The Way You Love Me | L. S.

VIGÉSIMO NONO CAPÍTULO

Recado no final, leiam por favor ♥

இ

      — Amor, você pode me passar a água? — Pedi. Harry buscou com a mão a garrafinha no suporte e me entregou. — Obrigado.

      — De nada.

      Estávamos viajando por quase quatro horas e eu ainda não entendia todo aquele mistério. Era uma cidade à qual estávamos indo, aparentemente, uma vez que a fronteira de Londres tinha ficado para trás havia um tempo considerável, mas Harry recusava-se a revelar exatamente o nosso destino, mesmo que eu lhe perguntasse inúmeras vezes. Eu tinha tentado fazer um joguinho de adivinha listando algumas possíveis cidades, mas o alfa era tão teimoso quanto eu, então acabei me frustrando e deixando o assunto para lá.

      Olhei para ele, que tinha a cabeça deitada sobre um dos travesseiros que resolvemos levar no caso dos da hospedaria em que ficaríamos não suprissem as necessidades de sua coluna, seus olhos vidrados na paisagem que se projetava e sumia rapidamente. Voltei a prestar atenção na estrada, ouvindo a voz de algum cantor que eu não conhecia soar na rádio. As costas de Harry ficaram ruins depois de ele ter dirigido na noite em que fomos ao hotel Shangri-La, então fizemos um acordo mútuo que eu dirigiria quando necessário.

      Aquilo pararia quando minha gestação se tornasse mais penosa e rigorosa, mas era bom ainda ter aquela liberdade. Tirei uma de minhas mãos do volante para colocá-la sobre minha barriga coberta pelo suéter de lã. Na última semana, Harry e eu precisamos passar os dias na mansão e adiar nossa ida ao tal lugar surpresa que ele queria por causa das sessões de fisioterapia. Elas tinham sido intensivas, o que requereu que ambos ficássemos em repouso antes de pegarmos estradas.

      O que também aconteceu foi que, após eu começar a tomar as vitaminas que Gigi recomendara, as mudanças em meu corpo surgiram de forma estranha. Primeiro, o aumento de libido, sendo seguido pelas dores na lombar. Naqueles dias onde Harry e eu enfrentamos os exercícios especiais passados por Zayn, minha barriga tinha aumentado. Não era muito, porém quem me visse sem camiseta perceberia que alguma coisa estava ali. Parecia haver uma bola de futsal debaixo da minha pele, e aquilo era fodidamente estranho.

      — Está sentindo dor? — Harry perguntou preocupado.

      Lancei um olhar de soslaio em sua direção, sorrindo para ele.

      — Não, amor. Estou bem.

      Gigi explicara que, por minha gravidez durar bem menos que nove meses, minha barriga começaria a crescer verdadeiramente a partir daquela semana. Ela mostrara-me algumas imagens de como, em teoria, meu corpo ficaria. Eu desmaiara em seu consultório, obviamente, porque a barriga daquele ômega na foto era simplesmente descomunal. Quando eu acordara, enchi Gigi de perguntas sobre como seria possível que minhas costas sustentassem aquele trambolho de forma aceitável do ponto de vista humano.

      Ela rira e dissera que minha anatomia era feita para aquilo, e que no momento do parto as coisas seriam diferentes. Eu não ousara perguntar mais nada por puro medo. Agora, passando os dedos por minha pele coberta, meus pensamentos voaram para como seria minha vida após dar à luz aquelas quatro criaturinhas que cresciam em meu ventre.

      — Nomes — pensei alto.

      — O quê? — Harry indagou enquanto pegava alguma coisa na bolsa térmica que tínhamos levado.

      — Precisamos de nomes para os bebês.

      Consegui captar, pela visão periférica, a velocidade com que sua cabeça se virou para mim. Sua aura estava estagnada em expectativa, e ficamos em silêncio por alguns segundos antes que Harry soltasse uma tosse engasgada.