Capítulo 13

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Nota do autor: A quarentena, resultado da pandemia que anda assolando a população mundial, trouxe-me de volta a publicar esta obra.

Nota do autor: A quarentena, resultado da pandemia que anda assolando a população mundial, trouxe-me de volta a publicar esta obra

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O início da estação se fazia presente pela corrente de ar fria que atingia os braços descobertos de Daniel. Apesar de sua temperatura corporal elevada, que era devido ao esforço que precisava para manter Amber no ar, sentiu os pelos arrepiarem com o súbito vento frio. As gotículas de suor em suas têmporas, resultado dos custosos alongamentos, resfriaram também.

Ele adorava o outono. O frescor no ar era suficiente para esvoaçar os cabelos, mas não tinha a morbidez e os sopros congelantes do inverno. O chão era ocupado por lindas folhas avermelhadas, que davam uma ótima ambientação para fotos. E a parte que mais gostava: os feriados sazonais.

Perdido em seu amor pela época do ano, errou o movimento específico que fora ensinado para que as flyers voltassem ao chão em segurança, resultando em Amber despencando em cima de si e outra garota.

"Perdoe-me." Disse ao levantar e ajudar a garota a colocar-se de pé. "Estou com dificuldades em aprender." Mentiu, pois julgou essa a perfeita oportunidade para se aproximar de Amber. Sua lógica deturpada presumiu que, se treinassem juntos, ela se apaixonaria.

A mente de Daniel era apenas brilhante quando estava desesperado para esconder a própria sexualidade.

"Deveríamos treinar juntos. Estou tendo dificuldades também." Ela lançou um sorriso amigável.

A promessa ficou subentendida entre os dois adolescentes, pois deram continuidade às suas respectivas tarefas sem dirigir outra palavra um ao outro. Ele estava esperançoso graças à facilidade que teve em obter a atenção de seu alvo.

Inseguro sobre a própria aparência, Daniel mordeu o piercing do lábio enquanto olhava seu reflexo no espelho

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Inseguro sobre a própria aparência, Daniel mordeu o piercing do lábio enquanto olhava seu reflexo no espelho. Pela primeira vez na vida, sentia que seu estilo era antiquado e repelia as pessoas.

Talvez fosse o pentagrama estampado em sua blusa ou o fato de que o cabelo estava sempre a cobrir o rosto, pensou. Respirou fundo e resolveu que trocaria sua banda favorita por uma camisa branca dos Beatles.

Ao fim da mudança de sua imagem exterior, sentiu-se despido de sua personalidade. As mangas dobradas e o coque frouxo lembravam hipsters de Instagram e a semelhança fazia com que odiasse o que via no espelho.

O celular o libertou de sua crise de identidade ao vibrar algumas vezes dentro do bolso da calça. Rapidamente, abriu as mensagens que Aaron havia lhe enviado.

Aaron: Quais os planos de hoje? É a sua vez de comprar cerveja.

Revirou os olhos, pois lembrou que tinha comprado álcool para dividir com seus amigos na festa que Maryn havia oferecido antes das aulas começarem.

Daniel: Visitarei minha mãe. Desculpe.

O truque de mencionar sua mãe maluca sempre funcionava com Aaron. Ele sabia que era um assunto delicado, então costumava evitar falar sobre, o que sucedeu uma mensagem visualizada e não respondida. Ele poderia ter o convidado para a festa, mas não teve vontade.

Por fim, deu uma olhada no resto das mensagens e percebeu que Barbra perguntara o porquê de estar atrasado e Amber reclamara sobre o fato de estar sozinha sem conhecer ninguém. Sentia-se querido ao saber que pelo menos alguém fazia questão de sua presença no tal evento.

Olhou mais uma vez sua imagem refletida e, com muita hesitação, deu de ombros forçosamente antes de sair de casa. Deixou o apartamento mais inseguro que estava momentos atrás quando decidiu mudar o visual.

Ah, a adolescência... O florescer da vida adulta traz tantas dúvidas, causadoras de decisões estupidamente erradas.

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Itapoga (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora