32 ➳ Fase 2

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Passava um pouco das oito da manhã e o que Kakashi teve, não se deu pra chamar de noite de sono, muito menos de uma boa noite de sono. Ele ainda não havia dormido, mas isso não era problema, nem é a questão.

A questão é que ele não consegue sair para ir até o amigo. Mesmo que quisesse, não tem coragem de deixar o menino.

Então, de frente para o pequeno enroladinho que dormia um sono frouxo no bebê-conforto dado por Ino, Kakashi liga para Gai, mandando-o que viésse com urgência à sua casa.

Gai estava dormindo, mas não demorou quinze minutos para chegar ali - de cadeira de rodas -, vale lembrar. Quando chega, apressado, a reação de Gai é arregalar os olhos e abrir os lábios, chocado ao ver de perto o bebê.

- Incrível... - ele fala sobre o tamanho das bochechas. O menino parecia tão pequeno, mas as bochechas eram tão grandes e rosadas, as mãosinhas se mantinham fechadas, como agarrassem algo invisível. - É muito gordo - Gai diz.

- Ainda preciso conversar com Kalmia - Kakashi diz, em tom rouco e baixo. Faz Gai tirar os olhos brilhantes do menino e encarar o amigo. - Mas você é o primeiro padrinho.

Inevitavelmente, Gai chora.

Kakashi já havia imaginado a sua reação, e em qualquer uma delas, Gai chora.

Secando as lágrimas na manga da roupa verde, Gai aperta as bochechas do menino, fazendo-o se mover resmungando na cadeirinha forrada.

- Como ela está? - pergunta por Kalmia, movendo-se para perto de onde Kakashi os olhava com as mãos nos bolsos. - Deve estar muito assustada, imagino.

- Kalmia não está podendo falar - por não estar racional, ele queria acrescentar. - E por enquanto não pode receber visitas - diz. - Mas está se recuperando, ainda está dormindo.

- Que bom, Kakashi - Gai diz, visivelmente emocionado. - O nome do pequeno-Gai? - pergunta, arrancando um riso contido de Kakashi.

- Ainda não tem - o sexto confessa. - Mas não estou com pressa, vou esperar ela melhorar pra escolhermos juntos...

A visita de Gai não demora mais do que isso.

Ele parabeniza o amigo, transbordando alegria pelos olhos. Depois ele decide dar privacidade aos pais de primeira viagem, mas antes de sair, avisa:

- Amanhã eu volto - Kakashi assente, aliviado. - Mas volto com presentes...

Assim que Gai sai, o menino resmunga no bebê-conforto. Faz Hatake ir sem pressa à cozinha, verificando na embalagem de pó a quantia equivalente àquele tipo de mamadeira.

Voltando para sala com uma mamadeira pequena, de plástico transparente e esverdeado, Kakashi lembra que a primeira criança que ele alimentou foi há 33 anos, quando ele tinha 14 e Naruto não passava de um recém-nascido.

Com cuidado, ele pega o menino sob os bracinhos. A criança resmunga em reclamação, ameaçando abrir totalmente a boquinha minúscula pra berrar. Kakashi o põe deitado em seu braço, apoiando os três quilos do menino em si.

Na noite passada, Kakashi não acordou Kalmia para alimentá-lo quando o menino chorou esfomeado, Sakura o ensinou a preparar a mamadeira, já que, por causa das medicações, Kalmia não desenvolveu leite materno.

Sob a luz do Sol que invade a janela e ultrapassa seu ombros, Kakashi inclina o menino para não ser incomodado pelos raios, mas o deixa pegar um Sol.

O bebê já estava acostumado com ele, afinal, foi o primeiro colo que ganhou quando saiu do casulo de dentro da mãe, e na primeira noite em casa, Kakashi madrugou com o filho, fez, insconscientemente, o menino se acostumar com seu cheiro, com a textura da sua pele, a sensação.

GRITE - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora