Capítulo 6

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Beije-me
Sob o crepúsculo enevoado
Conduza-me
Pelo chão enluarado
Tire-me para dançar.

– Kiss me, Six None The Richer.

Enfim sábado, o meu corpo desejava e esperava por isso.

A semana estava sendo corrida. Agora eu estudava durante o dia e trabalhava a tarde, quase não sobrava tempo de conversar com a minha família.

A semana na faculdade começava a ficar a agitada e eu já tinha algumas tarefas acumuladas pra fazer.

Esse fim de semana eu só queria descansar, se fosse possível, dormir o dia inteiro e só acordar na segunda.

As coisas na lanchonete estavam tranquilas, eu já tinha pegado o jeito das coisas e quase não pedia ajuda para o André a cada 5 minutos.

Os clientes também pareciam simpatizar com a minha pessoa.

Engraçado que essas três semanas me fizeram perceber que a maioria das pessoas que vão lá são cliente fixos.

Por exemplo, a senhora Tereza todo dia depois do trabalho, pedia fritas e um x-salada acompanhado de um refri médio, ou senhorzinho que reclamava todo dia do seu filho que saiu de casa e não o telefonava mais.

É tanta gente que passa pela aquela lanchonete, pessoas sentam, comem e depois vão embora.

É como se fosse um ciclo. Você provavelmente já teve diversas pessoas que passaram pela sua vida, seja um amigo de infância, um ex namorado, um parente ou até mesmo um animal de estimação. Talvez essas pessoas nem tenha a noção que elas estão fazendo parte da minha jornada. O que eu estou querendo dizer com isso? É que pessoas marcam pessoas. Seja de forma passageira, intensa e de aprendizado.

– Bom dia raio de sol – Isabella sorriu assim que me viu chegar na nossa cozinha – Suco? – Peguei um copo que a mesma estava oferecendo – Ainda está de pé a nossa seção de filmes? – Confirmei com a cabeça.

A convivência com a Isabella estava indo bem, até a medida do possível. O problema era a sua falta de organização, ela deixava tudo pelo caminho, e isso me deixava irritada, as vezes a gente discutia por isso, mas nada que não fosse resolvido.

Eu me aproximei do seu irmão também. Confesso que fiz uma suposição errada no começo sobre o Danilo.

Não sei se vamos ser melhores amigos, mas até agora estávamos tentando nos entender, afinal ele sempre vinha aqui de vez em quando.

– Pronta para assistir o meu filme favorito? – Isabella fincou o pendrive na televisão.

– Ela é demais? Isso é sobre o que?

– É uma comédia romântica, você vai gostar – Ela disse e eu fiz careta.

– Você sabe o que eu penso sobre esses filmes.

– Se você não gostar eu tiro.

– É clichê, ele faz uma aposta, ela corta o cabelo e eles se beijam. – Resmunguei e Isabella me olhou decepcionada.

Querida Eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora