Capítulo 48

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Querida eu, chegamos naquele capítulo que são muito esperados na novela, na maioria das vezes é aquele aonde revela pra mocinha todas as maldades que o vilão está armando por suas costas, e depois disso parece que é o que era o que faltava para aquela virada de chave que muitas das vezes é acompanhada por vários telespectadores e sendo o capítulo de maior audiência na novela. E segue essa linhas nos livros também, aonde a gente passa metade da leitura torcendo pra mocinha realizar todos os seus objetivos e finalmente virar a protagonista da sua vida.

Na vida real, nem todos os contos tem um final feliz, muita das vezes acontece de um personagem não ter o controle da sua vida e aonde acaba prefirindo acabar logo com aquilo que tanto o causa angústia por não ter ninguém para o escutar.

Um ponto que todos esses mocinhos e personagens tem em comum, na maioria das vezes são os julgamentos que ele escutou durante toda a sua vida.

Uma coisa que mamãe sempre nos disse é que quem apanha nunca esquece.

É brincadeira eu zoar os seus óculos, peso, cabelo, cor, opção sexual, aparência. Não precisa ler tão a sério, é o que eles dizem.


Na vida real uma menina de quinze anos fora do padrão e atravessa o ensino médio torcendo pra não ser notada, porque toda vez que alguém percebe ela, é insulta por comentários negativos que na maioria das vezes te acompanha, te persegue, te machuca. Uma cicatriz que fica difícil de apaga, de cicatrizar. Porque você acaba acreditando na possibilidade de tudo aquilo que falam sobre você, seja apenas a verdade.

Na vida real essa mesma menina passa os três anos do seu ensino médio escondida em uma das cabine do banheiro feminino durante o intervalo por ter medo daquelas pessoas.

Na vida real, nenhum garoto popular se apaixona pela menina desengonçada.

Na vida real, ela não muda o seu visual e todos os seus problemas desaparecem.

Na minha vida real, a terceira série b, perdeu porque esteve errada esse tempo todo.

Na vida real, eles se cercam de pessoas que te amam de verdade.

Na vida real, existe sim o Feliz pra sempre! E o feliz pra sempre sou eu, apenas eu me sentindo bem, me aceitando e me amando.
Falta pouco!

- Capitu.

Assim que me sento na cadeira giratória sinto que estou fazendo a maior cagada da minha vida e mesmo assim não tenho nenhuma chance de desistir.

Marina me olha com o sorriso radiante, enquanto Patrícia a sua cabeleireira me entrega um panfleto com diversos cortes de cabelo.

Eu não tinha nenhuma ideia até agora e quando eu aceitei vim até aqui eu só pensei em tirar dois dedinhos nada que mudasse tanto para que eu não fosse me arrepender.

- Então gostou de alguma coisa? - Patrícia me pergunta.

- Olha esse que lindo, te daria uma valorizada. - Marina argumenta me mostrando um corte - Lembra até aquela personagem daquele filme favorito do papai, qual o nome dela mesmo?

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora