Ao receber alta, fui direto para o hotel onde Coronel William deixou reservado para Miguel e eu ficarmos até o dia que saíssemos do país. Não havia estabelecido uma data para irmos embora, pois precisava fazer alguns exames. Não estou cem por cento ainda, então deveria voltar ao hospital daqui a dois dias.
Confesso que estou ansioso para ver Maria acordada novamente, queria estar ao seu lado quando isso acontecesse, queria ver seu rosto, a cor de seus olhos, ver dentro deles a vida voltar. Quando estava em meu quarto no hospital, ficava desesperado para saber notícias sob ela e sempre as tinha por intermédio de Miguel, mas agora do lado de fora e história é outra.
Nos encaminhamos para dentro do pequeno hotel. O local é simples com apenas dois andares. A recepção é simples, tendo ao lado direito uma porta grande onde pude ver algumas mesas e cadeiras dando a entender que seja a área de refeição. Pegamos as chaves e logo fomos para nossos respectivos quartos, ele é pequeno com apenas uma cama de casal, dois criados-mudos, uma cômoda e uma televisão bem antiga tubular e um pequeno banheiro com toalhas e papel higiênico. Como o lugar é apenas para pernoitar, então pra mim está excelente.
Pego minha mochila e jogo no chão. Sigo em direção ao banheiro e vejo que aqui tem chuveiro. Sorrio ao ver como uma simples coisa nos faz feliz. Volto pego uma roupa casual e sigo novamente para o banheiro e tomo um banho relaxante que a muito tempo não tomava. Me seco, me troco e minutos depois deito-me ligando a televisão. Fico pensando em tudo o que aconteceu até agora. Meus pensamentos voam alto e não vejo a hora que pego no sono, só me dou conta disso quando me assusto com o barulho de batidas na porta. Calço meu chinelo e me encaminho até ela. Olho pelo olho mágico e avisto Miguel, capitão Chang, o coronel William e Na-Toan Chung o homem que salvei e que patrocinou nossa expedição de resgate. Abro a porta recebendo-os.
– Olá tenente, como vai? – Coronel William diz ao apertar minha mão. Dou passagem para que todos entrem. Aperto a mão do Capitão em seguida.
– Estou bem coronel. Senhor Na-Toan Chung, como está? – Pergunto ao ver o homem analisando o cômodo. Capitão. – Ele apenas anui.
– Com toda certeza tenente estou bem, ainda mais sabendo do sucesso que foi a missão. Mesmo com alguns percalços a missão foi um sucesso. – Ele diz e senta-se em um dos criados mudos. – Não sei se soube, mas seu companheiro de missão, aquele que foi atacado pelo urso está bem, se recuperando devagar. Os demais seguem suas vidas normalmente sem nenhum percalço. – Anui.
– Sim, eu soube de Dan por intermédio de Miguel. Pedi que ele me mantivesse atualizado sobre o estado de saúde do garoto. Quando o ataque aconteceu ficamos muito comovidos e assustados. Tínhamos uma ideia de como a floresta pode ser cheia de perigos, mas nunca imaginei presenciar algo tão horripilante. – Miguel anui e os dois homens me olham atento. – Sei que ele está vivo e que está se recuperando bem, só espero que quando ele acordar e perceber que nunca mais poderá enxergar. – Suspiro. – Algumas vezes sinto-me culpado por tudo o que aconteceu a ele, pois se não tivesse ido nesta missão nada disso teria acontecido. – Digo.
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A Procura.
RomansaO que você faria se a pessoa que um dia você traiu precisasse de sua ajuda, mas ela deixou bem claro há anos que não o queria por perto? Como se redimir depois de tanto tempo e como fazer isso depois de grande sofrimento? Será que mesmo depois de an...