Papai estava lendo um grande livro. Seus cotovelos estavam apoiados na mesa com lindos desenhos na madeira que ficava no escritório. Estava começando sentir uma dor na minha coluna. Me mexo, tentando achar uma posição mais confortável em meu esconderijo. Mas acabei me mexendo de mais, fazendo meu pai tirar os olhos assustados do livro e procurar à sua volta.
Não consegui segurar um riso quando ele passou reto do meu esconderijo, mas assim que ouviu a minha risada ele me achou e me pegou no colo.
— Gatinha, você sabe muito bem que não pode vir para o escritório do papai e da mamãe! — ele fala com um enorme sorriso.
— Ma papai! — eu falo direcionando meus braços para a mesa. — É o livru bunito! — chego a me jogar em seu ombro para tentar tocar o livro.
Papai dá um longo suspiro e vai em direção à mesa, me ajeitando em seu colo. Ele fecha o livro e o pega na mão o mostrando para mim.
Coloco minhas duas pequenas mãos na capa do livro com vários detalhes em alto relevo. Mas o que mais me chamava a atenção era o desenho de duas asas de anjos folheadas em ouro. O desenho era tão bem feito que ao passar a mão eu sentia a delicadeza das asas de um passarinho.
✿ ✿ ✿
Acordo em um sobressalto. Coloco as mãos na cabeça como se para fixar a imagem do livro com as asas de anjo.
Eu já tinha visto aquele livro, porém fazia tanto tempo que eu não me recordava. Só havia visto a capa, nem mesmo depois quando cresci nunca o peguei para mergulhar em suas palavras, tudo porque não o achava no escritório.
Sabendo que não conseguiria dormir mais, sai do quarto indo em direção à biblioteca de camisola e descalça, tudo que eu havia pegado, por precaução, uma touca vermelha que coloquei rapidamente em meus cabelos.
Qual foi a minha grande decepção ao perceber as portas trancadas da biblioteca. Sério? Precisavam trancar a biblioteca mesmo!
Olho dos dois lados dos corredores escuros que me causavam arrepios de medo e vou para a direção contrária da escadaria que levava ao meu quarto, desbravando a escuridão à minha frente.
Fiquei surpresa ao descobrir uma luz acesa na última sala do corredor. Como a porta estava aberta me atrevi a olhar quem estava lá dentro. Fiquei surpresa ao ver deitada sobre um divã com um livro nas mãos e uma caixa de bombons sobre a mesa... a princesa Carine.
Ela olha para a porta no mesmo instante que eu e também fica surpresa, mas logo em seguida abre um sorriso gentil, fazendo um sinal para eu entrar.
— Desculpe-me por incomodá-la, Vossa Alteza. — falo ao entrar na sala e fazer uma reverência.
— Não está me incomodando. — sua voz é doce e gentil. — Bem que eu estava precisando de companhia! — ela fecha o livro e se senta no divã, dando leves batidas ao seu lado para eu me sentar também.
Me sinto incomodada por estar tão perto da princesa, meu obstáculo para alcançar quem eu gostava. Ela era realmente perfeita, parecia que até no cheiro, que era uma mistura de rosas e lavanda.
— Aceita um? — ela me estende a caixa cheia de bombons coloridos. — São muito bons! — ela abre um grande sorriso.
Pego um bombom verde com flores azuis e dou uma mordidinha sentindo o prazeroso sabor de chocolate que me fez suspirar e logo quando percebi arranquei risadas da princesa.
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Bella
FantasyAngeluz, um reino preste a sumir junto com todas suas criaturas mágicas tudo por causa da Guerra do Fim do Mundo, a grande guerra que acabou com todos os demônios e anjos de nosso mundo. Ficamos sem proteção, melhor dizendo a Árvore da Vida ficou se...