06 ➳ Chá

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Distraidamente, Kalmia agarra sua xícara de chá, pondo uma perna para cima do sofá. Ela deita a cabeça no encosto, divagando, com um leve sorriso, os dedos gélidos deslizavam sobre uma marca roxa nada discreta em sua coxa, deixada ali no ápice do tesão da noite anterior.

De olhos fechados, ela sente as respirações apressadas, sente o suor se aglomerando em ambos os corpos, seus seios rígidos, o membro delicioso encostado em suas pernas...

- Ou... - um suspiro assustado deixa seus pulmões quando batidas leves na porta a tiram do transe excitante. Era quase sete da noite, a Lua estava alta, o céu estrelado, o barulho ainda não havia cessado nas ruas.

Kalmia deixa seu chá quente sobre a mesinha de centro na sala e abre a porta, esquecendo-se completamente de cobrir seu colo marcado, com desenhos de beijos e chupões desesperados por toda a pele clara, indicando que o trajeto percorrido havia descido, estendendo-se pelos seios e barriga e mais...

Ela não lembra disso, abre a porta sorridente, leve, para imediatamente ruborizar e tremer, nervosa, quando Kakashi diz:

- Olá!

- Ro-rokudaime-sama...

- Are... - ele repreende, negativo com seu gaguejo. - Você não precisa me chamar assim, na verdade eu me sinto até ofendido - ele é sincero, com uma caixinha de sapatos em mãos.

- O que você está... fazendo aqui? - Kalmia não consegue esconder que está surpresa, que esperava pelas crianças e não por ele.

- O Time 25 está ocupado, vim trazer seu objetivo perdido - ele é simples, não havia outras mil razões como ela imaginara, era simplesmente... a missão.

- A - ela suspira. - Eu não sei como agradecer... - Kakashi deixa a caixa em suas mãos, não precisava de agradecimentos, era o trabalho deles. Mas Kalmia pensa rápido, com os olhos um pouco baixos, sem encará-lo.

- Você quer entrar? - antes mesmo da resposta, o coração dela acelera, as mãos já estavam suadas e ela se odiava por ficar assim. O que esse cara tinha, afinal de contas?!

- Estou ocupado agora, na verdade - a fala é direta, o tom objetivo, depois o comentário impertinente é que a faz queimar de vergonha:

- Apesar de eu não me importar em ver isso... - Kakashi dá as costas para ir ao seu compromisso, deixando-a perturbada na porta. Ele estava flertando? Falando descaradamente que olhou para seu peito e as marcas que ele mesmo deixou em seus seios?

Kalmia passa a mão que não segurava a porta pelo peito, como quisesse livrar-se daquele sentimento de agonia, deixando a pele ainda mais avermelhada.

- Kakashi-san - ela o chama num tom audível, qualquer um que passasse poderia ouvi-la. Kakashi olha por cima do ombro, com a cicatriz do olho esquerdo coberta pela bandana e a espera, muito timidamente, falar: - É apenas um chá...

Ele parecia relutante.

Com as mãos nos bolsos, ele pensa por um instante. O que ela queria dele? Por que ela foi procurá-lo na noite passada? Será que estava bêbada demais para lembrar o que eles fizeram?

Ah! Kakashi não queria isso. Ele não queria ser tratado dessa forma e nem entrar em um "rolinho". Por isso mesmo, ele aceita o chá.

- Com licença ­- ele diz, ao passar por ela que o esperava entrar pela porta. A lembrança de ter invadido a casa do cara a faz rir, minimamente, em partes arrependida pela falta de educação.

Eles são muito diferentes, Kalmia pensou. E Kakashi senta no seu sofá, de pernas cruzadas, sem tirar as mãos do bolso, louco para descobrir o quanto é que eles são diferentes.

GRITE - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora