capítulo 31

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Arthur Mallet

O amor é fácil  para os decididos e assustador para os medrosos. Mas, os vencedores no amor são os fortes,
Os que sabem o que querem e têm até o final . Hoje posso dizer que atingi a felicidade quando ultrapassei as mágoas que ainda me impediam de seguir, obviamente
que os  traumas me deixaram uma cicatriz, cicatriz que hoje eu sei que são importantes na minha vida, é bom lembrar que elas estão aqui e que também estão saradas. Talvez viver com elas é que me fez seguir adiante, é o que  me impulsiona todas as manhãs para lutar pela minha família .

  Geovani me alcançou assim que sai da sala de reunião,
— Arthur, você não vai ficar para a festa de inauguração da filial Mallet ?


Olhei para o relógio do pulso e os ponteiros acusaram exatamente dez e meia da noite. Foi um dia cheio, uma reunião difícil. Pois haviam muitos pontos a serem resolvidos sobre a filial de são Paulo todavia, conseguimos resolver absolutamente 100% de tudo .

— Marta ficará para me representar, Eu preciso ir embora. Há muitas ligações do Henri no meu celular, Gabriela está com oito meses de gravidez, estou com medo de que tenha acontecido algo .

Tentei mas uma vez a comunicação com todos os telefones de casa, mas todos davam caixa postal . Merda!

— Mas o voo está marcado só para daqui a 3hrs — Ele colocou a mão sobre meu ombro no intuito de parar meus passos rápidos. — Calma, não deve ter acontecido nada de mas.

— Eu não tenho como saber se não for para lá imediatamente. Já tem um carro me esperando na porta do prédio  — Retirei sua mão de mim e voltei os passos, ele me acompanhou até o elevador, a porta se abriu e eu não perdi tempo para adentrar .

— Me dê um segundo, Vou pegar a minha pasta. Não vou deixar você pegar a estrada sozinho. — A porta começou a fechar, mas eu ainda consegui responder .

— Não demore!

Comprimentar alguns colegas empresários que encontrei pelo caminho mais não delonguei nas conversas, um rapaz me entregou as chaves da mitsubishi e por um segundo disse a mim mesmo que iria sem o Geovani, até ele entrar no carona assim que virei a chave . Meu amigo acenou com a cabeça como quem diz "Eu não demorei" e logo olhou para a frente. Eu sorri e neguei como quem respondeu " Ainda bem, se no eu iria sem você" .

Depois de longos minutos na estrada, Um vento enorme começou da parte norte e vários trovões ao mesmo tempo começaram a surgir. Geovani assim como eu percebeu que não demoraria para chegar a tempestade. Mas a diferença é que eu não estava ligando para isso .

— Cara já começou a chover, está de noite, dirige mas devagar .

Mantive-me na mesma velocidade, não estava acima do meu limite de trânsito, então não tinha o por que ir devagar. E na verdade essa possibilidade nem passava na minha cabeça pois a preocupação com a minha menina estava imerso a qualquer outra coisa nesse instante .

Sem ter um resposta soltou um "Ahh! E logo inclinou-se para mexer no rádio, levei um segundo para tirar os olhos da estrada e ver-lo plugar o seu celular e logo começar a ouvir uma música acelerada, no mesmo segundo meu celular vibrou e me fez voltar a atenção para a pista e ao mesmo tempo pegar-lo do bolso, era o Henri, ocilei entre respirar aliviado e sentir uma pressão agoniante no peito .

— Henri — Atendi mas apenas ouvi estilhaços — Alô? Henri ?

Olhei para o Geovani e ele imediatamente abaixou a música do carro .

— Senh .. arth .. a .. polic .. est... Aqui ..

— O que ? — do outro lado da linha apenas Ruídos entre sua voz repicada — Quem? A polícia?

— O que tem a polícia? — ouvi o questionamento do Giovani mas não o encarei, a ligação estava horrível e eu  precisava de

— Henri a ligação está horrível — do outro lado da linha mas  Ruídos. Soquei o volante e Esbravejei — Porra, caralho!

A chuva estava intensa e eu mal tinha percebido que ela havia aumentando. Lembro de  chingar novamente e  olhar pro lado e de ver um borrão azul-marinho mesclado com branco, lembro também de ouvir o grito abafado no meu amigo e em seguida sentir uma pancada contra o carro . De repente tudo se apagou .

— Arthur .. Arthur ... Já chegou ajuda, fica acordado .

abria meus olhos lentamente. Sentia-me pesado, como se toneladas fizessem pressão sobre seu corpo  impedindo-ne de me mover. Não sei, mas acho que já haviam passado horas.
Fitei fracamente o rosto  ensanguentado do Geovani bem próximo a mim. Um calafrio percorreu a minha espinha e, concentrando-se na boca de meu estômago, eu só pensava na minha menina e no nosso filho que carregava em seu ventre . Uma lágrima quente desceu dos meus olhos a sentia queimar minha pele e um longo suspiro me fez sentir uma imensa vontade de dormir .

— Não, fica acordado por favor — Geovani chorava enquanto se esforçava para falar .

Lembro-me de pensar. " se ele está tão debilitado e ensanguentada dessa forma e consegue falar imagina como eu não estou se mal consigo mexer os olhos "

Sentia que iria morrer ..

Me esforcei o máximo que consegui tirando forças de onde não tinha, no entanto consegui sussurrar o quê era a minha maior vontade  até mais do que querer que alguém me tirasse daquela situação .

— Cuida deles para mim —  minha voz enfraqueceu tanto que eu não pude mais dizer absolutamente nada, somente implorar mais um pouco com os olhos para o meu amigo que negava insistentemente com a cabeça.

— não! Você vai fazer isso, vamos sair dessa, Eu e você!  — Fica acordado, por favor — um último esforço e senti um sono profundo não consegui manter meus olhos abertos.

os sons dos gritos do meu amigo não foram capaz de me trazer de volta. Aquele homem forte que um dia me disse ser, agora não passava de um um corpo fraco que não era capaz de lutar pela vida .

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