Capítulo 13 - Estevão.

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– Vamos logo Maria! Pare de ser medrosa! – Digo a ela que está parada no lugar. Estou segurando em sua mão, mas ela não se move. – Você quer que eu te carregue? Pra mim não há problema algum. – Vejo-a franzir os lábios e suspirar sem um mínimo de paciência. Sorrio, me abaixo e abraço suas coxas grossas e ergo-a levando seu corpo gostoso em meus ombros.

– Me larga Estevão! Eu vou fazer um escândalo se você não me soltar. – Ela diz alterada tentando sair. Aperto ainda mais suas pernas e dou um tapa em sua bunda. – Ai! ESTEVÃO! Quando você me pôr no chão eu vou acabar com a sua raça. – Ela fala alto totalmente irritada.

– Vai nada. Você não bate e não mata uma formiga como vai acabar com a minha raça em mocinha? – Dou risada ao ouvi-la bufar. – Eu quero sim que você acabe comigo, mas de uma outra forma. Cansado, suado e nu em cima ou embaixo de você pra mim tanto faz. – Dou de ombros. – O que importa é que seja com você. – Ela ainda esperneia, mas depois se dá por vencida.

Caminho com ela ainda em meus ombros por mais alguns poucos metros. Paro e fico observando para ver se está tudo do jeito que eu planejei. Coloco-a no chão e dou um selinho em seus lábios antes de tirar a venda.

– Promete que não vai surtar? – Ela nada diz. – Em Maria, me responde! – Ela cruza os braços e suspira. Faço o mesmo. – A menina turrona meu Deus! – Eu vou tirar a venda dos seus olhos agora tá? – Ela dá um sorriso ladino.

Viro-a deixando de costas para o lugar deixando-a olhar para as árvores que cercam ali, tiro a venda e ela pisca para se acostumar com a luz do sol em seus olhos.

– Por que você me trouxe aqui Estevão? – Ela me olha com expectativa. – O que você aprontou? – Me pergunta olhando-me assustada. Dou risada ao ver sua preocupação.

Veja você mesmo. – Pego em seus ombros e viro-a. Ela leva as mãos à boca totalmente surpresa. – Tá mais calma agora mocinha? – Ela sorri e balança a cabeça.

Quando ainda éramos pequenos viemos muitas vezes para esse lugar, Maria, Olívia, Moisés, José Carlos e eu. Próximo a plantação de lavandas há um local bem arborizado e lá havia uma cabana velha caindo aos pedaços. Quando encontramos foi amor à primeira vista. Levamos de tudo para lá. Primeiro pedimos ajuda para consertar algumas coisas como o telhado que estava com vários buracos devido à falta de telhas e as paredes como eram de madeira estava bem judiada também. Papai e seu Salviano tiraram um tempo da empresa e consertaram ao telhado para nós o resto das coisas fizemos do nosso jeito. Compramos tintas e pintamos por dentro e por fora da casa, arrumamos o assoalho e trouxemos alguns móveis para cá. Cada um trouxe o que mais gostava e deixando o lugar com cara de casa, de lar. Era o nosso lar. Depois de tudo pronto, passamos a frequentar o nosso esconderijo quase que diariamente. Ali era nossa sala da justiça. Passamos bons momentos ali, meus irmãos e eu, Maria e José Carlos. Com o tempo e com as responsabilidades da vida fomos deixando nosso lar para as traças e cupins. E hoje, depois de vários anos trouxe-a aqui para termos um tempo nosso, só nosso.

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