Going after a love

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point of view, Dayane.

Acordar sem Jade do meu lado me fez lembrar dos primeiros meses sem Caroline, o costume de me aninhar ao seu corpo todas as manhãs e no outro dia só ter uma pilha de travesseiros. Com Jade está sendo a mesma coisa ultimamente, faz 1 semana que não estamos mais juntas, mas não chega a ser ruim... estamos livres.

O cheiro de café exalava pela casa quando sai do quarto com meu pijama, ela estava lá tomando uma xícara de chá, fez café justamente para mim. Ela estava com uma camiseta simples cinza, estava descalça e ainda com o cabelo desarrumado. Beijei o topo da sua cabeça, eu não queria deixar de ser carinhosa com Jade, acho que ela merece pelo menos isso.

— Bom dia, Jade. — Ela suspirou, me seguindo com os olhos até o balcão da cozinha. Ela fez bacon e ovos mexidos, ela sabe que eu adoro isso. — Obrigada por ter feito o café. — Agradeci me servindo e sentando-me ao seu lado.

— Comprei uma coisa pra você. — Jade estava estranha, seus olhar estava distante. Ela não está bem. — Gastei um bom dinheiro, então você vai ter que aproveitar isso. — Senti uma grande ansiedade no meu estômago, Jade não era de dar presentes, aquilo estava realmente estranho.

Ela foi até sua bolsa, pegou um envelope e colocou na mesa. Ela olhava aquilo com uma certa decepção. Minha comida parou na garganta, então me aproximei mais dela.

— Jade... o que é isso? — Ela me encarou pela primeira vez nessa manhã, os olhos que a cor é inexplicável, se encaixaram nos meus. Ela segurou minha mão.

— Você tem 1 semana... — Ela me entregou o envelope. — não questione. — Abri o envelope rápido, estava curiosa com tanto mistério.

— Jade... você não fez isso. — Eu estava boquiaberta. Uma dor invadiu meu peito, ela fez isso por mim. — São passagens para NY. — Ela abaixou a cabeça.

— Sim, você precisa contar a ela o que estamos fazendo. Também precisa amar ela, ficar com ela é o que te faz feliz. — Eu levantei, puxando-a para mim, a abracei tão forte que senti seu corpo prensado ao meu. A respiração dela ficou mais calma, seu cheiro doce em minhas narinas. Vou ser eternamente grata pelo que ela fez.

— Vamos arrumar suas malas, o voo é hoje a noite. — Respirei fundo sentindo a ansiedade. Por que eu não questionei? Eu quero mesmo ir? É, é óbvio que eu quero!
                                  ***
Jade me ajudou a arrumar tudo, não me deixou esquecer nada. Eu sempre esqueço a escova de dente, mas ela em lembrou disso também. Me lembrou até de levar as roupas de frio, mesmo estando calor por lá.
Me enfiei embaixo da água quente do chuveiro deixando meu cabelo ser molhado, a turbulência que senti dentro de mim quando descobri que poderia ver Caroline novamente, foi inexplicável. A água quente levou tudo, me fazendo relaxar e acalmar o meu fôlego. Mas, Caroline já deve ter alguém, não é? Ela pode ter achado alguém como eu achei, isso me dói... pensar nisso me dói. Mas eu ainda posso conquista-lá, não é? Eu não sei. Não sei.

— Eu disse que o banho era pra acalmar. — Ouvi a voz de Jade, ela estava sentada em uma mureta que havia no banheiro. Ela percebeu minha euforia.

— Só estou ansiosa. Ela tem alguém? — Perguntei abrindo os olhos e fixando-os nela. Jade pensou, talvez Carol tenha e Jade está pensando em como me contar.

— Bom, eu não sei. Mas ela ainda mora no mesmo lugar há anos, talvez ela tenha alguém sim... — A pontada no meu peito chegou a arder. — mas você não pode desistir. — Me enrolei na toalha e decidi, não vou desistir de Caroline tão cedo.
                                 ***
O relógio no meu pulso marcava 01h00, a madrugada estava fria por aqui. Jade estava ao meu lado no aeroporto, minhas mãos frias tremiam e eu sabia que era medo, medo de chegar lá e Carol me rejeitar, afinal eu mesma fiz isso com ela.

— Para de pensar besteira. — A voz rouca de Jade se fez presente. Ela estava com sono. Eu também.

— Você está lendo minha mente, é? — Perguntei me aconchegando mais nela.

— É melhor ir. — O meu voo seria agora, eu tinha que deixar Jade e ir... droga, por que me preocupo com isso. — Tome cuidado, quando chegar me envie uma mensagem. — Ela beijou meu rosto, o nariz gelado encostou em minha pele e me fez rir.

— Tome cuidado ok? Os Harris podem... você sabe, invente algo. — Suspirei pesado, ela estava desprotegida. — Eu volto. — Ela assentiu e eu a soltei, caminhando para o meu portão de embarque.

Acordei 8horas depois, sentindo meu corpo todo doer por conta da poltrona do avião. Estávamos pousando na grande cidade que nunca dorme. Aquele estátua era incrível e dava para ver lá do alto. Não havia amanhecido ainda, mas estava próximo, era exatamente 4h15 min.
O avião pousou, me enfiei dentro de um táxi, resolvi parar para tomar um café da manhã, eu estômago roncava tanto que até o homem do táxi ria.

— Você é daqui? — Ele perguntou.

— Não, sou de Londres. E você? — Ele me olhou pelo retrovisor, essa um senhor fofo.

— Moro aqui há 28 anos, gosto do clima daqui. — Ele falou, talvez se referindo ao frio que era muito e ao calor que também era em excesso.

— O calor de Sydney é mais quente que o daqui. — Ele me olhou de novo.

— Você viaja muito? — Perguntou. Eu não gostava muito de perguntas, mas essas estavam gostosas de responder. talvez eu estivesse animada. Me remetia a minha adolescência.

— Não mais, mas já viajei pra bastante lugares. Amo isso, mas também amo voltar pra casa. — Ele sorriu, parecia ser um homem doce.

— Eu era como você, viajava o mundo, até que encontrei minha esposa que morava aqui. Aqui é minha casa por conta dela. — Ele suspirou. — Sua casa está aqui? — Ah sim, senhor. Ela está, só não sei como ir até ela.

— Por que acha isso? — Será que estava na cara? Será que eu sorria muito ao pensar nela? Será que eu estava sorrindo agora?

— Você brilha, seus olhos mostram isso. Está indo atrás de alguém que ama. — Eu sorri, estava feliz. Ele tinha razão então assenti.

— Bom, isso é, mas nesse momento estamos indo a uma cafeteria. Estou faminta. — Ele sorriu, ele sorria muito e me pergunto se ele é realmente feliz.

— Espero que a ache, também vejo preocupação em você. — Ele parou em frente a uma cafeteria.

— Vou achá-la, só não sei como trazer-a até mim. — respirei fundo. — Vem, vamos tomar um café. — Descemos do carro e entramos no café, o cheiro doce invadiu nossas narinas e meu estômago roncou novamente.

Seria uma manhã longa...

Notas:
Mais um capítulo, uma surpresa. Espero que gostem e que perdoem os erros. Digam o que acham e o que esperam.
Até mais...

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora