Passeio

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— É sério? - ele pergunta, surpreso.

— Sim! - falo, deixando um sorriso escapar.

— Meu Deus! - passo a mão no cabelo, nervoso. —Vamos aproveitar muita coisa da vida juntos. — Ficamos conversando sobre coisas aleatórias até que meus pais aparecem na sala.

— Oi filha, quem é o rapaz? - minha mãe pergunta, olhando para nós. Assim como meu pai, que não expressa nenhuma reação.

— Esse é o Henrique. Henrique, essa é a minha mãe e esse é o meu pai. - digo, me levantando e apresentando eles.

— Olá, prazer. - levanto também, ficando ao lado dela e logo indo cumprimentar seus pais.

— Já te vi por aqui. - meu pai abre a boca depois de uns longos segundos em silêncio.

— Ah, já. Vim com o pessoal. - falo, relembrando o dia.

— Verdade. - meu pai responde.

— Henrique vem, já tomou café da manhã? - minha mãe pergunta, entrando com ele na cozinha.

A minha mãe é completamente diferente do meu pai.

Tipo, MUITO diferente.

— Já, mais muito obrigado. - ele diz, educado.

— Fala mais sobre você. - meu pai diz, sentando na cadeira.

— Sou cantor, faço dupla com o meu irmão. Sertanejo. Nasci em Palmeirópolis, interior do Tocantins. Tenho trinta anos. - ele fala mais um pouco sobre ele para meus pais que escutam atenciosamente.

— Você tem trinta anos? - minha mãe pergunta assustada.

—  Sim, algum problema? - pergunto, receoso.

— Nem parece. - ela diz, e ouço uma risada do Henrique.

— Olha, então obrigado. - diz, rindo. — E por último, sou palmeirense. - completa sua mini apresentação.

— Aí sim! Gostei de você. - meu pai fala com um sorriso no rosto.

Nem parece que um minuto atrás estava com uma cara fechada.

— Você veio sozinho? - pergunta, minha mãe.

— Pra' cá, sim. Mais o meu irmão, a minha cunhada e o nosso segurança ainda estão aqui. - ele diz.

— Falando neles, antes de chegar aqui tinha aquele quase passeio pelo Rio de Janeiro, então, vamos? - pergunto, olhando para Henrique.

— Vamos! - ele respondi.

Subi para pegar minhas coisas e marcamos de nós encontramos perto do Parque Lage, aliás, vamos para lá.

Assim que chegamos lá, Henrique se esbarrou com uma mulher. Aparentemente tudo tranquilo.

Ele pediu desculpa e percebi um silêncio. Me virei e quando olhei para o rosto dela, era a Flora.

Essa mulher está em todo lugar?

— Porra, para todo lugar que eu vou essa mulher tem que estar? Não tenho um minuto de paz? - Henrique sussurra para mim, virando e ficando de costas para ela.

— Tudo bem. - ela diz, mas assim que vê o Henrique, sorri. — Olá! Para quê tanta pressa? - vejo que ele coloca a mão no ombro da menina que encontrei na academia e no show. Pera, eles estão juntos?

— A gente tá' com pressa porque vamos encontrar umas pessoas. Licença. - Henrique diz, calmo.

— Henrique. - abraço ele. - Tudo bem? Que saudade. - diz, com um sorriso no rosto.

— Bom, preciso ir. Precisamos ir. - corrijo, e me afasto com a Larissa.

— Será que estou ficando paranóica em pensar que ela está em todos os lugares que estamos? - pergunto, olhando para frente.

— Não. Por segundos eu também pensei nisso. - Henrique responde. — Vamos esquecer ela. Vamos aproveitar o dia de hoje. - beijo sua cabeça e nos aproximamos do Juliano, da Mohana e o segurança.

— Até que enfim vocês chegaram. - Juliano diz. — Eu tô' com fome.

— Não tomou café da manhã no hotel não? - os dois começaram a implicar.

— Dá pra' vocês pararem? - Mohana pede — Parecem duas crianças. - completa.

— Se brincar, são mesmo. - digo, e sinto os olhares dos dois em mim.

— Pois é! - mohana fala.

— Sabe, vocês precisam aprender a viver a vida - Juliano diz, rindo.

— Mais? - pergunto.

— É deixar a criança de vocês falarem alto. Deixar elas crescerem nos momentos certos - Juliano completa sua ideia, e encaro mohana.

— Virou filósofo quando? - Henrique pergunta, cutucando o irmão.

— Não sei, só deu vontade de falar. - Juliano diz, e rimos.

PRA QUEM DUVIDOU | RICELLY HENRIQUEOnde histórias criam vida. Descubra agora