CAPÍTULO 4

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Corri pro quarto do menino que eu só havia entrado uma vez que foi quando imprimimos as regras da casa e comecei a balançar o corpo adormecido do mesmo.

- April, você tem que ter um motivo muito bom pra me acordar - ele reclamou abrindo os olhos azuis.

- Acredite, eu tenho um motivo muito bom e ele está esmurrando a nossa porta - ele fez uma cara de confuso e então a porta foi esmurrada mais uma vez - é melhor você ir logo.

Ele se levantou confuso e eu fui atrás. A menina gritou novamente e ele parou no meio do caminho, bufando de raiva.

- É a menina do telefonema, a doida que eu falei - ele parou e se encostou na parede.

- O que a gente vai fazer ? Ela não pode saber que eu moro com você. Primeiro que ela ia pular no meu pescoço na primeira oportunidade e eu não sei brigar, e segundo que todo mundo da escola iria saber e eu não quero esse holofote - eu sussurrei, com medo de a menina nos ouvir do outro lado da porta.

- Se esconde, vou tentar conversar com ela lá fora, mas capaz de ela entrar mesmo assim. Vai pro seu quarto e tranca a porta - eu afirmei com a cabeça e sai em passos rápidos e silenciosos pro meu quarto, trancando a porta e ficando quieta.

Ouvi a porta da frente sendo aberta e a voz dos dois. Nash parecia estar entediado com toda a cena e a menina falava alto.

- Você tá com alguém aqui Nash ? Por isso não foi me encontrar pra comer ? - os passos dela eram fortes.

- E se eu estiver ? Quantas vezes já falei pra você Grace que a gente não tem nada ? A gente apenas fica algumas vezes e nada mais que isso.

A menina deve ter ficado brava com o que o menino falou pois os passos começaram a ficar cada vez mais fortes e então percebi que ela estava se aproximando.

- Grace, sai da minha casa pelo amor de Deus - ele parecia cansado.

- Cadê ela ? - acho que a porta do banheiro social foi aberta, e depois a do quarto do menino.

Quando os passos se aproximaram do meu quarto eu até prendi a respiração, como se eu estivesse fazendo mesmo uma coisa errada. Mas a verdade é que eu estava na minha casa tendo que me esconder de uma doida que é obcecada pelo menino que mora comigo.

- Por que essa porta tá trancada ? - a maçaneta balançou furiosamente.

- Porque eu quero e você é doida, já mandei mensagem pro segurança do prédio pra vir tirar você daqui.

Ouvi ela bufar de raiva e os passos foram se distanciando até que uma batida forte da porta foi ouvida.

Passou um tempo e teve batidas na minha porta. Eu fiquei quieta por instinto.

- Pode sair, ela já foi embora - a voz do Nash soou cansada e eu abri.

- Meu Deus, nunca mais vou sentir dó dessa doida, já entendi porque você não consegue dar um pé na bunda dela - suspirei - que medo dela. Desculpa por te acordar, mas era importante.

- Dessa vez eu perdoo - ele falou andando na direção do quarto e logo depois fechou a porta.

Por conta da adrenalina que foi fugir da doida, nem percebi que o céu já estava escurecendo e a lua já aparecia no céu. Peguei meu celular que tinha ficado no quarto e vi que já eram 18:20.

Minha barriga já estava começando a roncar em protesto e como eu não fazia em muito tempo, fui pra cozinha, coloquei um avental, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e comecei a cozinhar.

|*|

- Meu Deus April, você cozinha ? - foi a primeira coisa que o Nash falou assim que apareceu depois do cochilo dele.

- Fazia um tempo que eu não cozinhava, mas me lembrei o quanto eu gostava - eu sorri - e isso é em agradecimento por ter me salvado da chuva.

- Espero que não tenha jogado veneno nessa comida, tá muito suspeito - ele se aproximou e deu uma cheirada na comida - mas parece estar bom. Me dá o prato.

- Você tem duas mãos, pega você - falei indignada e ele bufou, indo pegar o prato no armário.

Me sentei na pequena mesa circular que tínhamos e comecei a comer enquanto o Nash tirava a comida dele.

- Bom, parece tá com uma cara boa - ele puxou a cadeira e se sentou - vamos ver se o gosto também é - eu parei o garfo no meio do caminho apenas pra ver a reação dele que foi hilária - meu Deus, isso é muito bom.

- De nada - eu dei risada e comi outra garfada - você percebeu uma coisa ? Estamos sentados aqui, comendo pacificamente. Nenhuma comida está voando.

- Seria um desperdício jogar isso fora - ele apontou pro prato e eu dei risada.

Parecia que finalmente estávamos nos dando bem.

The Boy Who Lives With Me | Nash Grier |Onde histórias criam vida. Descubra agora