make a journey

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Acordei antes de Carol, Delegado Fields havia mandado uma mensagem avisando da prisão de Josh Hyde e com certeza também mandou uma mensagem para Carol, eu estava mais disposta dessa vez. Estava tentando segurar as pontas por ela, para que ela pudesse se reerguer o mais rápido possível. Hoje iríamos a um piquenique, mas sem que ela soubesse. Faria uma surpresa inesquecível, como nosso primeiro piquenique, cantamos e nos divertimos, quero que hoje seja especial, eu sei bem o sentimento que está em seu coração, a ideia de que é um peso para mim e que eu não devia estar aqui, mas aqui é meu lugar. O melhor lugar do mundo todo, é seu abraço, seu colo, sua casa que também se tornou minha.

Hoje seria mais que especial, seria perfeito. Por isso fui ao mercado antes que ela acordasse e quisesse ir junto. Odeio mercados, odeio a ideia que ter que comprar tudo sozinha e poder esquecer algo. Mas dessa vez fiz uma lista e consegui tudo o que precisava. Consegui preparar alguns sanduíches sem que Carol acordasse, mas coloquei tudo de volta no porta mala e subi de volta para acorda-la.

— Achei que ainda estivesse dormindo. — Ela estava com o rostinho de sono, meio amassado. Ela continuou me olhando e logo se sentou na cama, ela ia levantar.

— Delegado Fields me mandou uma mensagem. Ele te enviou uma também? — Ela saiu da cama e foi até o banheiro, fechando a porta em seguida.

— Sim. Como está com isso? — Falei tentando dormir do outro lado da porta. Logo ela abriu a porta vindo com o barulho da descarga.

— Aliviada, eu acho. — Ela começou a escovar os dentes e parecia ríspida.

— Vamos sair hoje? — Ela me olhava as vezes, direcionava seu olhar ao espelho, mas não mantinha muito contato visual. Estava mais reservada hoje e sinceramente, era difícil.

— Em que lugar você quer ir? — Ela cuspiu a espuma e se virou para mim, encostando as costas e as mãos na sua pia branca que custa mais que meu carro.

— Queria te fazer uma surpresa. — Ela deu um sorriso breve. Não foi forçado nem nada, mas foi tão rápido que quase não cheguei a ver.

Vou tomar um banho então, devo tomar café ou comemos no caminho? — Perguntou me arrancando do banheiro e fechando a porta.

— Deve comer uma fruta pelo menos, para aguentarmos o caminho sem desmaiar. — Gritei a ouvindo dizer um "ok" breve, assim pude arrumar a bagunça da cama enquanto ela tomava uma ducha demorada.

Eu sei o quanto isso iria animar Carol, estava pensando em levá-la para viajar. Ficar nesse apartamento não a trás lembranças boas, presumo eu. Quero conhecer o mundo junto a ela, nada muito chique, apenas com uma mochila nas costas e um único sapato nos pés. Eu queria aproveitar junto a ela e mostrar que ainda há muito o que viver.

— O que devo usar? — Ela perguntou segurando a toalha no corpo, agora era minha vez de entrar no banho.

Algo leve, está muito calor. Entrei no banho a vendo me fitar, diferente dela eu não me sentia intimidada de me banhar ali mesmo.

A água não tão fria, mas que nem chegava a ser morna desceu pelo meu corpo trazendo uma sensação gélida. Molhei meu cabelo e senti toda a tensão desses cinco dias saírem e deslizarem pelo meu corpo, até chegar aos meus pés e sumir.

— Posso entrar com você? — Ouvi ela entrando e eu apenas assenti, sentindo seu corpo se apertar ao meu. — Acho que eu nunca te agradeci por me salvar tantas vezes. — Eu não queria entrar nesse papo. Abri meus olhos e a vi me encarando com seus olhos tão expressivos. Eu abracei seu corpo no meu, para que ela também sentisse a leveza da água.

— Vamos viajar? — Perguntei ainda abraçando seu corpo, mas dessa vez sem olhá-la.

— Hoje? — Ela perguntou surpresa.

— Não. Ainda há coisas para eu resolver, mas vamos em breve. — Ela soltou o ar, com certeza se assuntou com o assunto tão repentino.

— Eu adoraria. — E ela se calou, ficamos ali abraçadas por uns 15 minutos quando decidimos que já estava mais que na hora de arrumar as coisas para sairmos.

Era por volta das Meio Dia, o sol estava alto e queimava nossas cabeças enquanto eu dirigia para bem longe da casa de Carol. Ela curtia a música do meu lado, as vezes comentava coisas que eu não entendia, mas apenas mexia a cabeça e ficava tudo bem. Ela sorria as vezes de uma forma que me mostrava todos os seus dentes. Seu cabelos ficou muito bagunçado quando resolvemos abaixar a capota do carro, tive que lhe entregar outro boné para conter os fios a solta.

— Estamos no Brooklyn. — Ela disse, quase gritando enquanto segurava o boné. Eu sei risada e assenti, dessa vez entendendo o que ela quis dizer.

— Está surpresa? — Perguntei querendo olhar sua expressão por longos minutos, mas precisava olhar para frente.

Não muito, eu gostava de vir a um restaurante pequeno que tem por aqui, vinha de metrô para aproveitar a vista. — Mais um fato sobre Carol que eu não sabia, ela era talvez uma apreciadora de metros.

— Gosta de metros? — Perguntei cogitando na possibilidade de ter a trazido nessas máquinas.

— Depende do horário, o metro pode ser caótico às vezes. — Não foi uma má escolha vir de carro.

Corremos por mais uns 30 minutos quando chegamos ao tão esperado Parque da Ponte do Brooklyn. Não era um Central Park, mas o anoitecer aqui chega a ser mais bonito. Carol estava surpresa, faz tempo que não íamos a um parque, alguns anos para ser mais exata.

Sentamos na grama do parque de frente para a ponte, estava vazio e isso era surpreendente. Carol falava do tempo em que vinha aqui, mas foi barrada pelos seus pais por ser o "Brooklyn" e não ser lugar para a classe dela. Ela estava feliz e aquilo me tirava do sério, eu queria beija-lá aqui é agora. Fazê-la comer até não se sentir faminta por muito tempo, pois comer era difícil para ela.

— Temos que viajar por muitos países, até a gente não ter mais dinheiro. — Falou rindo. Acho meio impossível faltar dinheiro para Carol. Logo não me faltará quando conseguir me apossar do que é meu por direito. Em falar nisso, preciso ligar a Jade.

— Temos que aproveitar o máximo, casar em Las Vegas e...— Seu olhar surpreso não foi a única coisa que me assustou, mas o que eu havia dito também me assustou. Era a segunda vez que uma de nós falava em casamento.

— Pensa em se casar comigo? — Perguntou enfiando outro pedaço de bolo na boca e mastigando em seguida.

— Pra ser sincera, sempre pensei. Só que agora é diferente. — Ela me perguntou o porque e eu não sabia o que responder, até que a luz se acendeu dentro de mim. — Hoje eu tenho certeza do que quero, do que preciso e do que sinto por você.

— Não é a única. — Ela falou me libertando de uma grande dúvida. Ela quer as mesmas coisas.

Carol se aproximou, eu fiz o mesmo até sentir os seus lábios e meus olhos fecharem. Nos beijamos por longos minutos, o ar sobrava e eu sinto que poderia ficar ali por horas, até que ela nos separou e me fez uma proposta.

— Vamos a Londres resolver o que há para resolver, assim podemos casar o mais rápido possível. — Meu estômago doeu com a possibilidade, mas eu sabia que era isso que eu queria.

Eu queria Carol. Não apenas Carol, mas uma vida inteira com ela.

Notas:
Pelo visto as duas estão decidas a algo, parece que é bem recíproco, mas será que irá durar muito?

Me digam o que estão achando e o que esperam da fic. Terá muitas surpresas daqui pra frente e muitas descobertas. Espero que estejam gostando.
Até.

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora