Capítulo 18 - Estevão.

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Chego em meu quarto e avisto a bolsa em um canto próximo ao guarda-roupa

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Chego em meu quarto e avisto a bolsa em um canto próximo ao guarda-roupa. Apanho-a e retiro as roupas sujas colocando outras peças limpas. Abro o guarda-roupa e fico ali parado com uma mão na cintura e outra tapando minha boca. Não sei nem por onde começar, fico tão entretido com meus pensamentos que me assusto ao ver Levi sentado em minha cama.

– Que susto Levi! – falo e ele sorri travesso chacoalhando os ombros. Sento-me ao seu lado trazendo seu corpinho para meus braços e dou um beijo em seus cabelos. – Tá tudo bem? – Pergunto e ele se ajeita na cama cruzando as pernas.

– Por que está arrumando a bolsa? O senhor vai viajar de novo? – Levi pergunta. Dou uma risada anasalada e sento-me em minha cama com ele. Bato de leve em seu joelho.

– Vou sim filhão. O coronel me convocou para estar hoje no quartel, acho que será algo rápido. – Lembro-me de algo. – Ah, lembra que eu te contei de uma amiga minha que era médica e que foi embora trabalhar longe daqui? – Ele anui. – Então, eu a encontrei nesta viagem que eu fiz e ela aceitou ser minha amiga de novo. – Ele olha para mim sorri com aqueles olhos brilhando. Levi tem dez anos e é uma criança extremamente inteligente mesmo tendo seu probleminha. Faz algum tempo que eu tive uma conversa com ele e contei sobre minha história com Maria Clara. Tive uma conversa de adultos com uma criança. Eu omite várias coisas, mas deixei claro que o erro e a culpa foram meus. Tenho tentado ensinar meu filho a ser um homem melhor, uma pessoa de bem. É sempre incrível conversar com ele, mesmo pequeno e com pouca idade ele me aconselha e me dá dicas de como conquistar uma mulher que na verdade é Maria, minha Cacau. Lembro-me do dia em que disse a ele sobre meu passado com Maria. – Hoje fiquei sabendo que aconteceu algo ruim com ela e com o esposo dela filhão. – Ele arregala os olhos.

– O que aconteceu com ela papaizinho? – Levi pergunta e se ajeita na cama ficando de frente para mim.

– Uma chuva muito forte atingiu o lugar onde ela mora e muitas pessoas morreram e outras estão desaparecidas. A Maria é uma das pessoas desaparecidas e o esposo dela morreu. – Suspiro. – Eu preciso ir para lá para ajudar no resgate das pessoas desaparecidas e principalmente eu preciso encontrá-la Levi e trazê-la para seu filho. – Falo e ele fica quieto como se estivesse pensando. – Você ficará com a vovó e o vovô até eu retornar. Espero que não demore muito por lá. – Ainda estamos sentados e ele está com os braços cruzados e uma mão está fechada em punho ele apoia a cabeça. Me levanto e volto a guardar algumas peças de roupa.

– Você ainda gosta dela, não é? – Paro e fico estático. Me viro para Levi e ele me olha como se estivesse me analisando.

– Por que a pergunta Levi? – Falo me sentando novamente ao seu lado.

– Não sei, o jeito que o senhor fala dela é diferente. – Ele diz e logo em seguida abaixa a cabeça. – Você sente falta da mamãe? – Muda de assunto e me olha.

– Sinto Levi. Eu amei muito sua mãe, tive uma história com ela e o mais importante tivemos você que foi a alegria dela e é o meu maior orgulho. – Seus olhos marejam. – Sua mãe sempre te amou, nunca se esqueça disso viu? – Caminho até onde ele está e deixo um beijo em sua cabeleira. – Agora eu preciso acabar de arrumar a bolsa, ligue para sua avó e veja que horas ela virá. – Ele acena, levanta-se da cama e direciona até a porta. Chegando ao batente ele para.

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