Madness

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-Onde vai almoçar? –Clary perguntou quando entravamos juntos no elevador.

-Vou comer algo aqui no café mesmo.

-Vamos almoçar juntos então? –A ruiva falou animada. Clary era muito legal. Eu com certeza gostaria de começar uma amizade com ela. –Conheço um restaurante italiano maravilhoso á uma quadra daqui. -Completou.

-Ok Clarissa. Vamos. –Ela bateu palminhas quando eu aceitei.

(...)

-Você e Isabelle são muito amigas? –Perguntei quando o garçom foi buscar nossos pedidos.

-Melhores amigas na verdade, trabalho com ela há três anos. –Ela falou. –Está gostando do trabalho?

-Ah sim. Eu estou gostando bastante. –Falei, mas estava perdido em pensamentos. Minha vida tinha virado de cabeça pra baixo. Mas apesar de não ser o emprego que eu estava procurando, eu sentia de alguma forma que era o começo de uma nova fase na minha vida. Eu só não sabia ainda se seria uma fase boa ou ruim. –O que houve com o  último assistente?

-Bom...-Clary parecia um tanto desconfortável em falar .

-Ok, não é da minha conta, me desculpe.

-Não, não é isso. –Ela se apressou em dizer, suspirou antes de começar a falar. –O último assistente se chamava Woolsey. Depois de alguns meses trabalhando com o senhor Lightwood, ele se mostrou totalmente diferente do cara que chegou lá. Ele se achava o dono de tudo, como se tivesse algum poder ali. Eu não sabia porque do nada ele havia ficado tão confiante , mas teve um dia em que ele gritou comigo por não ter feito o que ele havia pedido, ele queria que eu fizesse o trabalho dele também e tentou me humilhar quando não aceitei. Disse que  se eu não obedecesse as ordens dele, era só ele instalar os dedos e eu seria demitida, a Izzy viu e falou com o irmão na mesma hora e nosso chefe o demitiu no mesmo dia. A última coisa que ele disse é que aquilo não ficaria assim e que o Sr. Lightwood se arrependeria de ter feito aquilo com ele.

Engoli em seco diante a possibilidade daquele homem fazer algum mal a Alexander.

Fiquei chocado com tudo que Clary havia me contado, mas  mudei de assunto e passamos todo o tempo do nosso almoço conversando sobre  trabalho.

(...)

-Aqui está, Sr. Lightwood. –Lhe entreguei o contrato que o mesmo havia me pedido pra revisar mais cedo.

-Obrigado. –Agradeceu quando eu o entreguei os papeis. –Sente-se. –Apontou para a cadeira a sua frente.

Alexander havia tirado o paletó e afrouxado a gravata e agora estava apenas com a camisa social branca me dando uma bela noção de seus braços musculosos.

Meu Deus que homem é esse?

-Como foi seu primeiro dia? –Estranhei sua pergunta. Parecia que o meu poderoso chefe havia saído e dado lugar ao homem gentil e  atencioso que eu havia conhecido no terraço há semanas atrás.

-Está tudo ótimo, obrigado mesmo por me dar essa oportunidade, Senhor. –Eu falei o mais profissional que consegui, Alexander soltou um risinho entretido, talvez com a minha pose de funcionário robô.

-Você com certeza merecia estar fazendo algo na sua área, Magnus. –Eu precisava mesmo sair dali. Ele tinha que parar de dizer meu nome como se fosse a palavra favorita dele, parar  de olhar no fundo dos meus olhos como se tentasse lê-los. Esse jeito de Alexander me deixava encantado demais para o meu próprio bem.

Eu estava gostando de conversar com ele e isso era um erro. Nós não poderíamos ser amigos. Pertencemos a mundos totalmente diferentes, eu não queria me iludir e me decepcionar de novo. O melhor a se fazer era manter a relação apenas no âmbito profissional.

-Eu agradeço, mas é mais do que eu tinha há dias atrás então não tenho do que reclamar. –Eu falei e ele apenas assentiu. –Precisa de mais alguma coisa, senhor? Meu ônibus passa daqui a pouco.

Seu rosto pareceu passar uma expressão de descontentamento, mas foi embora tão rápido quanto veio. E então ele sorriu.

