Capítulo 25

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"E quando chega a noite, eu não consigo dormir, meu coração acelera e eu sozinha aqui".

— A noite

Me desculpe
Por sentir demais.
Por amar demais.
Por me abrir demais.
Por tentar gostar.
Por não controlar os meus impulsos em relação a ele.
Por trazer o caos.
Por me sentir emocionalmente dependente dele.
Por essas lágrimas que não param de cair, por ele
Por nos permitir.
Me desculpe, querida eu.

— Capitu



Nenhum livro me preparou para tal coisa, nenhuma das minhas personagens me previu que seria tão doloroso um término.

As lágrimas que brotam no meu rosto, um nó que se formava na minha garganta, a dor no peito, eram reais, tudo o que eu sentia não era inventado e não era exagerado.

Ah se eu fosse a Alice e conseguisse me enfiar em um buraco onde eu pudesse esquecer tudo, e viver no país das maravilhas, eu com certeza iria. Mas infelizmente essa é a vida real, onde as lágrimas uma hora teria que passar, a dor no peito sumiria, e o nó na garganta sumiria.

Meu final de semana passou, e segunda feira já estava pronta pra começar de novo.

Confesso que quando o meu despertador tocou, eu só queria continuar enfiada na minha cama e dormir mais um pouco, mas não o fiz, tratei de logo de levantar.

A Isabella me olhava preocupada já que eu havia ficado o final de semana inteiro no quarto. E eu não precisava fingir que estou bem, e nem fiz questão de tampar o meu olho inchado por conta das lágrimas, com uma maquiagem barata, só pra tentar afirmar que estou bem, quando na verdade não estou.

Terminei o meu café em silêncio e partir pra faculdade.

O dia estava nublado, e eu agradeci por poder estar usando o meu moletom de sempre hoje.

Escondi as minhas mãos no meu casaco, por conta do vento frio que corria em minha pele descoberta.

Meu nariz estava gelado, por conta do forte vento frio que corria pelo meu rosto e alguns chuviscos começaram a cair, fazendo com que eu abrisse o guarda chuva.

O dia estava horrível, assim como o meu humor que estava péssimo.

– Você está bem? – André perguntou depois do fim da aula.

– Aham – Menti e enfiei um pedaço do meu espaguete na boca.

– Se quiser conversar, eu estou aqui.

– Eu estou bem. – Falei depois de enfiar outra garfada daquela comida esquisita. – Eu estou atrasada na verdade – Engoli o meu suco rapidamente – Te vejo amanhã – Dei um beijo em sua bochecha e saí.

Coloquei os meus fones por de baixo do capuz, e fui andando até a editora, com mais pressa que o normal, já que eu estava um pouco atrasada.

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora