CAP 13 - The Damage

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Assim que chegou em casa com a policial, Sina saiu e a moça a acompanhou até a porta da casa dela. Sina bateu. A policial a olhava desconfiada, Sina manteve os olhos na porta, esperando por alguém; de preferência, Joey
- Deveria escolher melhor suas companhias minha filha, sinto mas agora vou ter de contar para os seus responsáveis o que houve.
A mãe dela atendeu a porta. Sina a abraçou rapidamente. A mãe olhou para a policial e perguntou o que houve.
- Você se perdeu ou? - perguntou ela para a Sina, que estava com o rosto afundado no ombro da mãe.
- Acho que deve proibir sua filha de andar com certas pessoas, ou vai acabar se prejudicando - disse a policial, séria
- O quê que houve?
- Estava no carro com um jovem quando os policiais o prenderam por agredir a própria mãe, completamente drogado
- O quê? - perguntou a mãe da Sina, pasma e tirou o rosto da filha do ombro, segurando-o
- Ele te fez algo?
- Não - respondeu Sina e foi para o quarto, sem falar mais nada.
- Bom, era só isso... - disse a policial, se afastando
- Obrigada - gritou a mãe da Sina.
Ela estava deitada na cama, a cabeça apoiada no travesseiro, pronta para o sermão que iria levar e sua mãe entrou no quarto fechando a porta com tanta força que até o vizinhos devem ter ouvido o baque. Sina nem se assustou, continuou deitada.
- Eu não acredito nisso... - começou a mãe dela - eu... Sina, por favor olha pra mim.
Mas ela continou com a cabeça virada para o outro lado, olhando para a janela, como se ele fosse aparecer a qualquer momento e dizer que conseguiu fugir.
- Eu não te criei para isso, você vai pegar seu telefone, apagar o número desse rapaz e dizer que vocês não podem mais se falar isso o que ele f...
- Ele não fez nada - disse Sina, calmamente.
- Oi?
- É mentira, a mãe dele deve ter inventado essa história. Ele não faria isso.
A mãe dela suspirou alto.
- Você estava lá na hora? Não né, pois então, não quero nunca mais ver você perto daquele menino... seu pai estava certo o tempo inteiro. Eu não acredito nisso, você tem noção de que está me fazendo assumir um erro e admitir que estou errada para o seu pai? onde vocês estavam e o que exatamente estavam fazendo?
- A gente não fez nada, ele só estava me mostrando a casa nova onde ele está morando sozinho.
- Não vai mais lá. Vou definir um horário para você: vai e volta da escola no horário certo e a mesma coisa no trabalho, não vai sair sem minha permissão ou de seu pai, e sempre que tiver que fazer algum trabalho com a Hina, ela que venha aqui...
A mãe dela saiu e encostou a porta sem dizer mais nada. Ela passou aquela tarde refletindo, ele teria feito aquilo mesmo? Quanto tempo ele ficaria naquele lugar? Estava tão apaixonada que se tornara cega? O que faria agora? Porque aquilo não era uma coisa que se esquecia fácil. Na internet, tudo o que se via eram notícias de que ele havia sido preso por abuso de drogas e agressão, mas os portais não diziam que era contra a mãe dele. Sina queria ver o rosto dela, se estava machucado. Ela não queria que aquilo fosse verdade, queria ouvir os vizinhos que se disseram testemunhas da suposta briga. Estava agoniada, precisava fazer alguma coisa. A menina postou o vídeo dele sendo algemado, ela apareceu como um borrão, de dentro do carro mas assim que saiu, deu para ver melhor que era ela. Ah não, mais um motivo para as pessoas falarem, ela estava com ele de novo e provavelmente a escola iria comentar sobre. O que aconteceu? Aquele era para ser seu ano perfeito, o que deu de errado?
Ela resolveu que naquela mesma madrugada iria atrás de respostas. Pegou um moletom rosa, calçou sua calça jeans e tênis, e fugiu pela janela. Pegou a bicicleta que estava no jardim de trás da sua casa e pedalou o mais rápido que pôde. Não conseguiria dormir com tantas perguntas na sua cabeça, tão agoniada de preocupação. Quando chegou perto da antiga casa do Noah, viu que ela estava completamente escura, deixou a bicicleta bem longe, foi para trás da casa e subiu devagar as escadas, a parte de trás da casa, tinha a cozinha e enormes janelas de vidro. Ela teria que ser rápida, as luzes estavam desligadas, por sorte - estão dormindo ou saíram - pensou ela. Tinha uma porta para a entrada da cozinha, estava trancada. Ela tentou abrir as janelas, que seriam mais fáceis de abrir. Tentou uma, duas, três... até que conseguiu, empurrou com toda a força e o cachorro do vizinho latiu muito alto, a assustando, então ela entrou pela janela, que era perto da pia, colocou primeiro uma perna, tentando passar a perna toda pela pia, acabou sem querer ligando a torneira, mas a fechou depressa, passou o tronco por dentro e depois seu corpo inteiro estava apoiado na perna direita e então, trouxe a outra perna para dentro, acabou machucando a virinha esquerda na pia. Ela ainda não havia visto a cozinha daquela casa e era enorme, os armários feitos de madeira, a geladeira com duas portas e no meio da cozinha, um fogão elétrico. Sentiu vontade de abrir a geladeira, cabia muita coisa ali dentro. Mas voltou ao foco porque tinha que sair dali o mais rápido possível. Andou como se estivesse pisando em ovos.

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