Abandono

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Pov Magnus

Enquanto eu olhava para o rosto do homem que eu não via há 22 anos, eu sentia uma raiva incontrolável subir pelo meu corpo.

-Eu sei que faz algum tempo..-Começou a falar, mas parou quando ouviu a minha risada sarcástica.

-Algum tempo?! JÁ FAZ 22 ANOS! -Gritei com raiva e acabei fazendo o bebê chorar.

-Magnus, calma.. -Alec falou. -O que faz aqui? -Direcionou a pergunta para o meu pai.

-E quem é você? -Meu pai perguntou.

-Sou o namorado do seu filho e você está na nossa casa, então, o que faz aqui? -Alec perguntou novamente. O bebê ainda chorava e Asmodeus tentava acalma-lo.

De repente, minha sogra que estava na sala de jantar com os outros convidados, se aproximou.

-Eu vou ficar com esse menino lindo, enquanto vocês conversam no corredor. -Falou e Asmodeus a olhou desconfiada. -Sou Maryse Lightwood, sogra do seu filho. -Falou gentil e estendeu a mão para o meu pai.

-Asmodeus Bane. -Respondeu antes de aceitar seu aperto.

-Posso pega-lo? -Perguntou com gentileza e ele a entregou o menino.

-Vamos conversar lá fora. -Alec abriu a porta e nós saímos.

-Quero conversar com meu filho sozinho. -Meu pai falou, mas Alec nem sequer se moveu pra longe de mim.

-Não vou sair. -Respondeu decidido.

-Quem é o bebê? -Perguntei o que estava martelando na minha cabeça desde que ele chegou.

-Meu filho.. Miguel. -Eu não sabia como me sentir ao saber que tenho um irmão. Era tanta coisa pra processar que se não fosse pela presença de Alec, eu já teria desmoronado.

-A mãe dele é a mulher que você abandonou minha mãe pra se casar?

-Eu sei que o que fiz foi errado..

-O que você fez foi mais que errado! Você abandonou minha mãe quando eu tinha só 6 anos! Ela teve que trabalhar o dobro para me sustentar e quando ela morreu, você sequer veio ao enterro. -Eu estava com tanta raiva que queria quebrar algo na parede, ou na cabeça dele.

Quando meu pai foi embora, minha mãe chorou tanto que eu achei que isso fosse mata-la. Mas ela se reergueu, voltou a trabalhar e juntou dinheiro para nos mudarmos para os Estados Unidos. Aqui ela sempre fez questão de priorizar a minha educação e bem estar e quase não se preocupava com ela mesma. Eu fiz tudo certinho, estudei, depois fiz faculdade, me formei e arrumei um emprego, tudo isso para poder dar retorno a todos os sacrifícios que ela fez por mim, mas infelizmente ela morreu antes que isso acontecesse.

-Me perdoa, Magnus.. me perdoa. -Ele pediu quase como uma suplica e eu fiquei parado o encarando, sem saber o que fazer.

-O que você quer aqui? -Questionei ignorando seu pedido de desculpas.

-Eu morava em outro estado, minha esposa ficou grávida e como ela não era mais tão nova, a gravidez foi de risco, e ela morreu no parto.. perdi o emprego dois meses depois.. vi uma foto sua na internet com ele. -Apontou para Alexander, que continuava sério. -Não foi difícil encontrar você.

-Não me diz que você quer morar na minha casa, recuperar o tempo perdido, para sermos uma família feliz? -Falei com impaciência. -Você acha que eu sou idiota?

-Não precisa me tratar como seu pai, eu sei que não mereço. Mas eu preciso de um lugar pra ficar enquanto não acho um apartamento.. Magnus, são só alguns dias.

Uma Segunda Chance (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora