CAPÍTULO 38

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Eu me afastei de Sammy depois de um tempo e me virei para trás procurando Nash que por alguns momentos eu tinha esquecido que estava lá. O menino estava com um rosto que eu não tinha visto ainda com uma mistura de curiosidade. 

— Sammy ! — minha mãe apareceu na porta que dava para a cozinha - Vocês voltaram para a cidade ? 

— Oi tia ! — ele acenou de onde estava na porta enquanto minha mãe ia se aproximando de nós dois — eles pediram transferência para cá novamente — minha mãe finalmente o puxou para um abraço. 

— Fique para o jantar — ela falou animada — nós já temos um outro convidado — ela se virou para trás e apontou para Nash — um outro amigo de April está aqui também. 

— Ah não, eu não posso — ele começou a balançar os braços — só vim dar um oi para a April mesmo, como é nosso primeiro dia aqui na cidade de novo nós vamos jantar juntos em comemoração, mas eu agradeço o convite — minha mãe fez bico como se tivesse ficado ofendida — mas eu venho outro dia, junto com meus pais para a gente jantar todo mundo junto — minha mãe pareceu aceitar a resposta — eu vou indo, que senão já já eles me ligam. Foi bom rever vocês, depois eu te mando uma mensagem April — ele me deu um beijo na bochecha e saiu andando rápido para o carro que estava estacionado na frente do nosso jardim. 

Eu esperei o carro sumir da minha vista para poder fechar a porta. Voltei para a sala onde Nash me olhava curioso. 

— Vai logo, pergunta. Ta na cara que você quer saber quem que ele é — eu me virei para ele e o menino abriu um pequeno sorriso — ele é meu melhor amigo de infância, nossos pais trabalhavam no hospital e enquanto isso, nós ficávamos brincando pelas salas, como se tudo aquilo fosse nosso parque de diversões. Eles tinham se mudado e meus pais voltaram a ser médicos do exército, então nós perdemos um pouco de contato durante os anos. 

—  Então foi por isso que ele não sabia quem eu era —  eu arqueei as sobrancelhas para ele —  é que se sua família for tão bocuda quanto você é, metade dessa cidade já tava sabendo que nós estávamos morando juntos. 

—  Tá me chamando de fofoqueira Nash Grier ? —  eu dei um soco leve no ombro dele. 

—  Se a carapuça serviu —  ele deu de ombros e riu o que me fez rir junto. 

|*|

—  Obrigada pelo jantar tia, estava ótimo —  Nash agradeceu minha mãe mais uma vez depois do jantar. 

—  Ah, para com isso —  minha mãe respondeu envergonhada e eu apenas lancei um olhar de como se falasse '' para de graça mulher '' — toda vez que você quiser, pode vir aqui em casa comer.  

Meu pai comia quieto, apenas observando a situação. Ele ainda estava com uma pulga atrás da orelha por conta do Nash, mas minha mãe toda hora o beliscava discretamente para que ele parasse de ficar com cara emburrada e começasse a socializar uma vez ou outra.

O celular da minha mãe e do meu pai começaram a tocar na mesma hora, o que só podia indicar que eles iriam ter alguma reunião.

— Pode ir, eu arrumo as coisas aqui — falei quando percebi que ela parecia preocupada. 

— Obrigada April — ela se levantou e meu pai a seguiu escadas acima. 

— Eu te ajudo — Nash se levantou e antes que eu começasse a protestar ele já estava empilhando os pratos e levando para a cozinha.

Eu dei um suspiro e comecei a levar os copos para lá também. O mesmo já estava colocando as luvas para lavar a louça.

— Você sabe que você não precisa fazer isso né ? — eu coloquei os copos dentro da pia. 

— É o mínimo que eu posso fazer já que sou convidado e vocês estão me alimentando — ele começou a lavar os pratos. 

Eu o observei por alguns minutos enquanto ele lavava calmamente a louça e cantarolava alguma música que eu não consegui identificar de imediato. Ele pareceu notar e me encarou.

— Tá fazendo o que parada aí ? 

— É que por um segundo parecia que a gente tinha voltado a morar junto — um sorriso brotou no meu rosto involuntariamente e ele pareceu perceber — os meninos ainda estão indo muito lá ?

— Como se você não soubesse a resposta - nós dois rimos. — agora eles estão indo menos agora que você não está lá mais,. Diz eles que somente eu não tenho tanta graça, então eles ficam menos tempo lá.

— Comigo lá tinha a Grace querendo invadindo o apartamento logo de manhã. Era cada dia uma aventura nova. 

Nós rimos mas então ficou um silêncio. Eu comecei a secar e guardar a louça que ele tinha lavado. Com tudo terminado ele estava encostado no balcão da cozinha olhando para o além.

— Você faria de novo ? — eu fiz uma cara confusa. — você moraria de novo comigo, sabendo que tudo isso iria acontecer ? — ao mesmo tempo que parecia que ele queria saber a resposta, parecia também que ele não queria.

— Eu faria tudo de novo, mesmo sabendo de tudo que aconteceria — eu dei um sorriso involuntário — porque as lembranças que eu criei lá foram mais boas que ruins. Eu me diverti mais do que sofri. 

Ele me encarou e eu apenas continuar a guardar a louça, virando de costas pra ele. Estava colocando um prato no armário, quando senti ser meu corpo ser envolvido pelo abraço do menino. Tomei um susto e tentei me virar, mas ele não deixou.

— Nash ? — ele apertou mais os braços que estavam ao meu redor.

— Só deixa isso ficar assim por algum tempo — a voz dele soou baixo perto da minha orelha, me fazendo arrepiar em resposta.

Eu não sabia o que fazia, então coloquei minhas mãos por cima das dele, o que pareceu o surpreender já que senti a cabeça dele levantando. 

Era isso, mesmo que eu negasse com todas as minhas forças, a verdade não iria mudar. Eu estava apaixonada por Nash Grier e aparentemente, o Taylor estava certo. Acho que Nash Grier também estava apaixonado por mim. 



The Boy Who Lives With Me | Nash Grier |Onde histórias criam vida. Descubra agora