The Way You Love Me | L. S.

DÉCIMO QUARTO CAPÍTULO

IMPORTANTE: antes da revisão, muitas pessoas se aborreceram com uma coisa dentro de uma das cenas desse capítulo, então resolvi dizer aqui que os anticoncepcionais nesse mundo são 100% eficazes, contanto que a pessoa os tome em dia. Além disso, DSTs são raras pela saúde impecável de lobos e lobisomens, portanto, a camisinha é um detalhe, algo que pode ser usado em casos de querer garantir a segurança absoluta ao ter relações com um desconhecido. Pedir para usar camisinha, mesmo estando com sua alma gêmea, é demonstrar que não confia na pessoa.

Não, isso não é um spoiler do capítulo. Apenas uma explicação.

Tendo deixado isso claro, boa leitura! ♥

இ

      Meus ouvidos conseguiam captar a música calma vinda do andar de baixo, além das conversas em inglês, francês e polonês, com tantos sotaques bem marcados que era relativamente difícil entender algum assunto. O cheiro da comida também chegou até meu nariz, mas eu só estava ficando cada vez mais enjoado com aquilo pelo nervosismo. Encarando meu reflexo no espelho do banheiro, perguntei-me se ainda dava tempo para trancar a porta e só sair se Harry realmente precisasse.

      Falando no alfa, desde o dia anterior nós não tínhamos mais trocado nenhuma palavra, e eu estava sinceramente exausto de saber que sempre que tivéssemos uma recaída nas brigas e tensões, voltaríamos àquele estado mórbido e desconfortável. Após chegarmos em casa, eu guardara as roupas que foram compradas para aquela festa, além de mais alguns itens que Harry precisava, e esse foi o tempo para que ele se banhasse antes de sumir dentro de seu escritório pelo resto do dia. Agora, o relógio do meu quarto marcava 18h45min e eu não queria sair. Estava ansioso porque, por mais que eu soubesse falar francês e tivesse uma boa audição para distinguir as palavras carregadas pelo sotaque polonês, eram pessoas muito influentes que estavam na mansão.

      Compenetrado na tarefa de ajustar os suspensórios, somente notei que Harry me observava pelo espelho quando ele limpou a garganta de modo ruidoso. Encarei seu reflexo, imaginando se precisaria de algo, mas sua expressão entediada incentivou-me a ignorar sua presença; se ele queria tanto manter aquele temperamento bipolar e fingir que eu não existia ou que não tínhamos nos beijado, por mim estava tudo bem. Contudo, eu também não daria o prazer de tentar consertar as coisas entre nós. Por mais que doesse no lugar mais fundo de meu ser, eu já tinha feito muitas coisas para tornar nossa convivência minimamente suportável.

      — Onde está sua gravata?

      — Na cabeceira.

      Sua presença deixou-me por alguns segundos antes de Harry tornar ao banheiro, aproximando-se o bastante para virar meu corpo para si e passar suas mãos por meu pescoço, fazendo o nó da gravata borboleta. O alfa analisou-me com atenção, da cabeça aos pés, e pareceu levemente satisfeito, até feliz, ainda que suas emoções tenham sido expressas por sua aura, não pelos seus olhos ou ações.

      — Você demorou para aparecer lá embaixo, vim procurá-lo — ele explicou depois de um tempo me olhando.

      — Estou nervoso, só isso — virei-me para o espelho, aprovando meu visual.

      Minha cintura estava bem marcada, mesmo com o terno, mas era elegante, muito bonito. Meus cabelos penteados em um topete faziam meu rosto parecer mais sério do que eu realmente era, meus olhos eram bem delineados e marcados junto ao tom da gravata e dos detalhes do terno. Eu me sentia estranho e deslocado, porque nunca tinha usado roupas como aquela; o mais parecido com aquilo fora quando, no último Dia das Mães que pude comemorar com Jay, minha escola planejara uma apresentação.