Faltando apenas vinte minutos para dar o horário do jantar, minhas mãos começam a suar de nervoso.
Tenho certeza absoluta que da mesma forma que meus sogros ficarão imensamente felizes pelo retorno do filho, uma boa parte dos meus amigos não conseguirá mascarar a indignação pelo passado.
— Nervosa? – Joana pergunta ao encontrar-me amamentando Amelie.
— Infelizmente mais do que gostaria – respondo resignada – Não quero que fique um clima ruim, sabe?
— Entendo... Mas acho que o pessoal vai saber se comportar. Mais por você do que por Joshua – maneio a cabeça com sinal positivo.
— Tutu e Mel já estão prontos, ajudei o menino a vesti-los. Ele está empolgado em ser pai – diz sentando-se na cama.
— Quero ver manter essa animação madrugada a fora – rimos juntos – Por enquanto estão apenas com dois meses e meio e quase não dão trabalho, mas já penso no momento em que começarem a andar. Jô, serão três furacões – lhe olho espantada e ela apenas ri maneando a cabeça.
— Não sofra por antecipação. Agora, mais do que nunca, você não está sozinha – coloca sua mão por sobre a minha, sorri e sai do quarto.
Logo que Lili termina de mamar, visto-a com o vestidinho igual a da irmã, coloco-a em cima da cama rodeada de travesseiros e vou até o espelho terminar de me arrumar.
•••
— Cadê os amores da vida do vovô? – Ron grita da porta da sala e as crianças olham em sua direção.
— Vovó vai amassar todo mundo!!! – Úrsula diz com sua voz para bebê e eu apenas rio. Precisarei cria-los em rédea curta, porque o que tem de gente para mimá-los é incrível.
— Também estou ótima, obrigada! – digo sentada com um pequeno bico e eles vem me abraçar rindo.
— Que mamãe mais dengosa que vocês tem! – Ron diz vindo abraçar-me – Você está muito bonita, filha. Diga-me, por que tudo isso?
— Não me diga que vai nos apresentar alguém! – minha sogra diz e fico completamente envergonhada. Mais por Josh que deve estar ouvindo tudo do que por mim.
— Nada disso, apenas quis me arrumar para vocês. Mas em... – a campainha toca e agradeço mentalmente a Deus por isso.
— Dindinhaaaaaaaa – Rafa pula em minhas pernas.
Chegaram todos juntos, os Urrea, Sabina e Joalin com seus namorados e Bailey e a namorada Shivani que já é quase parte do nosso grupo. Cumprimento a todos com carinho enquanto tenho Rafael em meus braços. Não tem jeito, ele pode crescer o quanto for que nosso laço não se quebra. Com quase sete anos, ele ainda é meu bebê e sempre que me vê pula em meu colo.
Após um tempo falando amenidades, vou até o quarto dizer para Joshua ir descendo para esperar mais de perto enquanto faço a ligação por Skype para Krys e Zain.
Logo que retorno, digo que tenho algo para dizer a todos e que para isso preciso que ambos também vejam/saibam ao mesmo tempo e que, por isso, a chamada em vídeo. Assim que eles atendem começo a falar.
— Ontem... – aperto minhas mãos – estava sozinha brincando com os três no quintal como sempre faço. Em um determinado momento, porém – olho para Artur – Tutu deu tchauzinho para a porta que dá acesso à área externa da casa e quando virei-me para saber o que era...
Neste exato momento Joshua aparece na sala e eu apenas respiro fundo.
— Meu filho? Oh meu Deus – Úrsula levanta e corre para abraça-lo aos prantos junto com Ron.
Afasto-me um pouco para dar privacidade a eles e passo a olhar para as pessoas presentes ali. Joalin, Sabina e Sina que estão cada uma com um bebê sentados em seus colos faltam deixar o queixo cair ao chão tamanho à surpresa. Noah está em choque, parece não acreditar no que está vendo. Bailey e Shivani estão um pouco confusos e enquanto todos estão calados, consigo escutar Krys proferir alguns palavrões através da tela do computador e Zain pedir que ele se acalme, por mim.
— Ele é o Joshua, pai das crianças? – Bailey me pergunta assim que sento no sofá a seu lado tentando entender a situação.
— Sim – digo apenas.
— E como você está? – Shivani pergunta-me colocando a mão sobre minha perna.
— Sinceramente? Assustada. Mas MUITO feliz! – olho-a com um sorriso e deixo escapar uma lagrima.
— Isso é o que importa! – abraça-me de lado.
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Les Lignes de L'amour - II Temporada
Любовные романыTalvez a saudade seja a maior dor que podemos sentir. Ela fere a alma. Nos torna pequenos e solitários, ainda que estejamos envoltos de milhares de pessoas. Any está sendo amparada por seus melhores amigos. Amada e cuidada por seus sogros. Mas tudo...