficava fraca, a enorme vontade de chorar bateu em meu peito, senti ele se rasgando. Bruno havia parado de cantar, talvez aquele fosse o meu momento. A música estava se encerrando e a dor no meu peito só crescia.

— No more... — A música acabou, todos no pub aplaudiram e minha voz que era rouca e forte, estava fraca e desanimada. Bruno tocou meu braço, talvez devêssemos parar. — Não vamos parar, Bruno. — Ele assentiu e a noite foi assim.
***

Bruno tirou o... talvez sexto copo de vodka de minhas mãos. O encarei com fúria nos olhos, droga!

— Sai, Bruno! — Tentei pegar o copo de suas mãos, ele me encarou novamente.

— As coisas não vão se resolver assim. — Tentei pegar o copo novamente. — Me dê seu celular e então te dou o copo. — Por que ele queira meu celular? Não faz sentido.

— Não faz sentido. — Falei ainda tentando pegar o copo. Bruno planejava algo, mas eu precisava beber. — Ok, mas primeiro me dê o copo. — Tirei o meu celular do bolso, e ele estendeu o copo e puxou o celular depressa.

— A senha. — Estendi meu dedo e ele colocou na biometria do celular. Ele começou a mexer e logo me entregou, depois passou a mexer no dele e eu observava curiosa. — Vamos. — Ele caminhou até a porta pegando nossos casacos. Quando tentei me levantar senti tudo girar, então ele me segurou pelos braços e o resto não me lembro mais.
                                 ***
Não sabia como havia chegado em meu quarto, mas sabia o motivo de tanta dor no corpo. Levantei da cama sabendo que o dia seria cheio, pois meus pais estavam me cobrando das informações que consegui. Depois de pronta fui à cozinha e já havia café, Bruno provavelmente dormiu aqui e foi embora cedo, ele também tinha deveres. Caminhei até a saída de pus-me direto a empresa.
...
Minha mente estava totalmente ocupada com as papeladas em minha frente, me perguntava se deveria dar aquilo aos meus pais. Não, eu não deveria, mas eles pediram. Eu não sei o que fazer, isso aqui dará muito dinheiro e aquilo ferraria muitas pessoas, inclusive o pessoal que trabalha da empresa ser danificado. Danificaria Day, e isso é o que mais me preocupa.
Escutei batidas na porta e Sebastian entrou, Sebastian trabalha comigo desde que comecei meu estágio, é meu braço direito da empresa. Não sou de confiar em qualquer um, mas Sebastian não me deu motivos para não confiar. Seus cabelos castanhos em um belo topete e olhos quase esverdeados dava um visual galante, principalmente com aquele terno cinzento. Ele carregava uma pasta preta que colocou em minhas mãos sem dizer uma palavra.

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora