Capítulo 39

46 4 0
                                    

Seus lindos cabelos loiros balançam sobre o vento, enquanto sinto o seu doce perfume invadir as minhas narinas de um jeito único e nostálgico.

Seus olhos azuis brilham, assim como a luz que ilumina a sua pele clara.

Sinto meu coração bater rapidamente quando seus olhos finalmente me encontram. Ela sorri, um sorriso que eu não via a anos, um sorriso automático, livre e libertador.

– Eu estava te esperando – Ela diz pra mim e eu me sento do seu lado – Você está lindo meu filho. – Ela diz depois de dar uma boa analisada em meu rosto.

– Isso não é real – Digo pra mim, e ela parece não se importar.

– Parece que foi ontem que eu vi ver você nascer. Eu olhei nos seus grandes olhos escuros e eu sabia que você seria  um acontecimento – Ela diz olhando para a linda paisagem da praia. – Eu me orgulho de você todos os dias, da pessoa que você se tornou. Mas...

– Sempre um mas ... – Digo.

– Você precisa ficar em paz meu filho, para o seu bem. Guardar rancor não nos leva a nada, eu sei que talvez você e o seu pai nunca vão ter uma boa relação, mas se eu não o culpo então por que remoer esse sentimento. Eu te escrevi a carta porque eu sabia que você seria o único que entenderia e se culparia, porque por mais que você tenha um temperamento difícil, eu sei que quando você ama alguém, é pra valer.

– Eu... – Tento afastar as lágrimas que começam a cair do meu rosto – Eu queria tanto que você estivesse aqui, me perdoa mãe, eu não deveria ter te deixado sozinha.

– Nada mudaria – Ela afirma – Agora eu só quero que você seja feliz e cuide dela.

– Da Isabella? Claro.

– Também, mas você sabe do que eu estou falando. – Ela diz e eu suspiro.

– Meu estado emocional – Digo e ela confirma.

– Fique em paz – Ela afirma, antes de eu acordar.

Aquela foi a primeira vez que eu sonhei com a minha mãe. Tudo parecia tão real, o seu cheiro, seu cabelos, seus olhos, seu sorriso largo que há bastante tempo não via.

Depois daquele dia eu fui imediatamente para a terapeuta, onde Denise me garantiu que a mensagem da minha mãe foi bem clara.

Eu estaria mentindo se dissesse que eu estou tranquilo em relação ao meu pai, mas não estou.

Isabella que tem ido o visitar, ela sempre diz que ele está estranho, quase não vai ao trabalho, e tem a aparência cansada. Toda vez que eles entram no assunto da mamãe, ele se culpa.

Está desenvolvendo um velho hábito que anos eu  não via, a bebida tem sido a sua melhor amiga. E uma parte de mim queria ir até lá, mas a outra parte me diz que eu ainda não estou pronto. Mas Denise diz que ele que tem que dar o primeiro passo, e meu pai é muito orgulhoso pra isso.

– Danilo – Alguém me chama, me trazendo de volta dos meus pensamentos. – Você estava viajando – Isabella praticamente grita. – Bom você provavelmente não escutou, mas já vamos tirar os papelzinho. – Apenas concordo.

Meus amigos estavam no preparativos para o nosso amigo oculto de natal, que fazíamos todos os anos, uns dias antes do natal. Esse ano seria especial porque seria o primeiro ano da Paola e da Ivy.

– Está tudo bem? – Paola me pergunta e eu confirmo.

Ela simplesmente não diz mais nada e se vira sorrindo pra minha irmã, que está animada enquanto dobra os papelzinho com o nome de cada um.

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora