what happens after love?

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O que acontece depois do amor?
Já disse amar tantas vezes Caroline, agora essas palavras ficaram tão... vagas. O amor é tão imenso, mas eu o deixei escapar e se tornar promessas não cumpridas em meu relacionamento que, agora nem é um relacionamento mais.
Amar ela foi uma promessa, foi um voto que fiz assim que bati meus olhos nela, assim que seu cheiro invadiu aquele pub. Eu me perdi desse sentimento, preciso reencontra-lo e logo.

O quarto de hotel era "chique", gostava da vista da cidade que eu tinha ali. Consegui alugar um carro, fiz reserva no restaurante que Caroline tanto gosta, pedi a Ezra, aquele garçom amigo de Carol, reservar a mesa preferida dela. Eu estava jogada na enorme cama enquanto fitava a mudança de cores do céu, estava a espera de qualquer sinal de Carol.
"O que está pensando em fazer hoje, Dayane?" meu subconsciente me acordou de meus pensamentos. Eu realmente não planejei essa noite, não sei nem o que devo vestir.

— Talvez eu deva usar algo elegante, mas o que exatamente? — Falei comigo mesma indo em direção ao roupeiro do hotel onde já estavam minhas roupas que eu organizei no tempo vago. Peguei alguns pares de roupa e comecei a combinar peças.

Caroline vai estar bem vestida, e pelo que a conheço usará aquele vestido preto justo e com um enorme decote. Estará com seus cabelos soltos, que quando bater aquele vento me lembrará um leãozinho valente, mas que tem medo de viver a grande aventura que é a vida.
Pelo que me conheço bem, vou bater os olhos nela e lembrar o porque de ter me apaixonado. Vou olhar aqueles olhos cheios de expressão, mas que não sei discernir o que sente. Ela vira em minha direção e meu coração irá disparar, me fazendo respirar fundo, muito fundo e dizer aquela palavra... "uau". Então ela irá sorrir e me envolver em seus braços, sem esforço porque estará usando um salto alto. Vou passar minhas mãos por sua cintura e soltar todo ar que acumulei, ficando ali com ela por longos minutos.
Eu quero fazer Carol entender o que eu sinto por ela. Quero que ela veja em meus olhos que eu a amo, que não é da boca para fora. Quero amar ela com meu sorriso, com os olhos e quando eu tocar em sua mão, quero que ela sinta a energia de nossos toques. Faz tempo que não sentimos isso, mas hoje tudo irá acontecer.

point of view Carol Biazin.

Passei a tarde pensando se deveria ir mesmo jantar com Day, acho que é o nosso primeiro jantar. Quando a conheci eu me senti tão segura, amei ela tão rápido que acabamos agindo de uma forma precipitada, que levou a um fim tão rápido e doloroso.
Já era quase 7h00 da noite e eu resolvi acender as luzes do apartamento, fiquei sentada no chão da sala olhando o céu o dia todo. Hoje estava incrível, a poluição de NY parecia ter diminuído, pois dava para ver tantas cores se misturando, me fez lembrar dos piqueniques com Dayane nos parques de Londres. Ela adorava olhar os formatos das nuvens, até achamos uma que parecia os 12 discípulos sentados à mesa com Jesus. Isso me fez rir, essa lembrança é muito boa.

Me enrolei em uma toalha, meu cabelo estava molhado e decidi que deixaria ele secar sozinho, me joguei na cama e pensei em pegar meu vestido que combina com tudo, seja lá onde Day pretende me levar.
É gostosa essa sensação de primeiro encontro, não sei o que devo esperar. Será que ela irá me trazer até a porta e voltar para o hotel? Será que ela irá entrar e... ah, não pense besteira.

Caminhei até o closet, sempre tive muitos vestidos, mas Day adora um em específico. Meu vestido midi tubinho, acredito que ela adore o grande decote que há entre meus peitos, pois eles se esmagam, ela adora. Ele coube como uma luva, só falta o sapato. Também tenho muitos sapatos, mas meu salto agulha preto se destaca sempre. Resolvi colocar brincos, gotas de ouro, eles me dariam um ar poderoso, ficariam visíveis por conta do dourado. Eu estava pronta, só faltava passar algumas borrifadas do perfume que comprei em Paris. Estava esperando por um momento especial, um momento em que eu precisasse me sentir poderosa, esse é o momento certo.

Meu celular vibrou, era uma mensagem de Day. "Espero que esteja pronta, te aviso quando chegar". Sorri, estava feliz que Dayane está disposta a tentar me reconquistar. Ver ela saindo pela porta e demorando dias... anos pra voltar, doeu. Nada me tira a ideia de que dessa vez não será diferente, parece que algo irá dar errado.
***
Estava esperando Dayane em frente ao meu prédio, estava começando a esfriar e me peguei na ideia de que, ela não viria mais. Mas um carro parou em minha frente, não dei muita bola até que a vi saindo dele, estava perfeita. Seus cabelos volumosos estavam soltos e caíam sobre seu peito enquanto ela andava até mim, ela vestia uma camisa preta de gola alta, uma calça social cinza com as barras dobradas, um cinto que se destacava como meus brincos e aqueles coturno preto que a deixava um pouco mais alta. Ela está elegante, tão elegante que perdi minhas palavras, assim como sempre acontecia com ela. Dayane me olhava, os olhos brilhantes e os lábios avermelhados, ela estava maquiada como eu, nada muito perceptível. Dayane é linda, principalmente quando deixa suas tatuagens a vista, enfatiza o ar de durona que ela tem.

— Nunca imaginei te deixar sem palavras. — Ela se aproximou me envolvendo em seus braços, assim como ela sempre faz. — Desculpa o atraso, o trânsito está péssimo. — Ela me soltou, mas ainda com as mãos em meus ombros, me olhou de ponta q ponta. — Nunca me canso de te olhar, é uma beleza tão... única. — Dayane me elogiava muito, me passava muita sinceridade. Eu nunca consegui elogia-lá dessa forma, mesmo ela sendo a mulher mais linda que eu vi em toda minha vida, e olha que conheci muitos lugares.

— Você está elegante... linda. — Senti meu rosto queimar, aqueles olhos me fitavam com um olhar tão desejado. — Vamos? — Dayane assentiu e abriu a porta do carro, carro esse que eu não sabia da existência.

Antes que pergunte, aluguei o carro. Um dodge, sempre quis um. Gostou? Ela colocou o sinto e ligou o carro, o ronco do motor era incrível. Ela sorriu para mim e soube a minha resposta, eu adorei.

Dayane dirigia não tão rápido, as vezes quando precisava frear bruscamente colocava suas mãos em minha frente, mesmo o cinto de segurança já fazendo isso. Ela falava sobre como estava incrível o céu, que o hotel que ela se hospedou era muito bom e que tinha uma vista como na minha casa, reclamou dizendo que seria péssimo para dormir por conta da claridade, mas que ficaria muito feliz de acordar vendo o céu ganhar cor.

— Se a claridade te irritar, sabe que tem minha casa... — Falei antes mesmo que eu percebesse, mas não me arrependi de dizer, quero que Day saiba como tem uma segunda casa aqui. Ela parou o carro em um semáforo vermelho e me encarou.

— Sabemos o que acontece quando ficamos na mesma casa, se dormíssemos no mesmo lugar seria pior. — Ela está mesmo levando a sério a ideia de ir com calma não é? É uma surpresa, já que Day provavelmente nunca foi "com calma" com outras mulheres. — Você é mesmo importante para mim, Carol. Quero mais que isso com você, e agora é pra valer. Quero você por completa. — As palavras fizeram meus olhos se encherem d'água, ela já havia dito isso antes, mas agora está sendo muito mais sincera. Ela não só me quer, como também precisa de mim.

Ela deu partida no carro quando o semáforo ficou verde, seus olhos ainda colados no meu fez com que eu percebesse, eu preciso disso... preciso de Day. Sei que hoje será uma noite incrível, seja lá onde ela está me levando.



Notas:
Mais um capítulo, espero que gostem e que perdoem os erros gramaticais, fiz bem rapidinho pra vocês. Parei em um momento fofinho, mas o próximo capítulo irá se desenvolver melhor.
Me digam o que esperam e o que estão achando. Até mais...

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora