Capítulo 10 - "O muro que nos separa"

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"As minhas palavras, propriamente ditas,
não conseguirão descrever
nem em mil vidas
As milhões de sensações e sentimentos
que eu tenho
Ao estar com você."
Rayssa Gomes.

Eu estava dentro do meu quarto, muito nervoso, muito, muito nervoso. O professor disse que a Marinette está claramente apaixonada por mim! E que… e que eu tô apaixonado por ela também! Isso não é bom! Nem um pouquinho bom! Fiquei andando de um lado para o outro por um tempão, enquanto Plagg resmungava várias besteiras.

- Engraçado, o teu professor teve que enxergar que você tá afim da Marinette! Realmente, Adrien, você tá muito cego…

- E o mais engraçado de tudo é que você APOIA ELE! - coloquei meus braços ao redor da minha cintura, já irritado com Plagg.

- Se eu fosse você, eu investiria.

Parei de andar, olhei para o kwami que mastigava tranquilamente seu camembert, joguei uma almofada na direção dele e gritei:

- Será que você não consegue falar nada útil nessas horas???

- Ow, ow, ow! Calma lá! Quem está apaixonado pela Marinette aqui é você, e não eu!

- Eu NÃO TÔ APAIXONADO PELA MARINETTE!!!

Corri na direção da minha cama para pegá-lo, mas ele desviou.

- Número 1! - disse Plagg, voando por cima de mim. - O que você sente quando vê a Marinette???

Respirei fundo, me sentei na cama e fiz uma cara de pensativo.

- Eu… ah, eu adoro ver ela! Sinto uma coisa boa, sabe? Uma energia boa. É como se estando ali com ela meus problemas se dissipassem, como se uma paz inexplicável habitasse dentro de mim, um carinho, um… eu me sinto bem perto dela, é isso!

Plagg se sentou no meu sofá, olhou para mim e continuou:

- Número 2! O que você sente quando olha profundamente para os olhos dela?

- Eu… er… hum… meio que… me sinto hipnotizado! São olhos azuis oceano, sabe? São… encantadores… e belos!

O pobre kwami preto respirou fundo. Assuntos do coração o davam nojo, por mais que estivesse apaixonado por uma certa… kwami vermelha fofa.

- Número 3! Quais foram os melhores momentos que vocês passaram juntos?

- Bem… tem o… dia que eu conheci ela, que emprestei o meu guarda-chuva para ela, a nossa dança na casa da Chloé, a minha primeira vez no cinema, que estava acompanhado com ela, que inclusive foi hilária! O dia que… que ela me beijou na bochecha, o dia que dormimos juntos no trem…

Arregalei meu olhos ao perceber que a última frase que havia falado tinha duplo sentido.

- Quer dizer, ah, ah, VOCÊ SABE O QUE EU QUIS DIZER!

Balancei minhas mãos para o ar, me levantei da minha cama e fui em direção a gaveta em que eu havia guardado uma carta em formato de coração. Encarei-a por alguns segundos, segurei-a e a comparei com a letra da Marinette (ela tinha me emprestado um caderno). Já havia tido aquela dúvida antes, mas, naquele momento, parecia certo fazer aquilo.

Será que eu posso AMAR VOCÊ?Onde histórias criam vida. Descubra agora