capítulo 21

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Fátima Borges


A verdade é, que não sei conter minha apreensão e, de tempos para cá, não falo o que devo. FRACA, Mas eu cansei de não agir . Eu sei que depois do que pretendo fazer irei mudar a vida de todos, sim é preciso, pois do jeito que está não dá! Vou agir para não me martirizar se uma que uma tragédia acontecer novamente. Minha carga emocional já tá grande demais para ter mas essa culpa no peito .

O som dos passos lentos e da moleta batendo no chão me deixaram alerta, denunciada a sua presença, aperto a minha pequena bolsa de coro sobre meu colo .
Um Suspiro e então abro os olhos, Davi estava minha frente e a sua fisionomia não mostravam grandes emoções mas também não negaram que elas existiam, cheguei a conclusão de que ele já não sabia mas se tinha sentimentos ou não . O vazio era nítido .

— Fátima, Fiquei surpreso! — Exclamou ele, acomodando-se com dificuldade na cadeira a minha frente. — Por que não subiu até a suíte? Essas cadeiras do restaurante acabam com a minha coluna.

—  Não posso! não aguento o peso da mentira, Arthur precisa saber da verdade sobre a mãe — Despejo as palavras entaladas na minha garganta sem dar tempo dele sequer respirar — É questão de vida ou morte.

— NÃO! — Ele reagiu com um murro na mesa, meu corpo pulou e uma lágrimas desceu sobre minha bochecha — Você jurou Fátima, jurou para mim!

— você acha mesmo que eu vivi todos esses anos mentindo para ele por causa dessa merda de Juramento que fiz a você? Não Davi! Eu nunca disse a verdade por que sentia pena, medo de contar para o meu menino que a mãe morreu vítima do maldito ciúme que o pai sentia dele e de todos ao seu redor. — Olhei em seus olhos, e verdadeiramente senti-me orgulhosa de ver-lo chorar culpado. Ele merecia muito mas do que apenas um peso na consciência — Você já imaginou como isso afetaria no crescimento mental dele ? Algum dia passou isso na sua cabeça?

—Claro, é claro que sim!

— Mentira, Você foi egoísta quando decidiu ir embora para não arcar com as consequências, não pensou em nenhum momento no seu filho. Foi altamente desumano o que você fez. isto apavora a humanidade Davi . —Balancei a cabeça negativamente, inojada ao lembrar-me de tudo .

— você acha que foi fácil para mim ? Eu passei anos vivendo de forma totalmente distinta. o remorso e o arrependimento me martiriza deixando todos os segundos da minha vida sem sentido! Eu não estou me justificando, o que eu fiz com eles não tem nome mas ..

— Não mesmo! — corto suas lamentações inúteis para que aquele momento —E mesmo você merecendo viver com isso até o dia da sua morte, ainda seria pouco. Mas você não pode mudar o passado não é mesmo ?
— Sou dura, mas ele precisava ouvir isso depois de tanto tempo fugindo .

Depois de longos segundos ele balançou a cabeça negativamente e com lágrimas nós olhos murmurou Mas calmo abaixando o grau de tensão que havia emergido entre nós .

— Aquilo não deveriam ter acontecido, Eu não queria, você sabe mas do que qualquer um o quanto eu a amava . — Um soluço e a respiração dele Intensificou, seus olhos fecharam e o rosto inundou-se de lágrimas — Eu não sei como pude, eu .. Eu estraguei tudo ...

Eu desaprovo o modo como ele parecia arrependido, a final, ele merecia esse remorso .

— Arthur sofre da mesma patologia que você! — Sentia uma expressão facial forte e intensas sensações internas misturadas — Ele também ama demais, Os ciúmes são os mesmos ou até piores que os seus . — olhei no fundo dos seus olhos, e junto todas as minhas forças para dizer — A única coisa que salva, é que ele não é tão monstruoso ao ponto de agredir-la — Respiro — Mas isso não quer dizer que ele  vá estragar tudo . —dou lhe Alguns segundos, mas quando percebi que sua covardia não o deixaria responder, concluo! —Se você realmente ama o seu filho, diga a ele a verdade, diga que as atitudes que ele tem com a Gabriela foram as mesmas que levaram você matar a dona Débora, mãe dele! Estou te dando a chance de dizer primeiro que eu, Não demore!

Dois segundos contados no relógio que ficamos nos encarando, depois levantei da cadeira, abri o fecho da minha bolsa, peguei o jornal dobrado com a manchete a vista e o coloquei na mesa, diante dos seus olhos. Dei as costas e sai livre de um terço do intenso peso nas costas que tinha

 Dei as costas e sai livre de um terço do intenso peso nas costas que tinha

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