CAP 3 - Trigger

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Ao finalzinho da última aula, estavam apenas Sina, Noah e alguns outros alunos pela escola, ela estava andando, ouvindo música, com a mochila nas costas, passeando para conhecer melhor o prédio, com o Lamar, a única pessoa com quem teve alguma mínima afinidade até ali.
- Sabia que aquele cantor estudava aqui? eu não - perguntou Sina
- Eu não, minha prima mais nova é louquinha por ele - disse o Lamar
- Eu achei meio... Charmoso! - disse ela, rindo - Ficou me olhando o tempo inteiro nas aulas, fiquei agoniada e o pior, sentei bem atrás dele e tinha uma loira, muito mais alta que eu que ficou me encarando, acho que era namorada ou sei lá
- Normal, ele deve ser muito cobiçado aqui... Afinal, é famoso
- Uhum.
Eles viram uma porta vermelha de ferro, pesada e quando entraram, estavam na enorme quadra de basquete.
Lamar pegou a bola, deixou a mochila dele e a dela nas arquibancadas e começou a lançar a bola para ela, que devolveu para ele e ele a lançou na cesta, errando.
- Então, achou o quê da sua turma? - Perguntou ela
- Hum, nada demais... Parecem ser legais apesar de eu ter pensado outra coisa porque né, aqui é um colégio de elite e nós somos bolsistas, mas os caras são legais. Depois de bater muito a pesada bola e ter errado várias vezes, ele a lançou para a Sina, que de longe, jogou-a na direção da cesta e acertou.
- Ponto pra mim! - Disse ela, se gabando com um sorriso
- Boa. Mas vem cá...
- Hum?
- Vai fazer o que amanhã de noite?
- Hum... eu acho que vou tentar revisar alguns assuntos já que estou atrasada pra cá porq... - ela se tocou do que talvez ele estivesse falando - Nada de importante
- O que acha de ir comigo ao cinema?
- Eu não sei, nem te conheço direito
- Por isso é uma ótima oportunidade
Ele riu.
- Beleza então... - ele revirou a bola nos dedos, meio tímido - A gente sai as sete, então?
- É... Pode ser
Eles dois riram, meio envergonhados.


Lamar foi embora pois tinha de chegar cedo em casa, se desculpou com Sina por isso e ela ficou na porta da escola, esperando por seu pai. Noah saiu da escola abraçado aos risos e beijos com a loira alta que a olhava desconfiada, fingiu não vê-los.
- Você vai em casa hoje? - perguntou ele
- Vou sim fazer aquele brigadeiro gostoso que você gosta e... outras coisas se quiser.
Sina se esforçou para não rir, continuou mexendo no celular.
- Promete? - perguntou ele
- prometo sim
- fala quem é seu papai
- você é meu papai.
O garoto deu um tapa na bunda da garota, que foi embora, esbarrando de propósito em Sina, que ficou muito brava. Houve um breve silêncio depois da cena constrangedora. Noah se aproximou dela.
- Oi - disse ele
- Oi - respondeu ela, sem olhá-lo
- 'Tá tudo bem?
- Sim
- Esperando namorado?
Ela não respondeu, fingiu não escutar.
- 'Tá esperando quem? Namorado?
- Pai - respondeu ela, tímida sem o olhar nos olhos, e agora ele se aproximara mais um pouco dela; ela não ficou com medo pois havia muitas pessoas na rua passando naquele momento. Ele puxou um cigarro e soprou perto dela.
- É falta de educação fumar perto das pessoas.
Ela mandou mensagem para seu pai, pedindo para não demorar.
- Curtiu aquele show?
Ela parou de digitar, paralisada. Ela o olhou e deu um sorriso, o qual foi correspondido com outro, por ele.
Seu pai não demorou muito para chegar. Ela foi até o carro parado, do outro lado da rua.
Ele perguntou sobre o garoto.
- Quem é?
- Ah, um colega de sala
Ele acenou dando tchau para ela e ela acenou de volta, entrando no carro, o pai dela ficou olhando para ele.
- Sua filha é linda, parabéns - gritou Noah.
Ele não resopondeu nada, mas Sina o olhou com os olhos que diziam "não diga isso na frente dele", levando as mãos ao rosto, com vergonha.

Na noite seguinte, ela e Lamar foram ao cinema, conversaram e se divertiram muito, ele até a consolou por causa do filme, quando chegou na morte do personagem, ela chorou. Ele colocou sua cabeça em seu ombro e acariciou seu cabelo. Lembrou bem desse segundo dia de aula no LHS pois finalmente fizera outra amizade além de Lamar; Uma garota que sorria com os olhos sentou perto dela no horário de lanche, muito gentil e perguntou seu nome e se apresentou: Hina. O trabalho foi muito produtivo como sempre, calculando quantidades certas de remédios e coletando sangue para testes, era completamente apaixonada por aquilo e estava aprendendo muito com os outros farmacêuticos e biomédicos, naquela maravilhosa empresa tecnológica, onde em todas as portas se usava as digitais para entrar e sair dos lugares. Parecia mais uma empresa de tecologia no Japão do que uma indústria de farmácia.


- Ai merda - reclamou Sina quando deixou seu estojo que estava aberto, cair no chão, junto com o livro de biologia.
Hina a ajudou a guardar tudo.
- Obrigada - disse Sina.
Hina apenas a mostrou um cartaz que dizia: BAILE DE CONFRATERNIZAÇÃO AOS CALOUROS DE ENSINO MÉDIO.
- Vamos? - perguntou Hina, animada e sorrindo
- Baile? É tipo um... Baile? Com vestido de princesa e tudo o mais?
- É como uma festa de boas vindas para os alunos que entraram esse semestre, tipo você
- Ai não sei não
- Anda, vai ser legal, a gente pode se arrumar, hidratar o cabelo e fazer as unhas, usar vestidos e... Conhecer os novos alunos.
Lamar foi cumprimentá-la.
- Oi - Disse ele para Sina e depois se virou para Hina - Oi também... Baile de boas vindas é? - perguntou ele, como se aquele anúncio do cartaz fosse hilário.
- O que foi? - perguntou Hina, meio brava
- Muito brega
- Sério? Porquê? - perguntou Sina, olhando para ele, desconfiada
- Uma bobeira, usar vestidos e sei lá, ninguém quer saber quem são os alunos novos e é só uma desculpa para a gente matar aula
- Hum... - ronronou Sina
Hina e Sina se encararam.
- Acho que seria interessante - disse a Sina, analisando o cartaz - É, talvez eu vá, deve ser divertido
- E vai ter muita comida - falou Hina
- Gostei da idéia
-Ah... - começou Lamar - Pensando bem, não seria tão ruim né
Elas o encararam, quase rindo por ter concordado somente porque Sina mudou de idéia
- Tem certeza que não é chato?
- Eh... não deve ser tão ruim assim.
Elas se olharam e riram.

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