Capítulo 33

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A história da gravidez da Isabella tinha realmente mexido comigo. Depois que ela me contou, claramente sobre o efeito do álcool, eu fiz um questionário sobre tudo, se o André já sabia, de quantas semanas ela estava, se ela já havia feito algum exame.

Mas na verdade tudo que ela tinha feito foi um teste de farmácia, pra ser exata foram três testes e os três deram positivo.

Eu deveria estar calma, mas única coisa que eu fiz depois de ela me dar a notícia, foi me desesperar.

– Droga – Escuto Renata discutir com a impressora.

– Eu acho que a tinta acabou. – Explico.

– Merda. Eu preciso imprimir isso aqui até amanhã – Ela resmunga.

Renata estava super estressada com escolha do livro da editora, segundo ela as únicas prévias que ela tinha para a reunião de amanhã eram mesmices, nada que fosse surpreende e essa era chance da vida dela, ela queria impressionar o editor chefe.

E por isso que nesses últimos dias, ela tem andando nervosa, apreensiva e estressada.

– Eu posso imprimir isso lá no sótão. – Sugiro, me lembrando que tem uma impressora lá.

– Obrigada, meu bem.

Eu estava ajudando tanto a Renata esses dias, que tinha me esquecido totalmente do Danilo, na verdade em partes.

Ele também parou de frequentar o apartamento, na verdade eu não o via e nem o resto da banda. Eles pareciam estar com a agenda cheia, inclusive só essa semana eu perdi a conta de quantas vezes eu mudei a estação da rádio, porque estava tocando algumas músicas deles, ou estavam falando sobre ele.

Eu estou naquele fase de negação, aonde não falar sobre o Danilo e não pensar sobre ele, me fará esquecer. O que eu sei que é uma pura mentira, mas já é um progresso, eu não sinto mais tanta vontade de olhar os stories dele, ou eu nem stalkeio mais as suas redes sociais com frequência como eu fazia antes.

– Não deixe a porta bater – Escuto alguém gritar mas já é tarde demais, pois o escuto o estrondo da porta batendo atrás de mim. – A maçaneta está ruim – Miguel explica saindo de trás da estante de livros velhos que estavam alí.

– E agora? – Pergunto preocupada.

– Relaxa, alguém vai sentir a nossa falta.

– ESTAMOS PRESOS – Grito.

– Esse lugar é a prova de som – Miguel diz. Que ótimo era só o que me faltava, mas eu sei que daqui a pouco a Renata sentiria a minha falta e viria aqui me procurar, ou não. – Precisa de ajuda?

– Na verdade não, eu tenho que imprimir essas coisas pra amanhã – Explico segurando as folhas e acabo derrubando todas elas.

Eu te ajudo –  Miguel se prontificou pegando as folhas que caíram no chão e as levando até a impressora. – A impressora lá de cima está ruim né.

– Sim. a propósito, obrigada. – Agradeço pela ajuda.

Já tinha se passado algumas hora desde que eu fiquei presa nesse depósito com o Miguel e a única coisa que a gente podia fazer era esperar.

Não tinha muitas coisas interessantes aqui, apenas uma estante cobertas de livros velhos, que provavelmente iriam pro lixo a qualquer momento, por conter danos irreparáveis. O livro dos ventos uivantes inclusive tinha a capa rasgada e algumas folhas foram arrancadas, o que é um absurdo, ninguém deveria danificar um livro, inclusive um clássico como esse.

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