Hidden Empire

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O carro acelerava para quase fora da cidade, Jade cantarolava algo enquanto batia com as mãos no volante. Achei que ela estaria pior pelo que aconteceu mais cedo, achei que choraria escondida e que abandonaria nosso plano, mas não. Hoje ela pegou em minha mão para seguir até o elevador, achei que fosse mania dela. mas também não, ela fez isso para caminharmos até o carro no estacionamento. Ela me olhou e tocou em minha mão que descansava sobre minhas coxas. Ela a segurou e me olhou rápido, sem tirar a atenção da estrada.

— Depois disso, pretende voltar a trabalhar na delegacia? — Ela fazia um carinho gostoso entre meus dedos. Fiz o mesmo.

— Acho que vou ser demitida. — Rimos juntas. — Os Harris mandam uma boa quantia à delegacia, não vão me manter lá. E outra... estou há muito tempo sem trabalhar. — Ela riu de novo, Jade ia trabalhar todas as manhãs e sempre me acordava perguntando se eu queria ir junto, mas eu sempre neguei. Depois de Caroline eu me senti incapacitada de solucionar qualquer coisa na cidade, até um simples roubo de mercadinho.

— Nosso chefe será denunciado e talvez, preso. Todos que receberam propina serão mandados embora. — Ela soltou minha mão por alguns estantes, mas logo voltou a segura-lá de novo. — Eu... você é a melhor Agente da delegacia, seria uma pena perder você. — Jade foi parando o carro na entrada do grande portão da casa dos Harris.

Hoje eu iria tentar reconquistar os Harris, assim eu teria passe livre para um próximo jantar. Hoje Jade iria participar, ela também precisa conquista-lós e... não ser uma ameaça na visão deles.
Jade me encarava enquanto desligava o carro, não era um bom dia para nós e eu sabia disso, mas ela fazia tudo ficar mais tranquilo.

— Está nervosa? Sabe que não precisa... eu estou aqui. — Respirei fundo ainda segurando em sua mão. Está tudo bem, Dayane.

— Podemos ir embora a qualquer momento. — Falei passando confiança, Jade não era obrigada a isso. Ela balançou a cabeça. — Obrigada por vir mesmo depois daquilo... — E pela primeira vez no dia, o olhar de Jade caiu sobre suas pernas. Ela soltou minha mão e abriu a porta do carro. Droga.

— Isso iria acontecer, se você não fizesse eu faria por você. — Ela deu um sorriso rápido e saiu do carro, fiz o mesmo. Ela segurou em minha mão para caminharmos até a entrada da casa dos Harris. — Hoje ainda somos um casal, não se esqueça. — Aquele olhar sério me enfatizou, logo ela viu os Harris nos esperando em sua grande área de entrada e abriu aquele sorriso que apenas ela tem.

A noite seria longa.

point of view, Jade.

A mão de Dayane suava na minha, uma coisa que ela não sabe fazer bem é mentir. Hoje mentiríamos, tinha que ser uma mentira que até nós acreditaríamos. Analisando o caso dos Harris, os desvios de dinheiro e o contrato falso, é tudo muito confuso. O que me fez pensar se os Harris seriam capazes de matarem os pais de Day. Não! Não seriam capazes de matar, mas sim mandar matar. Eles nunca sujariam suas mãos.
Eu ainda sorria enquanto caminhava até eles. O perfume de Day me trazia tranquilidade por nós duas, somos boas juntas.

— Senhor e Senhora Harris. — Day soltou minha mão e os abraçou, um por vez. Eles não parecem pessoas ruins, o Senhor Harris tem cara de um homem bom do interior que ajuda todos.
Aparências enganam.

— Já falamos sobre formalidade, Day. — A mulher me olhou sorridente. Devo me apresentar. — E você é...

— Jade Picon. — Estendi minha mão, mas a mulher me abraçou. Ela cheirava bem, o abraço transmitia conforto. Era bom. Apertado.

The Moonlight (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora