capítulo 37

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                                       Arthur  Mallet

Respirando fundo, tento não me apavorar com pensamentos que entraram em minha mente sem que eu quisesse. Ele a olhou por um momento e depois direcionou seu olhar para a minha direção .

— Foram meses que passamos juntos na mesma expectativa — ele balançou a cabeça negativamente soltando um suspiro de desapontamento — A única expectativa, era de  você acordar e poder voltar para casa com sua família, não temos intimidade quando o assunto não é você, e bem deveríamos não é mesmo ?

Eu sorri e curvei um pouco a cabeça demonstrando uma ironia que já habitava em mim, e nem se eu quisesse poderia me livrar de fazer isso.

— Não!  Não deveriam — Minha voz saiu intimidadoramente, Não para os dois. Somente para ele, porque nela eu confio .

— Arthur — Gabriela murmurou baixo, levantou sua face e me olhou . Seu olhar era sereno e cabisbaixo que eu me bloqueei de continuar .

— Tudo bem princesa — eu começei — Me desculpa .
— Dei  um breve sorriso, Peguei a sua mão e aconcheguei-a em meus lábios, depois levantei o olhar e encarei os olhos do Doutor que suspirou quando percebeu que estava sendo incoveniente de continuar ali .

— Bom, vou liberar a entrada deles.— ele deu de costas dando alguns passos para fora .

Eu tentei disfarçar a pouca estima que tinha por ele, mas era óbvio que meu ego não deixava, apesar de ainda manter a consciência de que era o meu médico, eu não poderia perder a oportunidade e ignorar a certeza que tinha das intenções dele.

voltei o olhar a Gabriela e neste momento percebi a tristeza em seu rosto e as lágrimas formada no canto dos seus olhos.

— Não fica assim por uma bobagem que eu falei, olha! Peço desculpas de novo, Eu .. — Bufei, completamente arrependido de ter colocado ela em tal situação — Eu sou um babaca . — Ela suspirou puxando-me para um abraço forte . 

— Me diz que nunca mas vou ficar sozinha  —  sussurrou em meu ouvido — Promete isso pra mim. — Agarrei seu cabelo  respirando fundo, controlando as aceleradas batidas do meu coração para então poder dizer .

— Ah se eu pudesse voltar atrás princesa.

Naquele momento a única coisa que eu queria fazer, era protege-la de todo aquele sofrimento que passou .

— Será que nós podemos atrapalhar?  —  desviei meu olhar para a porta e quando ele parou em dois pequenos pontos meu coração praticamente parou .

Fátima pegou entre os dedos  aquele pequeno braçinho e acenou para mim enquanto ria abertamente. Logo atrás, Fabíola também apareceu com um bebê nos braços, sendo que esse era  bem menor em relação ao outro .

Encarei eles com a expressão meio embasbacada. Um sorriso bobo ocupava meus lábios que eu sabia que não sairia  tão facilmente. Meu coração acelerou de uma forma absurda, parecia que iria sair do peito. Queria pegar eles,  mantê-los  para sempre comigo. Era como se eu o conhecessem desde sempre, houve uma ligação diferente, forte ou intensa não sei ao certo, porém nada que definisse iria mudar a forma que me sentia em relação àquelas crianças.

— Olhe Ethan – falou, chamando a atenção do menino, que não tinha a menor  direção com os olhos claros  – Esse é o seu papai, lembra que viu ele dormindo aquele dia? Olhe agora está acordado. Você não está com saudades dele ?   – disse mais para si mesmo, do que para a criança. 

Olhei para a Gabriela, queria compartilhar aquela emoção que me inundava por dentro e enchia meus olhos, Ela Sorriu, desfrutando completamente do mesmo que eu . Fátima se aproximou trazendo-o consigo.

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