Gabriela Munhoz
Chorar é diminuir a profundidade da dor
"William Shakespeare"Estava sendo difícil passas os dias sem ele. As lembranças dos momentos que passamos juntos ainda eram muito presentes. Em certos momentos eu até conseguia sorrir, mas logo em seguida meu sorriso se desmanchava ao me dar conta de que talvez eu não mais tivesse a oportunidade de viver ao lado dele, de sorrir por estar com ele . Todo dia era uma tortura, acordava e rolava na cama, mas não encontrava nada além do travesseiro, que, por incrível que pareça, ainda tinha o cheiro dele impregnado. Era tortura demais
Já haviam se passado duas semanas e eu já estava com trinta e nove semanas certinho. A qualquer momento eu teria o meu bebê e ouvir isso era maravilhoso e apavorante ao mesmo tempo, pois queria que esse momento fosse nosso, que fosse perfeito do jeito em que imaginávamos antes de tudo acontecer . Eu estava passando tantas horas no hospital que eu já conhecia cada pedacinho do lugar, conhecia as recepcionistas as enfermeiras e passava todas as horas vagas do Dr. Gael conversando sobre tudo .
— Boa noite Gabriela — A porta do quarto se abriu, e eu sorri para o Geovani. Era ele que agora revezava comigo. Fátima entre os dias estava visivelmente cansada para passar tantas horas ali. A final, hospital cansa muito e para uma senhora de idade não era bom toda aquele carga física e também emocional .
— Boa noite — Respondi cordial, ele se aproximou e me ajudou a levantar da poltrona que ficava ao lado da cama do Arthur. Beijei seu rosto e ele acaricou minha barriga .
— Falta pouco pra essa garotinha nascer .. — Revirei os olhos e lhe dei um leve empurrão .
— Geovani o bebê é menino!
Desviei dele e aproximei-me da cama, sentei na ponta e Geovani se jogou na poltrona enquanto gargalhava e abria o jornal que eu sempre pegava para ele.
— Como vão as coisas na empresa ? — Indago, em quanto acaricio o rosto sereno do Arthur .
— Marta e eu estávamos conseguindo levar de boa. Arthur acertou quando contratou ela .
— Eficiente ela, né — Comentei, Pois só escutava coisas boas dela. E aliás, sempre ouvi. Me lembro que o Arthur sempre elogiava seu trabalho .
— Ela — Ele bufou carregando um sorriso leve — Praticamente tá fazendo o trabalho dela, o do Arthur e a metade do meu. Eu estava pensando, o que você acha de aumentar o salário dela — Ele colocou o jornal para o lado e me encarou — Acha que eu deveria fazer isso ?
— Ah, ela está trabalhando abessa pelo que você disse, levando a sério mesmo. Acho que sim, ela merece um reconhecimento .
Ele estalou a língua entre os dentes — Vou resolver isso amanhã. Ah, a propósito amanhã também é o mês Versário do meu filho. Será que dava pra dona Fátima ficar com ele por algumas horas ?
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UMA PAIXÃO OBSESSIVA - CONCLUÍDA
Romance** ALERTA ** Neste livro haverá situações de ciúmes descontrolados e casos de dependência emocional retratados como amor. Deixando claro que o intuito não é "Normalizar" esse tipo de relação . Não estamos falando de pessoas reais porém, se...