- Não, não. Pode ir. Te vejo amanhã.

-Até mais chefe. –Respondi saindo o mais apressado que pude dali.

(...)

-Oi Cat.

-Oi meu amor, como você está? Como foi o trabalho? Me conta tudo. –Ri da sua empolgação.

Depois de sair da sala do meu chefe, fui até minha mesa deixar as coisas organizadas para o outro dia. Acabei demorando demais e perdendo o ônibus das 18 horas. Agora só daqui a 30 minutos, então resolvi ligar para minha amiga que já devia estar em casa, para passar o tempo enquanto esperava o próximo ônibus.

-Foi tudo bem. Eu gostei de lá, as pessoas são muito legais.

-Ok ok. E o seu chefe bonitão? –É claro que eu havia contado pra Catarina sobre Alexander. –ele já te chamou pra sair?

-Pelo anjo Catarina! Mas é claro que não. Além de ele ser meu chefe, ele também tem uma namorada linda, loira e muito elegante que faria qualquer cara ficar aos pés dela. –Falei revirando os olhos ao lembrar do olhar de desprezo que ela havia me lançado quando nos conhecemos.

-Ai Mag, que chato. –Minha amiga disse apenas. Eu sabia o que ela queria que acontecesse. Cat tinha esperanças de que depois de Mark eu me interessa-se por alguém, para esquece-lo mais rápido. No fundo ela se culpava pelo que ele havia feito comigo, porque ela que havia nos presentado na boate. Era obvio que eu não a culpava. Eu sempre seria muito grato a tudo que a mesma havia feito por mim.

-Eu estou bem Cat. Era tudo atração física. Eu supero isso rap...OH MEU DEUS.-Gritei assustado com a cena que estava diante de mim.

Meu.deus.do.céu

-Magnus? Pelo amor de deus  o que houve??-ouvi ela se desesperar do outro lado da linha. –Se for assalto pelo amor de deus não reaja!

-Pior Cat, muito pior. -Sussurrei, minha voz quase não saia. -É..é o Alexander. -Falei com um fiapo de voz, ainda assustado e chocado com a cena a minha frente.

-O que tem ele?

-Catarina ele tá beijando outro homem dentro de um carro. -Contei rapidamente e pude ouvir um “O QUE?” de Catarina mas alto do que os meus tímpanos aguentam.

Parece que nem todos os homens ficavam aos pés de Lydia.

Eu estava desnorteado. Ele parecia ser tão correto. Ser uma pessoa integra.. Mas talvez eu tenha me enganado, talvez minha cabeça triste e carente tenha idealizado um cara totalmente diferente do que ele realmente é.

Eu ainda estava encarando aquele carro quando vi Alexander direcionando a boca para o pescoço daquele homem desconhecido, ele sugava a pele do cara e eu ainda consegui ouvi alguns gemidos e arfares lá de dentro, quando  o mesmo levantou o rosto para voltar a beija-lo, ele me viu os encarando e arregalou os olhos tão surpreso quanto eu quando o vi.

-Puta merda. -Falei com o telefone ainda em meu ouvido, Alec ainda olhava para mim com uma expressão assustada e fui obrigado a baixar o olhar.-ele me viu Cat.

-abortar missão meu amigo! Saia já daí.-Catarina que era uma verdadeira fã de filmes de espionagem falou dramaticamente e eu até riria se não estivesse muito nervoso.

Alexander com certeza acharia que eu era um doido que estava ali apenas para o espionar.

Continuei olhando para a rua, torcendo para que Deus mandasse um ônibus logo.

Depois de alguns minutos um ônibus veio, mas não era o meu, esse pararia um pouco longe da minha casa, mas quando eu dei uma última olhada para o carro, vi Alexander desser do carro e olhar novamente em minha  direção. Não sabia se ele viria até mim, porém não ficaria para descobrir. Subi o ônibus e me despedi da minha amiga, prometendo contar detalhes do que vi quando chegasse.

Como eu iria o encarar agora? Se é que eu teria coragem de voltar para aquela empresa.

*****

O próximo capítulo sai amanhã! Beijoss

Uma Segunda Chance (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora