Doce de leite Latte

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A delicadeza do beijo foi gradativamente deixada para trás. Agora Mila e Hobi se abraçavam como náufragos abraçando objetos que poderiam salvar suas vidas em um desastre no mar. As bocas se separaram somente para recobrarem o fôlego.

-- Desculpe. -- Hobi olhava um pouco assustado para Mila, apesar do seu braço esquerdo ainda segurar firmemente ela pela cintura e sua mão direita continuar acariciando o rosto e o pescoço dela.

-- Hum? -- Ela ainda tentava recuperar o fôlego. -- Desculpa? -- Abriu os olhos e os focou nele. -- Pelo quê?

-- Por te agarrar assim, meio que do nada, como fiz no casamento também. -- Ele foi afrouxando o abraço, enquanto falava essas coisas.

-- Você não ouse me soltar agora, Hoseok! -- Mila agarrou com força a camiseta que ele vestia, impedindo-o.

-- Hum? -- Foi a vez dele ficar confuso.

-- Quando você me beijou no casamento, era tudo o que eu mais queria. Mas aí você falou todas aquelas coisas e percebi que me beijar tinha sido um teste. Um teste que eu não passei! Agora que eu tenho certeza que você quer isso, não ouse parar! -- Nem mesmo ela sabia de onde vinha a coragem de dizer tudo aquilo pra Hobi.

-- Não foi bem um teste... -- Ele fez uma careta divertida. -- A verdade é que eu não estava pensando direito naquela hora. Eu estava bravo porque você não tinha falado de mim pra ninguém e estava fingindo que não me conhecia, e ao mesmo tempo só pensava em te beijar também, aí fiquei mais bravo...

Mila riu com aquela explicação.

-- Nós somos dois cabeçudos, não?

Hobi fingiu pensar um pouco.

-- Basicamente, sim.

Os dois riram dessa vez. Hobi então enlaçou-a pela cintura e ela passou os dois braços por seu pescoço apoiando a cabeça no ombro dele, dando espaço pra ele pousar um beijo terno em seu pescoço.

-- Mas sabe o que é Mira? Se eu continuar agora, não vou querer parar.

Ela fechou os olhos e sorriu ante aquela confissão.

-- Eu sinto o mesmo aqui. -- Sussurrou.

Experimentou um calafrio gostoso com os pequenos beijos que Hobi depositou em seu pescoço após contar que se sentia como ele.

Virou o rosto e lhe ofereceu os lábios, Hobi porém demorou a fazer outro movimento, fazendo-a abrir os olhos. Ele olhava pra ela, sério.

-- Eu te amo Mira. De verdade. -- Queria que ela confiasse nele, nas suas palavras, em definitivo.

-- Eu sei. -- Sustentou o olhar dele, sentindo a felicidade daquela confiança. -- Também te amo Hobi. De verdade.

Lábios foram tomados novamente, de forma minuciosa agora, como se quisessem gravar aquele momento eternamente em suas memórias. Cada maciez e arrepio. Cada suspiro e toque.

Até mesmo a retirada das roupas foi adiada. Os dois se guiaram cegamente até a cama e quando se recostaram nela sentiram a barreira feita por roupas de cama.

-- Essas merdas. -- Hobi só soltou Mila pra jogar no chão com impaciência as roupas de cama que ele mesmo havia arrumado no centro da cama, antes de deitarem pra dormir.

-- Quem teve essa idéia? -- Ela riu dele.

-- Pois é... Quem foi o anta? -- Ele concordou com Mila, mas sem rir, balançando a cabeça e se recriminando.

Ainda sorrindo, Mila segurou o rosto dele entre as mãos e deu um beijo em seu rosto.

-- Não fala assim... Você não sabia com certeza como eu estava me sentindo. Foi um cavalheiro. -- O abraçou, confortando-o.

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