OITAVO CAPÍTULO

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      Logo depois de eu ter tomado banho e trocado de roupa, cochilei durante a tarde e internamente eu agradeci por Harry não ter precisado de mim naquele tempo. Eu estava realmente cansado e os remédios da anemia e os anticoncepcionais pareciam ter me pegado mais forte daquela vez. Acordei somente às sete, sentindo o cheiro da comida de Meryl lá embaixo.

      Antes de sair, lavei o rosto e penteei os cabelos, notando que minha barba começava a crescer. Dali alguns dias, eu precisaria raspá-la de novo. Mas não dei muita importância, calçando meus chinelos felpudos pelo frio e desci preguiçosamente as escadas. Senti o cheiro da comida e meu estômago roncou conforme eu chegava mais perto da sala de jantar, porém meu corpo paralisou quando eu prestei mais atenção no meu olfato.

      Frango assado com algum molho agridoce, sucos, os acompanhamentos, Liam, Harry e… Arregalei os olhos, entrando rapidamente no cômodo e atraindo três pares de olhos para mim, mas prestei atenção somente naqueles orbes azuis e chorosos. Eu devia estar igual pois, assim que tivemos certeza de que não éramos fruto de nossas mentes, Niall e eu corremos para nos abraçar.

      Senti-lo em meus braços, mesmo após somente alguns dias, foi a melhor coisa que acontecera. Pude ouvir seus suspiros e soluços e me segurei para não chorar também. Ouvi Liam pigarrear e, ainda tendo meus braços ao redor do pescoço de meu amigo e os deles na minha cintura, olhamos para o alfa.

      — Oi, Louis — ele sorriu e eu retribuí o gesto, indo até ele para também abraçá-lo. Isso pareceu surpreendê-lo, mas fui recebido com bom grado. — Como você está?

      — Bem, obrigado. E você, oficial Payne? — Perguntei olhando para cima, já que o alfa era alguns bons centímetros mais alto. Ouvi um grunhido baixo e arrastado de Harry, que decidi ignorar.

      — Estou cansado pelo trabalho, mas continuo firme — ele me soltou e bagunçou meus cabelos. — Vim para cá porque, com todas as coisas sobre a prisão domiciliar e o julgamento de vocês, eu preciso fazer algumas visitas para atualizá-lo sobre o andamento disso tudo. E, claro, consegui achar uma brecha para você poder ver Niall.

      Sorri grande entre Liam e meu amigo, quase chorando de emoção. Aquela notícia tinha me dado tanto alívio, mais até do que eu podia imaginar. Niall me puxou pelo pulso, grudando em mim.

      — E como estão indo as coisas sobre isso?

      — Liam cuida da parte do senhor Horan, enquanto eu cuido da sua — respondeu Harry, fazendo com que eu o olhasse. Ele estava cortando um pedaço de carne. — Mesmo que você esteja aqui em prisão domiciliar, ainda assim é possível que precise depor ou apenas gravar um tipo de testemunho contra Bartley. Há negociações pendentes, claro, mas isso é um detalhe irrelevante agora. Eu estou fazendo o que está dentro do meu alcance para que sua pena seja apenas ficar confinado aqui por, no máximo, de três a quatro anos.

      Eu sabia do prazo que eu precisaria ficar na mansão Styles pela primeira vez em que Liam e eu nos encontramos, mas não sabia que, na verdade, quem tinha arranjado essa brecha era o próprio Harry. Aquilo me pegou de surpresa e, com os olhos pinicando, sorri pequeno para o alfa. 

      — Obrigado, senhor Styles.

      Ele apenas assentiu, mas não me afetei pela falta de emoção. Ainda estava extasiado em saber que o lobisomem mais egocêntrico e mal-humorado que eu conhecia era o responsável por minha pele ter sido salva da Contenção. Algo borbulhou dentro de mim, no meu estômago.

      — Bom, eu e Harry temos assuntos a tratar hoje — disse Liam, me trazendo para a mesa. — Por que não come junto de Niall e então o leva para conhecer a casa? Têm duas horas para isso.

The Way You Love Me | L. S.Onde histórias criam vida. Descubra agora