deception

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Jade estava em sua segunda cerveja, ela olhava a planta da casa dos Harris com a maior atenção do mundo. Trabalhar com Jade sempre foi fácil, ela se dedica ao máximo e é mais esperta que qualquer um naquela merreca de delegacia. Eu olhava com atenção sua expressão, percebi quando mudou e me encarou com uma interrogação nos olhos.

— O que foi? — Levantei e encarei a planta. não notei nada, mas Jade em silêncio buscou a planta antiga da casa, antes dos Harris morarem lá. Ela colocou o papel por debaixo da planta nova, faltava um cômodo. — Jade... — Suspirei surpresa.

— Eles ocultaram um cômodo... — Os olhos de Jade brilhavam, aquele sorriso vitorioso. — Achamos a mina de ouro em menos de 40 min. — Jade colou a garrafa em sua boca e bebeu mais um gole de sua cerveja, mas seu sorriso não saia de seu rosto.

— Foram 1h30min, mas você é incrível. — Disse colando seu corpo no meu, ela suspirou e sorriu. Jade adorava vencer, adorava se destacar.

— Eu sei, e é por isso que você precisa me agradecer. — Ela sorriu sapeca, aquele maldito sorriso perfeito.

Beijei Jade como nunca havia beijado, tirei a garrafa de suas mãos e coloquei naquela mesa da varanda. A levantei, colocando seu corpo apoiado na mesa, mas colado no meu. Minhas mãos apertavam sua bunda, desciam para sua coxa e as vezes eu sentia Jade pressionando seu sexo em minha coxa. Colei minha boca no seu pescoço, chupei forte enquanto ansiava por mais contato.
Isso era bom, só não tão bom quanto... deoga, por que ainda penso nela?

— Por que parou? — Perguntou uma Jade ofegante e me puxando de volta.

— Não posso foder você aqui, vem. — Jade pulou da mesa e se arrastou até a sala de estar, onde eu a joguei no sofá enquanto tirava minha camiseta. Jade me esperava deitada.
                                 ***
Havia uma Jade ofegante em cima de meu corpo, seu corpo suado grudava no meu. Ela sorria, às vezes suspirava e aquilo me fazia pensar sobre como eu enganava Jade, como me enganava dizendo que gostava dela.

— Eu te amo... — Jade soltou no ar. Meus olhos se encheram d'água. Eu não poderia dizer o mesmo. Deveria fugir e me esconder no enorme banheiro do nosso novo apartamento? Droga, Dayane, onde você se meteu?

— Acho melhor eu ir tomar um banho... — Desviei de seu olhar, meu braço estava dormente com o peso de seu corpo. Escutei um questionamento de Jade atrás de mim, mas tranquei a porta antes que ela entrasse.

A água quente invadia meu ser. Já havia chorado o suficiente para inchar meus olhos. O meu coração se apertava ao pensar em Caroline seguindo sua vida como eu segui a minha. Nunca mais busquei saber ela, me questiono se ela se casou, se ela se mudou de seu apartamento que tanto adorava. Se voltou a tocar, se foi visitar seus tios. Eu necessito saber de Caroline. Talvez devesse fazer uma busca, a internet sabe muito sobre Caroline Harris Biazin.
Por que eu ainda me importo? Eu não sei. Eu deveria realmente ter buscado algo mais fácil do que me envolver com quem me conhece tão bem. Ninguém merece viver em uma mentira, como estou vivendo com Jade há 1 ano.

Saio do banheiro e me deparo com uma Jade sentada na cama, seu olhar cai sobre suas mãos e eu sei. Sei que ela quer falar sobre o que houve, ela me conhece e sabe quando algo me aflige. Vou até o closet enorme que, eu uso apenas uma parte dele e procuro por algo nada chamativo, hoje eu me encontraria com os Harris.
Jade veio até mim se encostando no batente da porta, me encarando enquanto deixa minha toalha cair do corpo e começando a me vestir. Ela quer perguntar, quer me abraçar e me olhar com os olhos pidão de "me conte por favor, amor". Eu não sabia negar a isso, mas também não poderia ser sincera e magoá-la.
Me sento na nossa imensa cama, coloco meus sapatos e retorno a olhar o mar de azuis que são seus olhos. Jade não merece isso...

— Você quer perguntar, então vá em frente. — Falei colocando a aliança prateada de volta no meu dedo, fiquei encarando o quanto aquela aliança não fazia sentido.

— Está tão na cara? Eu não queria... hã, brigar de novo por causa das minhas perguntas. — Nossa última briga foi por conta disso, ela me cercava ao ponto de me sufocar. — Mas eu quero muito entender o que houve... — Seus olhos se marejaram, aquilo me doeu tanto que parecia uma explosão dentro de mim. culpa.

— Nós... juntas, não fazemos sentido. — Foi o que consegui colocar pra fora, depois disso comecei a chorar, parecia que um peso estava saindo de mim aos poucos. A dor de anos, tudo que guardei para não ter que suportar, ela está vindo agora. — Jade... eu tentei te amar por 1 ano, mas... — Sequei as lágrimas, pelo menos tentei. Meus olhos a encontraram e ela estava ali, me abraçando como sempre fez. Sendo minha amiga.

— Você tem assuntos inacabados, você tem que ir resolver e sabe disso. Eu também sabia que isso não duraria por muito tempo. — Sua voz era tão fraca que parecia um sussurro, ela estava calma por mim. Sempre tivemos isso, uma ser o colo da outra e agora ela é o meu. — Preferi me apegar no que eu sempre quis; me apeguei na mentira de realmente ter você. — Ela encostou seu queixo no ponto de minha cabeça. Seu perfume me invadiu.

— Jade... eu não queria isso. — Ela acariciou meu rosto fazendo meu olhos correrem a ela.

— Eu sei, não queríamos isso. Mas foi o que houve e está tudo bem. Vamos nos encontrar com outras pessoas, nós não nos pertencemos. — Ela encostou sua testa na minha. — Nosso plano ainda está de pé, então se arrume e vou te levar até os Harris. Você precisa me dar tempo. — Assenti me levantando, um outro peso caiu sobre meu corpo, preciso ir ver Caroline.
***


Notas:
Eu sumi, sim. Já virou rotina e eu sei disso. Me perdoem, estou com problemas pra escrever e acho que todos entendem o que é isso. não é fácil ter que usar a cabeça o tempo pra criar mais capítulos. Por isso peço, como sempre, pra mandarem o que acham que vai acontecer porque isso me ajuda.
Boa leitura, atualizo mais quando der. perdoem os erros e o capítulo pequeno. até mais...

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora