Capítulo 23

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"Eu e você sem direção, me dê a mão eu me perco mais"

                              
— Direção.


Os dias estavam voando, e eu quase não tinha tempo de respirar, com a faculdade, o estágio, que ocupavam metade do meu tempo. Eu nem me lembro a última vez que tive uma boa noite dormida de sono.

As coisas entre e mim e o Danilo estão ficando cada vez mais esquisitas, ainda mais agora que estamos distantes.

Ele está ocupado com a banda, agora vive fazendo show, inclusive no último final ele teve três shows em um dia.

A música não parava de tocar na rádio, e também não saia da minha playlist, eu sou um pouco suspeita pra falar, mas a música é realmente boa.

E eu ocupada com o estágio e faculdade, a gente quase não tinha tempo de se ver. Algumas vezes ele cedia o seu tempo e dormia no apartamento. Mas agora ele tem saído com o Patrick a noite. Eu me prometi não ser uma namorada ciumenta, mas toda vez que eu vejo ele está em uma balada ou em alguma festa, na maioria era sobre algo da banda, e nas outras eram aleatórias.

Mesmo com ele me explicando diversas vezes que não tem nada demais nessas festas, eu não podia deixar que o bichinho do ciúme logo aparecia.

– Você está pronta? – André perguntou enquanto olhava o nosso projeto.

– Acho que estou.

Eu estava triplicamente nervosa, meu coração batia numa velocidade fora do normal. Hoje seria o dia em eu e o André vamos apresentar o nosso trabalho que vale a metade da nota, em literatura e cultura.

No nosso trabalho a gente teria que falar sobre como foi o período de romantismo aqui no Brasil.

A gente preparou slides e alguns poemas para entregar para a turma.

O trabalho poderia ser individual ou em dupla, mas como eu tenho esse problema em público, é óbvio que eu escolhi a opção em dupla, assim eu não me sentiria tão envergonhada.

Nada poderia dar errado, eu e o André fizemos e refizemos o nosso trabalho, ensaiamos as nossas falas juntos, eu sabia de cor e salteado, de trás pra frente, tudo o que eu queria dizer. Mesmo assim aquele frio na barriga ainda estava comigo. Nessa parte o André é mais confiante, ele sabe falar melhor em público.

O trabalho seria apresentado no auditório, aonde não seria só as pessoas da nossa turma, e sim de outras classes, outros períodos.

– Vim desejar boa sorte para os meus romancistas – Isabella disse, enquanto me puxava pra um abraço. – Fica calma.

– E seu irmão? – Perguntei porque eu não falava com ele desde da noite passada onde ele prometeu que viria.

– Hum... Ele está aí – Ela respondeu com a voz embargada e estranha.

Meus olhos procuram pelo Danilo por todo o auditório, e o encontrei sentado em dos assentos do meio, junto com o Matheus e Breno, que assim que viram acenaram imediatamente.

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora