Lembro do som dos disparo e a sensação que invadiu meu peito, a sensação de perda quando o som, não do disparo, surgiu em minhas costas. A explosão do jaguar. Leonardo estava algemando e estancando o sangramento da perna de Isaías, que quando tentou correr atirei em seu joelho. Ele gritava dizendo que ardia, estava desarmado, com o carro destruído enfiado em uma mureta. Corri apontando a arma para o carro, estava escuro demais, não enxergava nada mais que o fogo do carro e Leonardo berrando ao fundo, me dizendo para não me aproximar e acredito que por causa de uma provável segunda explosão.
O carro capotou com Rose dentro, ela gemeu quando a puxei para fora, minha vontade ela atirar contra seu rosto e acabar de uma vez com isso. Mas eu precisava de Carol, precisava tê-la de volta.
— Onde ela está?!
Berrei batendo em seu rosto para que ela acordasse.— Você me achou.
Ela riu, havia sangue saindo de sua cabeça.— Fala onde ela está, por favor...
Eu queria socar seu rosto, na minha cabeça passava as piores maldades que eu poderia fazer. Mas não consigo, não é qualquer pessoa.— Não digo nem que me mate. Se você não me liberar, ela explode. Ela não merece seu amor.
O sorriso surgiu em seu rosto. Meu sangue ferveu. A joguei no chão e fui até meu carro acelerando e o fazendo cantar pneu.— Quanto tempo, Dayane.
A voz rouca e grossa se fez no telefone.— Caroline, minha garota, está em perigo. Eu não consigo pensar sozinha.
Ouvi o isqueiro falhar na ligação e a sua respiração ficar mais distante.— Está procurando por um corpo?
Sua voz era fria. Não, eu não estava. A possibilidade de ter o corpo gelado, pálido e sem vida de Caroline aos meus braços me corrói, a angústia de ver seus lábios tão vermelhos agora roxos por conta da falta de circulação sanguínea, me fez querer parar o carro e vomitar ali mesmo, no meio de uma avenida fria e chuvosa de Forks.— Talvez.
Respondi depois de longos minutos.— Me conte rápido o que aconteceu.
Ter ajuda de Paul nunca me pareceu uma boa ideia, ele era imprevisível e... um assassino. Quem confiaria na palavra de um assassino?Por incrível eu sinto uma ligação com Paul, ele matou muita gente, muitas mulheres, mas parece que temos algo em comum. Eu apenas não sei o que é.
— Ela explode...
Ele repetiu o que Rose havia dito.— Paul não temos tempo.
Falei apertando o volante e vendo Jade me ligar pelo painel do carro.— Você está lidando com uma bomba, provavelmente uma humana. Sabiam que você viria, então ajustaram o tempo da bomba para o momento que você os achasse.
Eu sabia onde ele estava chegando.— Preciso de um esquadrão anti-bomba. Mas onde está Carol?
Espero que não morta. A ânsia tomou minha garganta.— Forks.
Falou e desligou. Minha vontade agora era atirar contra Paul. Ele estava me punindo ou algo assim?Atendi Jade quando apareceu 17 chamadas perdidas no painel.
— Procure alguma propriedade no nome dos Harrys ou os nomes falsos.
Falei engolindo o vômito.— Dayane você pode ser presa.
Ela se referia ao tiro, ao acidente todo.— Faz o que estou mandando.
Falei socando o volante e vendo o carro sair do chão quando passava por alguma lombada.— Dayane eu sou sua chefe, você está fora do caso. Acreditei em você, você me decepcionou e eu não sei como ajudá-la.
— Não, você não vai fazer isso. Ande logo, procure pelas propriedades ou eu descubro sozinha.
— Então procure, mas não vou te protejer mais.
Não ter a proteção de Jade é pedir para ser presa contra meus atos. Eu estava perdendo tudo, meus amigos, Carol, minha família... não sei explicar o quanto isso dói. Eu parei o carro em uma ponte vazia e sai indo em frente a uma ponta dela. Vomitei, joguei tudo para fora enquanto chorava pela primeira vez depois que Carol sumiu. Eu não senti meu corpo caindo, eu apenas apaguei.
Era uma praia, eu podia ouvir as ondas bater e quando abri os olhos tive certeza. Uma praia com muitas rochas, a água espumava em meus pés e lá na frente eu avistava alguém. Mamãe. Não era uma surpresa vê-la, era como se ela sempre estivesse comigo.
— Me desculpe querida, eles também me enganaram.
— Não consigo achá-la. Eu não... não consigo.
Deixei as lágrimas me tomar, eu soluçava e de repente eu me tornei a Dayane de 8 anos, que chorava por tudo e que tinha o abraço quente de meus pais. Assim eu tive. Minha mãe me tomou em seus braços.— Jamais deixarei que machuquem você, eu sempre estive aqui te guardando. Cada passo que você deu, eu dei também. Eu e seu pai guardamos cada lado do seu corpo. Querida, não foi uma proteção física, eu guardei cada sentimento e colhi cada lágrima que caiu de seus olhos. Esse coraçãozinho partido eu também o curarei.
Ela disse em meu ouvido, de repente senti um aperto maior, eu estava nos braços de meu pai. As lágrimas se intensificaram.— Prometa a nós, Dayane, que fará tudo corretamente. Diga que irá agir com cuidado. Não podemos perdê-la, criança.
Ele disse baixo para que eu escutasse. Eles sabiam onde Carol estava, mas precisavam me trazer até aqui.— Eu tentarei, mas... é uma bomba não é?
Os dois se olharam. As mãos de minha mãe alisaram meu rosto e tiraram cada lágrima de minhas bochechas que escorriam e coçavam.— Você precisará de ajuda. Você tem no máximo sete horas para a explosão dela. Ela está em um barco, mas não sabemos a localização.
Eu voltei a ser a Dayane adulta, não estava mais nos braços de meu pai. Estava firme no chão e ainda sim com os olhos fragilizados.— Ainda não é sua hora.
Disse meu pai, com a mesma aparência de quando ele saiu naquela noite.Eu acordei estando dentro do meu carro, não lembro de ter entrado. Mas lembro do meu sonho. Meu celular tocou e foi surpreendente, jamais esperaria um telefonema dela...
— Policial Collins?
Questionei.— Senti de ajudá-la. Isso significa que estou traindo Jade e o resto do pessoal.
Meus olhos se enxergam de lágrimas. Elas ardiam. Eu sei que estou sendo impulsiva, mas o amor da minha vida está em jogo na história. Por que ninguém consegue entender isso? Se fosse o contrário... eu esperava ajuda.— Não tenho mais ninguém.
Desabafei.— Eu sei. Mas estou aqui agora.
Aquilo me acalmou. Senti confiança.Passou alguns minutos e ela me deu as informações que precisávamos. Carol estava no barco que estava no nome falso de Rose, o mais incrível é que estava em movimento...
Informações.
Feliz ano novo!!!!
Me desculpem pela ausência, eu não estou com o emocional muito bom. Espero que esse capítulo anime vocês. Vou tentar postar mais.Entrem no meu perfil, postei uma nome história sobre o natal. Um romance meio clichê, espero que gostem.
Feliz 2021 para cada um de vocês! Obrigada por todo esse apoio.
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The Moonlight (Dayrol)
RomanceHá quatro meses que a cidade de Londres está sendo vítima de um assassino que mata uma vítima a cada mês. Vítimas que são estranguladas, banhadas e amarradas nuas em suas camas. Cabe a Agente Dayane Limins resolver esse caso que acabará lhe trazendo...