46 ➳ Presente

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Falta apenas um dia para o aniversário dele.

Já era dia quatorze de setembro, Kakeru estava com dois meses e quatorze dias, e Kalmia há muito estava surtando.

Kakashi, quanto aos seus novos quarenta e oito anos, está aparentemente tranquilo.

Já ela...

Kalmia tenta, a todo custo, deixar longe das vistas dele sua surpresa, e ele, a quase todo custo, tenta saber o que ela está aprontando.

Deixando Kakeru no berçário, depois de, juntos, terem dado um bom banho com camomila e outras ervas nele, Kakashi e ela vão, de mãos dadas, às fontes de águas termais.

– Vamos na c – ele aponta, pegando toalhas e roupões com a recepcionista da casa de banho.

Esta fonte natural era divida por três paredes, envoltas de pedregulhos e algumas flores brutas, resistentes ao calor. A casa A era de mulheres, a casa B era para homens e por fim, a C direcionada aos casais.

Como estavam hospedados no hotel, não precisavam alugar o espaço com antecedência, então, assim que eles passam, a mulher que lhes deseja bom descanso fecha a frente, impedindo a entrada de outros casais.

Nossa – Kalmia suspira, olhando e fechando os olhos em seguida ao absorver o clima delicioso do local.

A neblina subia densa da fonte, e as pedras reluzentes limitavam como uma piscina, instigavam Kakashi a passar o braço pela cintura dela, trazendo um pouco mais de equilíbrio e segurança para Kalmia descer sem escorregar nas pedras.

Assim que a ponta do pé dela toca a água quente, Kalmia geme.

Kakashi a olha. Todos os seus sons o seduziam miseravelmente.

Antes de qualquer coisa, ele se afasta, podendo enxergar o desenho perfeito do corpo despido por entre a névoa.

Ela era perfeita - é tudo o que ele consegue pensar. Exagerada, extremamente perfeita.

– Humm... – o som relaxado ecoa da garganta dele, assim que Kakashi pousa a nuca numa pedra, sentindo claramente todos os músculos se contraírem, depois lhe trazem caímbras reversas, que iam destendendo, soltando, relaxando-o do pescoço aos ombros, dos ombros aos braços, dos braços às costelas, às costas, ao quadril, às coxas...

Kalmia suspira ao sentir exatamente a mesma sensação, mas ao contrário dele, Kakashi sente o coração acelerar ao olhar para o lado e vê-la brilhando.

Na cabeça dele, o rosto dela literalmente brilhava. E ele sabia bem o porquê. Do mesmo modo que muita tensão vasculha a mente humana e traz à tona apenas traumas e desgraças, quando o corpo está muito relaxado, a psique se conserta, aquele era o efeito psicológico de um bom tratamento termal.

– Você é linda... – ele sussurra, vendo-a sorrir ainda de olhos fechados, e acompanha sua posição que está de bruços sobre as pedras, deixando o corpo boiar, com as costas bem desenhas e gostosas à mostra.

Kakashi passa o braço tatuado sobre os ombros dela, beijando sua têmpora direita. Kalmia gira lentamente a cabeça, piscando e abrindo os olhos esverdeados. Gosta de como ele mexe em seu cabelo, e se arrepia ao lembrar o quão fora de controle eles podem estar - como estavam ontem à noite.

Ah -, pensa ela, dizendo dentro de sua cabeça, que ama pra valer, todos os ritmos com esse homem.

– Eu te amo, querido – ela diz, o rosto pousado sobre as próprias mãos na pedra quente.

Depois dali eles brincam um com o outro. A manhã na fonte termal foi como eles precisam que fosse: silenciosa e relaxante. Às vezes trocavam um carinho, um beijo, um aperto mais apaixonado, mas então se afastavam, receosos em acender um fogo que dificilmente se é apagado.

GRITE - Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora