Quando Eu Te Conheci | TaeGi

Capítulo XIII

Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite!

Com vocês a história de Kim Taehyung.

Boa Leitura!

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Você quer ouvir a história da minha vida?"

Taehyung me olhava com intensidade, vi um brilho - que constatei com um aperto no peito ser por conta de lágrimas- aparecer em seu olhar.

Oh não! Aqueles olhos só deveriam brilhar de animação, como no dia em que fomos no parque de diversões.

- Não precisa Tae. - Sussurrei. Se aquele era um assunto ruim para ele eu não iria forçá-lo a falar.

- Eu quero, eu quero falar pra você. Eu sei... Sei que nesses dias eu tava estranho e você deve tá pensando um monte de coisa, então... Eu vou contar.

Apenas balancei a cabeça. Se ele queria contar então seria todo ouvidos.

O menino pegou minha mão e me levou até seu sofá. Nos sentamos.

Ele respirou fundo abaixando a cabeça, ficou em silencio por alguns segundos antes de começar a falar, constatei que ele estava reunindo coragem para iniciar sua história.

- Então Yoongi. - Erguei o olhar até encontrar o meu. - Era uma vez um rapaz coreano e uma moça americana. Os dois se conheceram quando o rapaz, Kim Sejin, veio fazer intercâmbio nos Estados Unidos. A moça era filha única de um senhor muito rico, dono de uma rede de restaurantes aqui da região, o rapaz era um tantinho ambicioso, ele queria mudar de vida, então ali estava a oportunidade perfeita, né. Eles namoraram, casaram, e tiveram um filho: Kim Taehyung. Durante um tempo o homem foi o exemplo intocável de pai e de marido, tudo era flores, a família perfeita... até os pais da moça morrerem. O homem passou a administrar tudo, para quem olhasse ele era o verdadeiro dono, a mulher apenas cuidava do pequeno Taehyung, era tão submissa, tão dependente, tão sem vez nem voz, mas para os outros eles eram o exemplo de casal a ser seguido. Até que um dia o homem mudou, ele não era mais o mesmo pai e muito menos o mesmo marido. Ele saia e nunca tinha hora para voltar, e quando voltava nem ligava para a família. Ele bebia, fumava, chegava em casa com o cheiro de outras mulheres impregnado nas roupas. - Taehyung falava tudo com uma voz fria e um olhar duro, nem parecia que contava a própria história. - Estava ruim a vida deles? Estava. Mas as coisas sempre podem piorar né ... E elas pioraram em uma noite que... - A sua fisionomia mudou, agora sim ele parecia distante. - Que ele chegou muito bêbado e acabou... Acabou descontando toda a sua fúria na esposa e no filho... No filho de 5 anos. A partir daí, a vida daquela mulher e do seu pequeno virou um completo inferno... ainda maior. Você sabe quantas vezes aquela pobre criança foi espancada porque não conseguia parar de chorar porque via a mãe ser agredida? - Ele olhou pra mim e a única coisa que fiz foi retribuir seu olhar prendendo o lábio com os dentes para não derramar uma lágrima. - Ver a mãe apanhar perturbou a mente daquela criança por tempo demais, porém o que realmente destruiu aquele pobre menino indefeso foi o dia em que o pai trouxe um amigo para casa, os dois beberam, conversaram, riram e... - Taehyung soltou uma risada, mas era uma risada tão dolorida, com lágrimas escapando de seus olhos que eu também não me segurei. - E fizeram a festa... Com o corpo débio de sua mãe... O menino se perguntava porque ela não reagia enquanto eles, os dois juntos, a violavam. Porque ela não reagia? Porque?

O menino ao meu lado ficou em silêncio, sua respiração acelerada, suas mãos soltaram as minhas que ainda segurava e começaram a descer e subir pelas coxas enquanto tremia. Eu também fiquei em silêncio, sentindo meu estômago embrulhar e uma vontade incontrolável de socar alguma coisa, socar o pai de Taehyung.