Capítulo 21

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"Não te trago ouro,
Porque ele não entra no céu,
E nenhuma riqueza deste mundo.
Não te trago flores,
Porque elas secam e caem ao chão.
"Te trago" os meus versos simples,
Mas que fiz de coração."

— Chimarruts




A morte. Eu nunca tive medo da morte, porque eu sempre a vi como um ciclo da vida, a gente nasce, vive e morre, não tem pra onde correr, é a única certeza que a gente tem.

Mas, quando eu recebi a ligação da minha irmã, com a notícia de que ela tinha encontrado a minha mãe desmaiada na banheira da minha antiga casa, o meu mundo caiu.

A minha irmã correu, ligou pra ambulância, mas nada adiantou. A minha mãe, a mulher da minha vida, estava morta.

Fernanda Bruna, a Minha mãe  tirou a sua vida, segundo aos médicos ela se entupiu de remédios, um mais pesado que o outro, sem chance de sobreviver. Ou seja ela queria morrer, ela buscou isso, e por quê?

Eu não chorei, eu não consegui derrubar uma lágrima se quer, ao contrário da minha irmã que estava em prantos. Eu não dormi a noite inteira, precisei de calmantes para poder pegar no sono pelo menos um pouco.

O pessoal não parava de me rodear, perguntando se eu estava bem, se eu estava com fome, se eu precisava de algo, e eu apenas queria ficar sozinho. Paola por exemplo, não saiu do meu lado e do lado da minha irmã uma hora se quer. Matheus e Breno estavam um porre de preocupação e Yasmin chorou, chorou até mais que eu, chorou tanto que tiveram que levá-la pra casa.

Eu estava bem, talvez a ficha ainda não tinha caído, ou eu mentia pra mim.

– Fiz café – A Paola me entregou uma xícara, me obrigando a beber o café. – Você está bem mesmo? – Ela perguntou olhando em meus olhos.

– Estou – Dei de ombros.

– Você sabe que pode conversar comigo – Paola segurou o meu rosto, me envolveu em seus braços com cautela – Por favor Danilo, não me deixe no escuro, eu preciso saber o que você está sentindo.

– Paola eu estou bem. Todo mundo me olha como se eu fosse surtar ou pirar a qualquer momento.

– É estranho, você não chorou, não esboçou nenhuma reação. A sua irmã está um caos, eu acabei de vim de lá, eu nem sei se ela vai conseguir ir no enterro hoje.

– Cada um reage de um jeito.

Tomei o resto do café e decidi não prolongar muito o assunto com a Paola, se eu deixasse eu tenho certeza que ela continuaria falando.

O meu apartamento já estava cheio, os meus amigos e os de Isabella estavam aqui, até a minha vó que chegou hoje cedo, abraçava a Isabella e chorava.

Eu precisava beber, era muito hipocrisia de todos da família da minha mãe. Minha vó por exemplo, viu a minha mãe definhando e mesmo assim insistiu que ela continuasse com o meu pai.

A tia Simone, a irmã da minha mãe, essa eu só sabia quando ela ligava pra pedir dinheiro pra minha mãe. Ou quando estava em alguma furada e a minha mãe ia ajudar elas.

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora