Capítulo XV - Invadir a propriedade alheia é crime

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Blake Haas

Uma boa noite de sexo é tudo. Ainda assim, o frescor da Itália me deixa igualmente excitado. Milão tem muitos monumentos, mas no momento o maior deles é Savannah Wolff.

Essa mulher tem toda a minha atenção e devoção. Sei que ela sabe que seríamos imbatíveis juntos, mas não admitiria isso nem se fosse para salvar seu belo rabo.

Minhas pernas praticamente andam sozinhas, refazendo lentamente o caminho que ela traçou para chegar ao toilette das damas.

Che bella ragazza.

Estive de olho nela desde que apareceu naquele deslumbrante vestido vermelho.

Na verdade, foi antes disso. Mesmo com a feição cansada após chegar do aeroporto, ainda parecia que tinha roubado todo o brilho das estrelas para dentro de seu olhar amendoado.

Sim, era suposto que eu a buscasse no aeroporto hoje, mas Angelina insistiu que eu ficasse. Não pude dizer não a anfitriã da casa. Não nessa hora, pelo menos. Isso não significa que retribui suas investidas. E acredite, vontade não faltou. Mas como eu já disse, não preciso de problemas.

Além dos que eu já estou lidando, claro. Pois Savannah é problema. Mais do que Angelina, inclusive, mesmo não sendo casada com o meu chefe.

E, por falar em Savannah, está vindo em minha direção com imponência. Como uma deusa se aproximando de um mero mortal. Mas ela mal sabe o que a aguarda.

— É a sua última chance — Seu tom assertivo é tão sexy que me deixa dolorido. — Hora de desistir.

— Está dando para trás? Mas já? Pensei que fosse um pouco mais devotada ao que promete. — Minha provocação arranca um sorriso de seus lábios.

— Nunca. E quero lembrar que os termos da sua rendição não estão sob hipótese alguma em negociação. É o que combinamos, esteja dito.

— Pois fique tranquila. Não volto atrás com a minha palavra. E espero que também não volte atrás com a sua, porque vai perder, bella. Se é que se pode chamar o seu destino de perder.

Me aproximo dela o suficiente para entrar dentro de suas irises verdes. Incisivas como um diamante brilhante. Ela continua me olhando como se fosse seu inimigo de guerra.

— Destino? Achei que não acreditasse em destino.

— Vai ver tudo acontece mesmo por uma razão.

— De qualquer forma, achei que gostaria de ter mais um amuleto da sorte. — Ela diz, suave como uma pluma. E faz menção de se afastar, mas a seguro pelo braço. — Um italiano que não sabe dizer arrivederci? Que inconveniente.

Sei dizer adeus em pelo menos três línguas diferentes. Mas se desaprender significasse nunca ter de deixá-la ir, eu o faria.

Com a sua suposição sobre eu apreciar um segundo amuleto da sorte martelando minhas ideias, soltei-a.

— Cheque seu bolso, cariño. — Ela diz e vira as costas. E com vira as costas eu quis dizer move suas lindas pernas para longe de mim, levando o balanço de seus quadris para fora de meu alcance.

Confiro o bolso do terno e enredo meus dedos no pequeno presente deixado por ela.

Tem um cheiro afrodisíaco, devo dizer.

Aqui estou, rindo sozinho, no corredor em frente ao banheiro feminino com uma peça de roupa íntima que eu quase posso enxergar o outro lado.

Diria que uma gota de suor desceu pelo meu pescoço. Mas não estou sentindo meu corpo. Foi um ataque muito bem orquestrado, tenho de admitir.

Crossed Lines: sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora