Capítulo 24 - Estevão.

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Depois de mais ou menos uma hora do lado de fora da tenda pensando e tentando colocar meus sentimentos em ordem, volto e sento-me em frente a maca onde está o pequeno garoto

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Depois de mais ou menos uma hora do lado de fora da tenda pensando e tentando colocar meus sentimentos em ordem, volto e sento-me em frente a maca onde está o pequeno garoto. Fico olhando o franzino corpo deitado e aliso seus cabelos. Lembro-me de Levi e de como sinto falta de sua voz, de seus carinhos e de seus beijos molhados. Levi é um beijoqueiro e adora abraços. Quando digo adora abraços é isso mesmo! Meu menino é uma fonte de carinho e amor. Mesmo tendo algumas dificuldades ele não se deixa levar por nenhuma delas, pelo o contrário se há alguma queda ele levanta sacode a poeira e continua seu caminho. Acho incrível a força que ele tem, sua garra me faz pensar e ver como fui agraciado por Deus por tê-lo como meu filho, meu amigo, meu tudo.

Olhando para Júlio e fico imaginando como seria tê-lo como meu filho, como seria incrível partilhar com ele tudo o que eu e Levi temos. Eu daria a ele toda minha atenção e daria meu amor de pai, meu carinho e meu respeito. Nunca tiraria dele o amor que sente por seu pai de coração o doutor Augusto, isso jamais. Mesmo que eu quisesse fazer a essência de Augusto está em Júlio e isso nunca, em tempo algum isto sairá dele. A única coisa que eu faria é que ele me enxergasse não somente como seu titio, eu o ajudaria a ver em mim um pai, um amigo e em Levi eu o faria enxergar um irmão mais velho que o ajudará e cuidará dele e o protegerá de tudo e de todos. Eles seriam amigos, melhores amigos sempre.

Suspiro ao me lembrar dos poucos dias que fiquei aqui e vi a interação de Maria com o pequeno garoto. Era nítido como ambos se amavam. Via nas ações dele o quanto é obediente, esperto e inteligente. Maria e o esposo fizeram um ótimo trabalho criando esse menino que mesmo não parecendo com eles fisicamente tem tudo deles e um pouco mais. Ambos deixaram uma base sólida em Júlio e isso se vê e se sente de longe. O garoto é incrível tanto quanto Levi o é.

Sinto um toque em meu ombro e olho assustado para o lado. Miguel me olha e depois passa seus olhos no garoto a minha frente.

– Como ele está? – Me pergunta ficando ao meu lado. Levanto-me e saímos do lugar.

– Ele está bem, só tem alguns arranhões e escoriações nada de grave graças a Deus. O pior será conversar com ele sobre seus pais. Sei que a doutora Amélia já o fez, mas eu preciso ver como ele está com relação ao que aconteceu. – Digo e suspiro. Miguel anui de leve. Em dado momento paramos nossa caminhada. – Quando o encontrei na moita ele estava meio perdido chorando demais. Quando o trouxe para dentro ele me pediu para eu trazer sua mãe de volta. – Abaixo meu tronco sentando-me em um toco de árvore, passo as mãos no rosto com certa força. – Cara, o menino me pediu algo impossível! O que eu farei para trazer Maria para casa ou melhor onde eu começo a procurá-la Miguel? Eu não faço a mínima ideia de onde começar, para onde ir e o que fazer! Podemos seguir o curso do rio, mas... não sei cara. – Me sinto frustrado. Uma angústia toma meu coração e me sinto desesperado.

– Sei quem pode te ajudar senhor. – Assusto-me e viro meu tronco e olho para trás. Vejo um homem com roupas maltrapilhas, cabelos sujos e pegajosos, sua pele está coberta por uma grossa camada de poeira. De seus lábios vejo um sorriso ladino. Com certeza naquela boca não há um só dente. Ele fala conosco em inglês fluente.

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